Brasil tem tarifa de celular pré-pago mais cara do mundo
Brasileiro paga, em média, US$ 45,01 para a realização de 30 chamadas e envio de 33 SMS mensais. Em Honduras, segundo país da lista, custo é de US$ 25,69
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Apesar do custo mais alto, celulares pré-pagos são maioria no Brasil (.)
Publicado em 7 de julho de 2010 às, 12h53.
São Paulo - O Brasil tem as tarifas de celular pré-pago mais caras entre os países da América Latina e Caribe, segundo estudo divulgado hoje pela organização Diálogo Regional sobre a Sociedade da Informação (Dirsi). Cruzados com dados semelhantes levantados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela LIRNEasia, os dados da pesquisa acentuam ainda mais a situação brasileira: o país lidera, no mesmo indicador, entre 62 países de todo o mundo.
De acordo com o Dirsi, no último trimestre de 2009, o brasileiro pagava, em média, US$ 45,01 para a realização de 30 chamadas e envio de 33 SMS mensais na modalidade pré-paga. Entre os países da América Latina e Caribe, o segundo maior gasto para a utilização dos mesmos serviços é verificado em Honduras, onde o pacote saía por US$ 25,69 - 42,9% a menos que no Brasil. O mesmo estudo aponta que na Costa Rica, país onde o serviço saía mais barato, o gasto para um usuário de celular pré-pago era quase um treze vezes menor que o pago pelo brasileiro: US$ 3,50.
Brasil aparece em primeiro em gráfico que compara a tarifas de 62 países (Fonte: Dirsi/OCDE/LIRNEasia)
Os valores foram obtidos a partir da conversão das tarifas em moeda local com base nos indicadores de câmbio médio referentes a maio de 2009. Levando em conta o método da paridade do poder aquisitivo (PPA), o custo para o brasileiro é um pouco mais alto na moeda norte-americana (US$ 54,59), porém a disparidade em relação aos demais países cai um pouco. Nesse método de conversão, a Nicarágua aparece em segundo lugar, com o pacote de serviços pré-pagos a US$ 48,57.
Celulares pós-pagos
No caso dos celulares pós-pagos, o Brasil aparece como o país em que a tarifa é a mais cara na conversão direta da taxa de câmbio (US$ 39,25), e em segundo lugar com o indicador de PPA (US$ 47,61) atrás do Panamá (US$ 48,04).
Apesar do custo mais baixo, os celulares pós-pagos são minoria entre os brasileiros. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), apenas 17,6% dos celulares são pós-pagos no Brasil, enquanto os 82,4% restantes são pré-pagos. >
Os países pesquisados pelo Dirsi foram Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Trinidad e Tobago, Uruguai e Venezuela.
Confira as tarifas em cada um dos países na conversão simples para US$ e usando o método da paridade de poder aquisitivo (PPA):
País | Pré-pago (US$) | Pré-pago (PPA) | Pós-pago (US$) | Pós-pago (PPA) |
---|---|---|---|---|
Argentina | 19,43 | 36,73 | 13,32 | 25,19 |
Bolívia | 8,22 | 20,19 | 8,76 | 21,52 |
Brasil | 45,01 | 54,59 | 39,25 | 47,61 |
Chile | 15,45 | 25,63 | 21,77 | 36,10 |
Colômbia | 9,81 | 15,95 | 15,08 | 24,51 |
Costa Rica | 3,50 | 5,78 | 4,99 | 8,24 |
República Dominicana | 11,19 | 18,23 | 8,18 | 13,33 |
Equador | 9,32 | 19,61 | 10,68 | 22,49 |
El Salvador | 16,92 | 32,35 | 22,73 | 43,47 |
Guatemala | 9,53 | 17,15 | 15,73 | 28,32 |
Honduras | 25,69 | 22,75 | 37,83 | 33,51 |
Jamaica | 2,21 | 3,58 | 2,13 | 3,45 |
México | 19,88 | 32,80 | 15,59 | 25,71 |
Nicaragua | 18,67 | 48,57 | 12,20 | 31,74 |
Panamá | 18,39 | 29,46 | 29,98 | 48,04 |
Paraguay | 6,38 | 12,45 | 10,20 | 19,92 |
Peru | 18,75 | 35,57 | 19,59 | 37,17 |
Trinidad eTobago | 9,32 | 10,28 | 14,22 | 15,67 |
Uruguai | 21,70 | 28,14 | 15,93 | 20,66 |
Venezuela | 19,43 | 19,47 | 38,20 | 38,29 |
Fonte: Dirsi Os dados completos da pesquisa podem ser conferidos em http://dirsi.net/indicadores/
Mundo
De modo geral, as tarifas de telefonia móvel praticadas nos países da América Latina são maiores que no restante do mundo. Enquanto os cidadãos latino-americanos gastam em média US$ 15 com celulares pré-pagos, os gastos ficam em apenas US$ 3,60 nos países do sul asiático, e em US$ 13,50 na média dos países membros da OCDE, que inclui Europa, Estados Unidos, Japão, Coréia do Sul e Austrália, entre outros.
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