São Paulo - Todos os dias, milhares de toneladas de garrafas, embalagens e sacolas plásticas terminam em aterros sanitários, onde demoram centenas de anos para desaparecer, e, não raro, poluem os oceanos, com efeitos assustadores sobre a vida marinha. Mas uma nova pesquisa publicada na revista científica Science Advances aponta que todo esse resíduo plástico poderia ganhar vida nova.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine, nos EUA, e do Instituto de Química Orgânica de Xangai, na China, descobriram como dissolver os fortes laços de plástico de polietileno, a forma mais comum comercialmente disponível de plástico, para gerar combustível e outros produtos.
A técnica inovadora baseia-se no uso de alcanos (ou parafinas), um tipo específico de moléculas de hidrocarboneto, para romper as cadeias químicas do polímero e transformá-lo em novos compostos úteis, como combustível líquido e ceras de uso industrial.
Não é de hoje que os cientistas têm procurado reciclar lixo plástico. Mas a maior parte dos métodos são tóxicos e demanda grande quantidade de energia. Uma abordagem comum, por exemplo, inlclui o uso de produtos químicos cáusticos e aquecimento a mais de 300 graus Celsius para quebrar as ligações químicas dos polímeros.
Nessa técnica recém-descoberta, porém, a equipe degrada plásticos de forma mais suave e mais eficiente através de um processo conhecido como metátese cruzada com alcano, e as substâncias necessárias para o novo método são subprodutos da refinação de petróleo, facilmente disponíveis.
"Plásticos sintéticos são uma parte fundamental da vida moderna, mas o nosso uso deles em grande volume tem criado sérios problemas ambientais", disse o químico Zhibin Guan, da Universidade da Califórnia. "Nosso objetivo com esta pesquisa foi resolver o problema da poluição do plástico, bem como criar uma nova fonte de combustível líquido."
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1. Tão vasta quanto surpreendente
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1/11 (Washington Tapia)
São Paulo - A
biodiversidade de nosso
Planeta é uma verdadeira caixinha de surpresa. Só no ano passado, cerca de 18 mil
espécies novas foram identificadas pelos
cientistas. Algumas já desapareceram há milhares de anos, como o Homo naledi e o primata Pliobates cataloniae. Outras podem sumir a qualquer momento, como a planta carnívora brasileira Drosera magnifica. O Instituto Internacional para a Exploração de Espécies, da Universidade do Arizona, divulgou recentemente o seu “Top 10” de novas espécies de animais, plantas e fungos que mais causaram frenesi no ano passado. Tão vasta quanto surpreendente, a lista é mais uma prova da necessidade urgente de se preservar a rica biodiversidade do Planeta e todos os mistérios que nela se encerram. Confira nas fotos.
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2. Carnívora e magnífica
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2/11 (Paulo M. Gonella)
Nome cientifico: Drosera magnifica As redes sociais mudaram nossas vidas em muitos aspectos, mas quem diria que elas também revelariam novas espécies? Pois, segundo os cientistas, tudo indica que a carnívora Drosera magnifica é a primeira espécie de planta descoberta através de fotografias publicadas no Facebook. Ela também é considerada a maior do gênero drosera (que engloba mais de 200 espécies), crescendo mais de 123 centímetros. Como outras droseras, a nova espécie segrega um muco espesso na superfície de suas folhas que aprisiona insetos. Apesar de ser nova para a ciência, essa espécie já é considerada criticamente ameaçada de extinção. Segundo os cientistas, a Drosera magnifica vive isolada no alto do Pico de Padre Ângelo, situado 1.530 metros acima do nível do mar, em Minas Gerais.
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3. "Tatuzinho" da caverna
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3/11 (Souza, Ferreira & Senna)
Nome cientifico: Luiuniscus iuiuensis Medindo pouco mais de 9 milímetros, este pequeno animal despigmentado com múltiplas "pernas" representa uma nova espécie de isópode (crustáceos que vivem na água ou em terra), descobertos em uma caverna no município de Iuiú, na Bahia. Ele constrói abrigos de lama, um comportamento nunca antes visto em outras espécies. O “tatuzinho” das cavernas foi descrito com a participação direta do Centro de Estudos em Biologia Subterrânea da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
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4. Homo Naledi
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4/11 (John Hawks, Wits University)
Nome científico: Homo Naledi O Homo naledi, uma antiga espécie do gênero humano, foi descoberto recentemente em uma caverna da África do Sul, onde foram exumados os ossos de 15 hominídeos. Ele é semelhante em tamanho (entre 144,5 e 147,8 cm) e peso a um humano moderno, e tem mãos e pés humanóides. Segundo os cientistas, a nova espécie tem uma caixa craniana mais similar às de seus antepassados que viveram de 2 a 4 milhões de anos atrás. Era capaz de se movimentar tanto pelas árvores quanto de andar sobre duas pernas e utilizar ferramentas. A idade exata dos restos mortais, uma vez determinada, terá implicações para o início da história do gênero humano.
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5. Tartaruga gigante de Galápagos
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5/11 (Washington Tapia)
Nome científico: Chelonoidis donfaustoi Poucos animais são associados com tanta frequência à teoria da evolução de Charles Darwin como as tartarugas gigantes de Galápagos. Duranto décadas, os cientistas assumiram que as pequenas diferenças entre as populações ocidentais e orientais das tartarugas na Ilha de Santa Cruz eram uma simples variação genética dentro das espécies conhecidas. Uma análise cuidadosa, porém, revelou a existência de uma nova espécie, a Chelonoidis donfaustoi, nomeada em homenagem a um guarda do parque conhecido como "Don Fausto", que trabalhou 43 anos na conservação desses animais.
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6. Peixe "monstrinho" do Golfo do México
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6/11 (Theodore W. Pietsch, University of Washington)
Nome científico: Lasiognathus dinema Esta espécie de peixe foi descoberta durante uma avaliação de danos ambientais realizada pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA, após o derramamento de petróleo em águas profundas do Golfo do México, provocado pela explosão da plataforma Deepwater Horizon, da BP, em 2010. Diferentes espécies de tamboril podem ser distiguidas visualmente apenas por detalhes no filamento incomum que se projeta sobre sua cabeça como uma vara de pesca. Na ponta, há uma fonte luminosa, chamada "esca", que funciona como uma armadilha na escuridão do mar e é lar de bactérias simbióticas que são bioluminescentes.
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7. Libélula "roqueira"
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7/11 (Jens Kipping)
Nome: Umma Gumma
Esta nova libélula é apenas uma das 60 espécies recém-descobertas na África e reveladas em um único artigo de 2015. A maioria delas são coloridas e tão distintas que é possível identificá-las facilmente a partir de fotografias. Levando em conta que o nome do gênero é Umma, os cientistas não tiveram dificuldade em encontrar um nome para a espécie em destaque - e um bem familiar aos fãs de rock: Ummagumma é o nome do álbum duplo que o Pink Floyd lançou em 1969 ( e também é uma gíria da cidade britânica de Cambridge para sexo).
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8. Dragão-do-mar cor de rubi
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8/11 (Josefin Stiller, Nerida Wilson and Greg Rouse)
Nome científico: Phyllopteryx dewysea Dragões do mar são peixes carnívoros relacionados ao gupo dos cavalos-marinhos e têm um quê de belo e bizarro. A nova espécie "Phyllopteryx dewysea" é de um tom marcante de vermelho rubi. A descoberta foi feita na costa da Austrália. Além de sua aparência espetacular, a espécie é um lembrete do que ainda temos a descobrir sobre a diversidade da vida marinha.
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9. Besouro minúsculo
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9/11 (Michael Darby)
Nome científico: Phytotelmatrichis osopaddington O novo besouro-de-paddington ou Phytotelmatrichis osopaddington, descoberto na Amazônia peruana, tem cerca de um milímetro. Eles têm uma forma peculiar de vida: moram nas poças formadas dentro das folhas de banananeiras, do gengibre e do açafrão-da-terra e se alimentam da decomposição de materiais.
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10. Macaca "Laia"
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10/11 (Ilustração por Marta Palmero, Institut Catalá de Paleontologia Miquel Crusafont (ICP))
Nome científico: Pliobates cataloniae Este macaco, apelidado de "Laia" pelos cientistas, era uma pequena fêmea, que viveu há cerca de 11,6 milhões de anos, na época do Mioceno, no que hoje é a Espanha. Fragmentos de seus restos mortais foram descobertos em um aterro sanitário na Catalunha. Subia em árvores, comia frutas e pesava entre quatro e cinco quilos, além de ter um tamanho comparável ao dos menores gibões atuais. Sua descoberta levanta a possibilidade de que os primeiros seres humanos poderiam ter sido mais estreitamente relacionados com gibões do que com os grandes macacos.
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11. Uma árvore surpresa
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11/11 (Thomas Couvreur)
Nome científico: Sirdavidia solannona Esta nova espécie de árvore surpreendeu os cientistas por ter sido descoberta em um lugar estudado quase a exaustão pelos botânicos, no Parque Nacional Monts Cristal, no Gabão. Talvez, ela tenha passado tanto tempo despercebida devido ao seu tamanho, inferior a 6 metros de altura e diâmetro de 10 cm, bem pequena comparada às outras árvores da floresta. Curiosamente, suas flores assemelham-se às das espécies da família das solanáceas, que inclui batatas e tomates, associadas à síndrome de polinização por vibração ("buzz pollination"). As flores das plantas sujeitas a esse processo têm pétalas recurvadas que expõem os estames e pistilos (o conjunto de órgãos femininos e masculinos) e quando as abelhas criam vibrações no ar com suas asas e movimento toráxico, essas vibrações são transmitidas para a planta, causando ressonância dentro dela e liberando o pólen. Mas o cientistas ainda investigam se a polinização da nova espécie ocorre dessa forma.