Da Redação
Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 13h05.
Essa perda de definição é uma consequência da própria natureza do 3D passivo. Os óculos da Cinema Gold, como todos os óculos de 3D passivo, servem como um filtro que restringe certas ondas de luz polarizada. No modo 3D, cada lente do óculos filtra uma orientação diferente da luz, o que resulta em um efeito de estereoscopia pois cada olho do espectador enxerga uma perspectiva distinta da imagem. Os óculos especiais da Philips não passam de óculos passivos com duas lentes idênticas, o que significa que o espectador enxerga apenas uma das orientações da luz emitida pela TV.
Como a estereoscopia do 3D passivo se baseia em frames que contém duas imagens simultâneas de uma mesma cena, apenas metade das linhas de pixels é usada para gerar cada perspectiva. Se o espectador utiliza um par de óculos 3D, cada um de seus olhos enxerga uma imagem distinta em 1080i que são. Essas duas imagens são, então, combinadas por seu cérebro para criar uma única imagem 3D que aparenta ter resolução 1080p. No entanto, com os óculos de multiplayer, os dois olhos do espectador veem apenas uma das perspectivas. Em outras palavras, cada jogador enxerga uma imagem em 1080i.
Com efeito, o uso da estereoscopia para games tem limitações severas, mas nem tudo está perdido. Quem quer tenha passado a adolescência jogando Goldeneye 007 em uma TV de tubo é capaz de reconhecer o potencial que um aparelho com proporção de tela 21:9 tem. Há muito espaço na Cinema Gold para dividir a tela ao meio e se deleitar com o sangue virtual dos seus amigos.
Como TV convencional, a Cinema Gold oferece uma qualidade de imagem geral excelente. Seu enfático formato wide pode parecer estranho no começo, mas logo conquista o espectador ao proporcionar uma sensação de imersão superior à de outras televisões de 50 polegadas. O problema é que as transmissões de TV comum têm que ser esticadas para ocupar todo o display.
No entanto, o método de iluminação edge-lit parece não ser o mais adequado para um aparelho como a Cinema Gold. Esse tipo particular de organização interna dispõe as lâmpadas LED ao longo das bordas do aparelho, o que às vezes causa um desequilíbrio nos níveis de preto da tela. Os pretos ligeiramente acinzentados que margeiam as cenas reproduzidas pela Cinema Gold prejudicam a capacidade geral da tela de replicar cores com vivacidade. O fato de que a Cinema Platinum, irmã maior da Cinema Gold, utiliza a técnica de iluminação conhecida como local dimming só ajuda a sublinhar as limitações do edge-lit. De qualquer forma, isso não passa de uma pequeno deslize em uma apresentação que de outro modo seria impecável.
A envergadura acentuada da Cinema Gold não se traduziu em um número de conexões maior que o normal. Como sempre em televisões desse porte, as principais entradas de mídia são quatro HDMI. A lista continua com uma vídeo componente, uma vídeo composto, uma D-sub, uma RCA de áudio estéreo e uma entrada P2. Entre as HDMI, há um conector que também é capaz de exportar sinal de áudio (ARC), o que diminui a quantidade de cabos necessária para usar o aparelho. Também há espaço na Cinema Gold para uma saída de áudio óptica e para uma saída de som P2.
O repertório de codecs e containers dessa televisão não omite nenhum dos formatos mais usados. A Philips promete suporte a AVI, MKV, WMV9, H.264, MPEG-1, MPEG-2. Entretanto, não conseguimos reproduzir alguns arquivos MKV e MPEG-4 pela ethernet ou por um das duas portas USB. Outra maneira de acessar arquivos de mídia é por meio de um slot de cartão SD, uma conexão um pouco mais incomum.
Além do 3D, os fabricantes de TV têm apelado para a internet como um meio de tornar seus aparelhos mais atraentes. A Cinema Gold não é uma exceção. Basta utilizar a ethernet ou um adaptador Wi-Fi para conectar a TV a uma miríade de serviços online. Entre os aplicativos pré-instalados, podemos citar Youtube, Terra TV, Picasa, Facebook e Twitter. Se você suportar a tortura que é usar um teclado numérico para digitar, a Cinema Gold também oferece um browser integrado para navegar na internet. Vale lembrar, ademais, que a oferta de software para televisões ainda é bastante limitada.
A interface desses recursos é amigável, mas o controle remoto poderia ser melhor. Os botões direcionais ficam muito próximos do controle de canal, o que resulta em confusões frequentes. O controle de volume também fica em um lugar atípico: logo acima do teclado numérico.
Se o edge-lit confere uma vantagem à Cinema Gold, essa é a do corpo esbelto. Essa TV possui um acabamento metálico admirável, mas o belo retângulo descansa de uma forma um tanto precária sobre a base. Por outro lado, não é necessário muito esforço para ajustar o ângulo da tela.
Tela | 50 |
---|---|
Resolução | 2560 x 1080 pixels |
Tecnologia | LCD com LED |
3D | passivo, vem com 2 óculos |
Saídas | 4 HDMI |
Drive | 2 USB, slot SD |
Conectividade | Ethernet, Wi-Fi |
Prós | 3D passivo; proporção de imagem 21:9; modo de imagem dedicado a jogos multiplayer; ótima qualidade de imagem geral; |
---|---|
Contras | Controle remoto poderia ser melhor; nível de preto deixa a desejar em algumas situações; |
Conclusão | Além de possuir todas as características de uma TV avançada, a Cinema Gold é uma das poucas televisões que demonstram uma preocupação especial com o público gamer; |
Média | 8.6 |
Preço | R$ 6499 |