Bumble, app rival do Tinder que dá poder às mulheres, faz abertura de capital
Aplicativo criado por Whitney Wolfe, uma das fundadoras do Tinder, espera levantar 2,15 bilhões de dólares com a oferta de ações nesta quinta
Filipe Serrano
Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 06h00.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2021 às 08h09.
A empresa dona do aplicativo de relacionamentos Bumble, um rival do popular Tinder , faz a sua estreia na Bolsa de Valores de Nova York nesta quinta-feira, 11. Ela é a mais recente companhia de internet e tecnologia a aproveitar a onda de IPOs (oferta inicial de ações) do setor de tecnologia nos Estados Unidos, depois da desenvolvedora de software Qualtrics, da empresa de serviços financeiros Affirm e do site de hospedagem Airbnb.
A empresa espera levantar 2,15 bilhões de dólares com a oferta de 50 milhões de ações, o dobro do valor incialmente previsto. Ontem, as ações da empresa foram precificadas a 43 dólares cada, 4 dólares acima da estimativa anterior.
O aplicativo foi criado em 2014 pela empreendedora americana Whitney Wolfe Herd, de 31 anos, que é também uma das fundadoras do rival Tinder.
O grande diferencial do Bumble é que ele dá controle maior às usuárias mulheres. Somente elas podem iniciar o contato com outra pessoa, para que possam conversar. Essa característica do app busca oferecer mais segurança para as mulheres conhecerem potenciais parceiros. O mote da empresa é “make the first move” (tome a primeira iniciativa).
"Estamos reescrevendo o roteiro sobre as regras de gênero ao construir uma plataforma projetada para ser segura, ao dar mais poder as mulheres e, por sua vez, fornecer um ambiente melhor para todos", diz a empresa no seu prospecto.
A Bumble também opera o Badoo, outro aplicativo de paquera fundado na Rússia em 2006 e que faz parte do mesmo grupo do Bumble.
Ao todo, os dois aplicativos têm 40 milhões de usuários no mundo.
Apesar de ser gratuito, o Bumble oferece um serviço premium por assinatura que permite aumentar a visibilidade do perfil, entre outras funcionalidades extras. A empresa diz que tinha 2,4 milhões de usuários pagantes ao final do terceiro trimestre, ante 2,1 milhões um antes.
Nos primeiros nove meses do ano, o faturamento do aplicativo de paquera foi de 416,6 milhões de dólares, um aumento de 16% sobre o mesmo período de 2019. A empresa registrou um prejuízo de 118,5 milhões de dólares, ante um lucro de 54 milhões comparando os nove primeiros meses de 2020 e 2019.