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Google Chromecast chega ao Brasil neste mês por 199 reais

Em entrevista, vice-presidente de produtos Google Mario Queiroz afirma que Chromecast pode revolucionar o consumo de vídeos online

ChromeCast, do Google: “Eu espero que tenha um sucesso incrível no Brasil”, afirmou Queiroz (Bloomberg)
RK

Rafael Kato

Publicado em 6 de maio de 2014 às 17h08.

São Paulo - Com o tamanho de um pen drive e a promessa de revolucionar o consumo de vídeos online, o dispositivo de streaming Chromecast chega ao Brasil no final deste mês por estimados 199 reais, diz a INFO o brasileiro Mario Queiroz, vice-presidente de produtos do Google . O executivo, que é formado pela Universidade Stanford e está na empresa de Mountain View desde 2005, explica os planos do Google para o aparelho nesta entrevista exclusiva:

Em que Chromecast se diferencia dos concorrentes, como TVs inteligentes, consoles de videogame e a Apple TV e como acredita que ficará o mercado após a entrada do seu produto no País?

Eu prefiro começar conversando sobre como nós fizemos o design do Chromecast, que foi pensado diretamente no usuário final. Por ter trabalhado nos primeiros smartphones Android e ter assumido lá trás a responsabilidade pelo Google TV, nós aprendemos uma coisa importantes: a área de smart TV precisava de uma mudança.

O Google precisava trazer mais simplicidade para essa área de produto. Simplicidade em termos de configuração. Muitas das smart TVs são difíceis de configurar. Nosso objetivo foi o seguinte: o usuário precisaria levar cinco minutos ou menos do momento em que pegar a caixa do produto até o momento em que ele estiver assistindo ao primeiro vídeo. Ainda mais importante que isso, pensamos em desenvolver um produto com modelo de interação que requeresse aprendizagem zero do usuário.

A melhor forma para isso foi usar uma interface que as pessoas já conheciam: a dos smartphones. Se você for pensar em termos de interface do usuário, a única coisa que nós do Google introduzimos foi um botãozinho. Não foi tanto sobre como se diferenciar da concorrência, mas qual produto será especial para o usuário.

E de alguma maneira abolir o uso do controle remoto, não?

Exatamente. O Chromecast é uma extensão da experiência nos aparelhos que o usuário já conhece. A nossa visão é que o produto seja uma extensão de todo o conteúdo. Não foi que a gente quis abolir o controle remoto, nós nem pensamos no controle remoto.

Mas como foi a criação do produto?

A gente começou numa lousa em branco e foi um processo de inovação interessante. Começamos do zero mesmo. Tínhamos uma equipe experiente e tivemos a oportunidades de criar algo greenfield, como diríamos em inglês. Foi uma espécie de startup dentro do Google que cresceu aos poucos.

Mas como vocês enxergam o produto no mercado?

Nós vemos vantagens enormes, como a simplicidade e o fato de ser acessível em termos de preço. O mais importante é a mágica colocar o conteúdo na tela grande. Na minha casa, por exemplo, eu troco a música na Google Play Music estando na outra sala. Não preciso estar na frente da caixa de som para isso.

Mas a nossa estratégia não é apenas o Chromecast, mas o Google Cast, esse protocolo que definimos que faz com que um aparelho com iOS ou Android possa mandar conteúdo para a televisão. É por isso que temos um SDK.

Esse SDK é para os desenvolvedores criarem seus próprios apps com a tecnologia do Google?

Exatamente. Este é o Google Cast SDK para qualquer desenvolvedor. Se você for um desenvolvedor e possuir um app de fotos, por exemplo, poderá colocar o SDK para que o usuário mande o conteúdo para a televisão. Isso é que é importante, pois quanto mais desenvolvedores mais aumenta o ecossistema.

O Chromecast é um aparelho diminuto. No futuro ele estará embarcado em outros aparelhos? Em vez de comprar dois produtos, a TV e o Chromecast, por exemplo, as pessoas diretamente uma TV com Chromecast?

Essa é a ideia. É esse o ecossistema Google Cast. Já abrimos o SDK para desenvolvedores. A gente também falou que a tecnologia vai ser embutida em outros devices dos nossos parceiros. O Chromecast é um dos aparelhos que tem a tecnologia do Google Cast. Existirão outros aparelhos também.

Quais serão os parceiros de conteúdo para o lançamento de conteúdo no Brasil?

Para o lançamento no Brasil, vamos usar a fórmula que utilizamos nos Estados Unidos e na Europa. A fórmula com conteúdo disponível na data do lançamento mais outro conteúdo que vem não muito tempo depois. Primeiro com parceiros globais, como Netflix, Rdio e Vevo, e depois parceiros locais.

Mas vocês estão conversando com canais de televisão?

Nós estamos conversando. Eu não vou poder falar ainda quais são, mas é o mesmo tipo de parceiro que tivemos nos lançamentos lá fora. O bom do Chromecast é que o dono do conteúdo não tem que criar um aplicativo novo, basta colocar o SDK do aplicativo antigo.

O Chromecast é produzido fora do Brasil?

De inicio a produção é fora. Eu espero que tenha um sucesso incrível no Brasil e com o volume de negócios aqui, nosso parceiro de fabricação não teria problema em fazer aqui.

O mercado inicial do produto me parece restrito a pessoas conectadas e que, invariavelmente, viajam ao exterior. E o produto é, de fato, muito barato lá. Custa 35 dólares. Isso não pode ser um problema, pois esse usuário pode ter acesso ao Chromecast com preço em dólares e não com o preço do Brasil?

O mercado do Chromecast no Brasil é bem maior que o mercado de pessoas que viajam para Miami e Nova York comprar o Chromecas lá. Claro, eles podem comprar lá. E o bom do produto é que ele funciona no mundo inteiro. Mas nós estamos fazendo a certificação do produto de acordo com a legislação brasileira.

O tamanho desse mercado é o tamanho do mercado de banda larga. Quando eu penso em ver filmes, eu penso em streaming. Eu não penso mais em mídia física. Há mais TVs no mundo com entrada HDMI do que pessoas com banda larga. O problema não é numero de telas. O problema é, realmente, o mercado de banda larga.

No futuro, qualquer pessoa no mundo que queira ver um conteúdo vai pensar em streaming. É por isso que estamos desenvolvendo um produto e um ecossistema para dez anos e não para um ano apenas. É por isso que queremos entrar no Brasil o mais rápido possível, justamente para que as pessoas que entendem e conhecem o produto ajudem no desenvolvimento no mercado.

Nós vendemos mais do que esperávamos nos Estados Unidos. Mas os concorrentes não pararam de vender também. O que a gente viu foi que o mercado cresceu com o lançamento do Chromecast. Aumentamos o tamanho da pizza. Isso foi surpreendente. Estamos vendo isso também na Europa. A gente espera no Brasil tornar o mercado maior também.

Com a Copa do Mundo, muitos televisores são vendidos pelos varejistas. Há alguma estratégia para aproveitar esse boom e vender o Chromecast?

Nossa estratégia de varejo é que o Chromecast esteja associado aos smartphones, televisores, tablets e computadores. Para o lançamento, estamos fazendo a associação a diferentes produtos e temos também a possibilidade de incluir certas ofertas. Sim, ele é vendido com televisores, mas o comprador de smartphones e tablets é aquele que mais leva o produto para casa.

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Em que Chromecast se diferencia dos concorrentes, como TVs inteligentes, consoles de videogame e a Apple TV e como acredita que ficará o mercado após a entrada do seu produto no País?

Eu prefiro começar conversando sobre como nós fizemos o design do Chromecast, que foi pensado diretamente no usuário final. Por ter trabalhado nos primeiros smartphones Android e ter assumido lá trás a responsabilidade pelo Google TV, nós aprendemos uma coisa importantes: a área de smart TV precisava de uma mudança.

O Google precisava trazer mais simplicidade para essa área de produto. Simplicidade em termos de configuração. Muitas das smart TVs são difíceis de configurar. Nosso objetivo foi o seguinte: o usuário precisaria levar cinco minutos ou menos do momento em que pegar a caixa do produto até o momento em que ele estiver assistindo ao primeiro vídeo. Ainda mais importante que isso, pensamos em desenvolver um produto com modelo de interação que requeresse aprendizagem zero do usuário.

A melhor forma para isso foi usar uma interface que as pessoas já conheciam: a dos smartphones. Se você for pensar em termos de interface do usuário, a única coisa que nós do Google introduzimos foi um botãozinho. Não foi tanto sobre como se diferenciar da concorrência, mas qual produto será especial para o usuário.

E de alguma maneira abolir o uso do controle remoto, não?

Exatamente. O Chromecast é uma extensão da experiência nos aparelhos que o usuário já conhece. A nossa visão é que o produto seja uma extensão de todo o conteúdo. Não foi que a gente quis abolir o controle remoto, nós nem pensamos no controle remoto.

Mas como foi a criação do produto?

A gente começou numa lousa em branco e foi um processo de inovação interessante. Começamos do zero mesmo. Tínhamos uma equipe experiente e tivemos a oportunidades de criar algo greenfield, como diríamos em inglês. Foi uma espécie de startup dentro do Google que cresceu aos poucos.

Mas como vocês enxergam o produto no mercado?

Nós vemos vantagens enormes, como a simplicidade e o fato de ser acessível em termos de preço. O mais importante é a mágica colocar o conteúdo na tela grande. Na minha casa, por exemplo, eu troco a música na Google Play Music estando na outra sala. Não preciso estar na frente da caixa de som para isso.

Mas a nossa estratégia não é apenas o Chromecast, mas o Google Cast, esse protocolo que definimos que faz com que um aparelho com iOS ou Android possa mandar conteúdo para a televisão. É por isso que temos um SDK.

Esse SDK é para os desenvolvedores criarem seus próprios apps com a tecnologia do Google?

Exatamente. Este é o Google Cast SDK para qualquer desenvolvedor. Se você for um desenvolvedor e possuir um app de fotos, por exemplo, poderá colocar o SDK para que o usuário mande o conteúdo para a televisão. Isso é que é importante, pois quanto mais desenvolvedores mais aumenta o ecossistema.

O Chromecast é um aparelho diminuto. No futuro ele estará embarcado em outros aparelhos? Em vez de comprar dois produtos, a TV e o Chromecast, por exemplo, as pessoas diretamente uma TV com Chromecast?

Essa é a ideia. É esse o ecossistema Google Cast. Já abrimos o SDK para desenvolvedores. A gente também falou que a tecnologia vai ser embutida em outros devices dos nossos parceiros. O Chromecast é um dos aparelhos que tem a tecnologia do Google Cast. Existirão outros aparelhos também.

Quais serão os parceiros de conteúdo para o lançamento de conteúdo no Brasil?

Para o lançamento no Brasil, vamos usar a fórmula que utilizamos nos Estados Unidos e na Europa. A fórmula com conteúdo disponível na data do lançamento mais outro conteúdo que vem não muito tempo depois. Primeiro com parceiros globais, como Netflix, Rdio e Vevo, e depois parceiros locais.

Mas vocês estão conversando com canais de televisão?

Nós estamos conversando. Eu não vou poder falar ainda quais são, mas é o mesmo tipo de parceiro que tivemos nos lançamentos lá fora. O bom do Chromecast é que o dono do conteúdo não tem que criar um aplicativo novo, basta colocar o SDK do aplicativo antigo.

O Chromecast é produzido fora do Brasil?

De inicio a produção é fora. Eu espero que tenha um sucesso incrível no Brasil e com o volume de negócios aqui, nosso parceiro de fabricação não teria problema em fazer aqui.

O mercado inicial do produto me parece restrito a pessoas conectadas e que, invariavelmente, viajam ao exterior. E o produto é, de fato, muito barato lá. Custa 35 dólares. Isso não pode ser um problema, pois esse usuário pode ter acesso ao Chromecast com preço em dólares e não com o preço do Brasil?

O mercado do Chromecast no Brasil é bem maior que o mercado de pessoas que viajam para Miami e Nova York comprar o Chromecas lá. Claro, eles podem comprar lá. E o bom do produto é que ele funciona no mundo inteiro. Mas nós estamos fazendo a certificação do produto de acordo com a legislação brasileira.

O tamanho desse mercado é o tamanho do mercado de banda larga. Quando eu penso em ver filmes, eu penso em streaming. Eu não penso mais em mídia física. Há mais TVs no mundo com entrada HDMI do que pessoas com banda larga. O problema não é numero de telas. O problema é, realmente, o mercado de banda larga.

No futuro, qualquer pessoa no mundo que queira ver um conteúdo vai pensar em streaming. É por isso que estamos desenvolvendo um produto e um ecossistema para dez anos e não para um ano apenas. É por isso que queremos entrar no Brasil o mais rápido possível, justamente para que as pessoas que entendem e conhecem o produto ajudem no desenvolvimento no mercado.

Nós vendemos mais do que esperávamos nos Estados Unidos. Mas os concorrentes não pararam de vender também. O que a gente viu foi que o mercado cresceu com o lançamento do Chromecast. Aumentamos o tamanho da pizza. Isso foi surpreendente. Estamos vendo isso também na Europa. A gente espera no Brasil tornar o mercado maior também.

Com a Copa do Mundo, muitos televisores são vendidos pelos varejistas. Há alguma estratégia para aproveitar esse boom e vender o Chromecast?

Nossa estratégia de varejo é que o Chromecast esteja associado aos smartphones, televisores, tablets e computadores. Para o lançamento, estamos fazendo a associação a diferentes produtos e temos também a possibilidade de incluir certas ofertas. Sim, ele é vendido com televisores, mas o comprador de smartphones e tablets é aquele que mais leva o produto para casa.

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