Carros solares participam de corrida sustentável no Marrocos

Rabat - Uma corrida de carros que circulam a 40 quilômetros por hora não parece ser a competição mais emocionante de se assistir. Mas no Marrocos acontece no sábado (14) uma prova com automóveis solares, movidos exclusivamente por energia fotovoltaica.

Quatro dos veículos foram desenvolvidos, financiados e montados exclusivamente no Marrocos, e farão o circuito de 72 quilômetros com dois automóveis franceses e um turco, contaram a Agência Efe fontes do Instituto de Pesquisa em Energias Solares e Renováveis (IRESEN), organizadores do evento.

A antiga estrada nacional entre Marrakesh e Ben Guerir, ao norte da capital, será o cenário desta prova inédita em que o que importa é menos bater recordes, mas mostrar a importância da energia solar. Apesar disso, os três primeiros lugares levam prêmios de 100 mil, 80 mil e 50 mil dirhans (US$ 12, US$ 9,5 e 6 mil respectivamente).

"Nosso principal objetivo é mostrar a importância da energia solar; não pretendemos comercializar estes carros, essa é uma realidade distante ainda", refletiu Ahmed Benlarabi, responsável de Sistemas Fotovoltaicos do IRESEN.

Os carros fabricados no Marrocos foram obra de estudantes de quatro centros de engenharia mecânicas do país, eles pilotarão os veículos, que suportam um peso de até 300 quilos.

Os automóveis são feitos com só uma peça, quase todos coberto de placas fotovoltaicas, e têm volante e pedais como um carro normal, mas o motorista vai inclinado, em vez de erguido. O design lembra o de um carro de Fórmula 1.

Ao contrário do que pode parecer, sua fabricação não é muito cara. Os modelos marroquinos custaram entre 60 e 90 mil dirhans (US$ 7,1 e 10,7 mil), e foram financiados pelo Instituto.

Se o dia da corrida ficar nublado e não houver sol suficiente para aquecer as placas o veículo tem um backup: carregadores elétricos que podem recarregar as baterias.

O Marrocos tem um ambicioso projeto de energia solar, com cinco megaplcas solares, três delas no sul do país e outras duas no Saara Ocidental, que pretendem produzir dois mil megawatts para 2020 e cobrir assim, junto com a contribuição de outras energias renováveis (eólica e hídrelétrica), 42% das necessidades energéticas do país.