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Campinas (SP) vai implantar rede de 100 postos para carros elétricos

A cidade de Campinas, no interior de São Paulo, deve ser a primeira do país a contar com infraestrutura para receber os carros elétricos. O Programa de Mobilidade...

Renault Zoe (Divulgação)

Renault Zoe (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 08h58.

A cidade de Campinas, no interior de São Paulo, deve ser a primeira do país a contar com infraestrutura para receber os carros elétricos. O Programa de Mobilidade Elétrica, desenvolvido pela geradora e distribuidora CPFL Energia, deverá implantar uma rede de 100 pontos de eletricidade para o abastecimento desse tipo de veículo na cidade. Os carros serão importados da Europa e fornecidos pela Renault.

O projeto prevê a participação da prefeitura, do governo estadual, de agências reguladoras de energia e de várias empresas locais, que irão adquirir  os veículos e incorporá-los  às suas frotas, para uso de técnicos e engenheiros, que ficarão encarregados de fazer a avaliação da operação do sistema e analisar os impactos sobre a rede de distribuição de energia da cidade.  

Três modelos elétricos da Renault foram vendidos, entre julho e agosto, para a CPFL Energia. O contrato de parceria prevê o fornecimento e a comercialização de um lote inicial de 50 veículos elétricos para as empresas participantes do pool.

O projeto teve início na semana passada, com a chegada dos três primeiros veículos – Zoe, Fluence e Kangoo, todos Z.E., sigla em inglês que significa emissão zero. Neste mês, os carros iniciam os testes na CPFL.

O Zoe é o projeto de carro elétrico mais recente e mais eficiente da Renault. Tem autonomia para rodar 210 quilômetros e um custo de carregamento das baterias de íon-lítio entre 7 e 8 reais, segundo a CPFL. Na França, com todos os incentivos oficiais, o modelo custa em torno de 22 mil euros (o equivalente a 68 mil reais). Aqui, deverá chegar por 215 mil reais, com a incidência de todos os impostos. O Brasil ainda não tem regulamentação nem incentivos fiscais para produção ou venda desses modelos.

Até o fim deste ano, mais seis veículos serão incorporados à frota da CPFL, para serem testados por funcionários da companhia. Em 2014, o programa será ampliado, envolvendo a participação de outras empresas, e feita a implantação da infraestrutura de operação. Serão investidos 6,5 milhões de reais até o fim deste ano, na primeira fase.

“Iniciamos o projeto de demonstração em Campinas, que vai criar um regime de uso real em outras empresas, com contrato de comodato de 4 a 5 anos. Vamos instalar uma infraestrutura de eletropostos, que será gerenciada pela CPFL Energia. A Renault fornecerá os veículos e as suas baterias, por meio de uma concessionária local, que vai cuidar da manutenção. Será um laboratório em escala real”, afirma Vinicius Teixeira, gerente de inovação da CPFL.

O grupo Renault-Nissan é atualmente líder em vendas (61%) de carros elétricos na Europa, com o maior portfólio de veículos do gênero em comercialização. As duas empresas investiram 4 bilhões de euros no desenvolvimento dessa tecnologia e produziram, entre dezembro de 2010 e julho de 2013, mais de 100 mil veículos movidos exclusivamente a eletricidade.

“A Renault está introduzindo uma gama completa de modelos para popularizar o carro elétrico no país. Isso está se tornando uma realidade, com a venda de três veículos à CPFL. E já temos outras vendas encaminhadas, mas a carga de impostos inviabiliza a comercialização massiva desses modelos no país”, disse Olivier Murguet, presidente da Renault do Brasil, no Seminário de Eficiência Energética, promovido pela fabricante em Porto Alegre (RS).

A ação da Renault se dá num momento em que os principais fabricantes instalados no país negociam, por meio da Anfavea, uma série de benefícios para a importação desses veículos. As montadoras reivindicam que uma parcela da quota de importados, liberada para empresas enquadradas no programa Inovar-Auto, seja preenchida por carros híbridos e elétricos. Também querem isenção ou imposto reduzido para a importação de componentes, para o desenvolvimento de autopeças, visando a futura nacionalização ou a produção desses veículos nos próximos anos no Brasil.

Para Antonio Calcagnotto, diretor de relações institucionais da Renault, os preços elevados do petróleo e a rigidez das normas de eficiência energética e de emissões de poluentes devem impulsionar as pesquisas e a comercialização de carros elétricos no país, a partir de 2017.

“Mais da metade da frota de 2,9 milhões de automóveis que rodam hoje na Europa já é formada por carros híbridos e elétricos. Estados Unidos, Europa, Japão e China já têm planos de desenvolvimento e incentivos fiscais para esse tipo de veículo. O Brasil ainda não tem normas nem regulamentação”, afirma Calcagnotto.

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