Tecnologia

China confirma renovação de licença do Google, que aceita censura

No meio do conflito, a cota do Google no maior mercado de internet do mundo desceu de 35,6% até 30,9% no primeiro trimestre

Sede do Google na China: empresa prometeu obedecer à lei e não fornecer conteúdos catalogados como subversivos pelo governo (.)

Sede do Google na China: empresa prometeu obedecer à lei e não fornecer conteúdos catalogados como subversivos pelo governo (.)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de julho de 2010 às 07h21.

Pequim - As autoridades chinesas assinalaram que a renovação da licença do gigante americano de internet Google para operar em seu país foi emitida depois que a empresa prometeu "obedecer à lei" que censura conteúdos, informou nesta quarta-feira a "Rádio Internacional da China" ("CVI").

Zhang Feng, diretor do Ministério de Indústria e Tecnologias da Informação, assinalou que o Google prometeu obedecer à lei e não fornecer conteúdos catalogados como subversivos. O funcionário confirmava assim o anúncio realizado pela companhia em seu site no último dia 9, quando dizia que tinha conseguido renovar sua licença depois que Pequim ameaçou não fazê-lo caso não se submetesse à censura, após seis meses de tensões.

Durante o conflito, a cota do Google no maior mercado de internet do mundo, com 420 milhões de usuários, desceu de 35,6% até 30,9% no primeiro trimestre do ano. Zhang acrescentou que, com a renovação, o Google se compromete a não facilitar informação que "ameace a segurança nacional, danifique os interesses da China, reforce ódio étnico, divulgue superstição, danifique a estabilidade social ou forneça pornografia ou violência".

O conflito começou em janeiro, quando a empresa anunciou que sua versão chinesa, Google.cn, deixaria de operar após denunciar um "ciberataque" contra e-mails privados de jornalistas, dissidentes e empresários na China hospedados em seus servidores. Após este ataque, que, segundo o Google, foi de responsabilidade do Governo, a empresa garantiu que permaneceria na China caso Pequim abrisse mão de suas exigências de censurar as buscas de conteúdos que criticam o Governo.

Desde março, o Google redirecionava o tráfego chinês de buscas para sua página em Hong Kong, livre de censura, o que suscitou a ira de Pequim, até que, na última terça-feira, o Governo confirmou a renovação. A multinacional anunciou em seu site o fechamento de dois serviços de internet na China, e confirmou que finalizaria seu apoio técnico para um popular fórum no país.

Os serviços de ranking de sites e estilo de vida, e o apoio tecnológico do Google ao fórum Tianya.cn, deixarão de funcionar devido a "uma demanda inferior ao esperado". "Sempre tentamos desenvolver novos produtos e serviços para nossos usuários. Alguns tiveram um grande êxito e outros falharam", explica o comunicado publicado pelo Google.

Analistas locais citados nesta quarta-feira pelo jornal "China Daily" asseguram que a decisão do Google faz sentido, pois esses serviços tiveram resultados satisfatórios.

Leia mais notícias sobre o Google ou a China
 

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaChinaEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGoogleInternetTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

Xiaomi Redmi Note 12S: quanto vale a pena pagar na Black Friday?

Musk pode comprar o canal MSNBC? Bilionário faz memes sobre possível aquisição

Influencers mirins: crianças vendem cursos em ambiente de pouca vigilância nas redes sociais

10 frases de Steve Jobs para inspirar sua carreira e negócios