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Avanço do Facebook deixou Google perdido, diz executivo

James Whittaker, ex-diretor de desenvolvimento do Google, diz que a empresa ficou sem rumo por não conseguir competir com o Facebook

Para Whitaker, Larry Page matou a inovação no Google quando assumiu o cargo de CEO, no ano passado (Justin Sullivan / Getty Images)

Maurício Grego

Publicado em 15 de março de 2012 às 12h42.

São Paulo — Em seus 14 anos de existência, o Google conquistou a reputação de empresa dinâmica e inovadora. Mas James Whittaker, ex-diretor de desenvolvimento do Google, diz que o fracasso das suas múltiplas tentativas de enfrentar o Facebook na área de redes sociais deixou a empresa sem rumo e está  matando a inovação nela.

Whittaker demitiu-se do Google há cerca de um mês para voltar a trabalhar na Microsoft , onde já esteve antes. Ele publicou um longo texto em seu blog, na última terça-feira, com o título “Por que deixei o Google”. Nele, o engenheiro e executivo critica duramente seu ex-empregador.

Whittaker elogia o ex-CEO Eric Schmidt que, segundo ele, sempre estimulou a inovação. De fato, trabalhar no Google costumava ser um sonho para engenheiros e programadores ambiciosos (e, para muitos, ainda é). Todos podiam dedicar 20% do seu tempo a projetos pessoais. Novas ideias eram premiadas e havia amplo acesso a ferramentas para o desenvolvimento dos projetos.

Tudo isso, é claro, era pago pela enorme receita com anúncios na web do Google. Mas a publicidade, diz Whitaker, não era o foco do trabalho dos engenheiros. Agora é, afirma ele. “O Google pelo qual me apaixonei era uma empresa de tecnologia que dava poder a seus empregados para que inovassem. O Google que deixei era uma empresa de publicidade com uma visão corporativa estreita”, escreve ele.


A mudança, na visão de Whitaker foi causada pelas sucessivas tentativas fracassadas de competir com o Facebook. “O Google ainda põe mais anúncios em frente a mais gente do que o Facebook. Mas o Facebook sabe muito mais sobre essas pessoas. E os anunciantes valorizam tanto esse tipo de informação que chegam a colocar a marca Facebook à frente da sua própria. Exemplo: http://www.facebook.com/nike. Uma empresa com o poder e o charme da Nike pondo sua marca depois da do Facebook? Nenhuma companhia jamais fez isso pelo Google. E o Google ficou ofendido com isso”, diz.

Whitaker afirma que Larry Page assumiu o posto de CEO do Google, em abril de 2011, para corrigir isso. Ele colocou o Google+ no topo das prioridades da empresa e desestimulou projetos que não tivessem relação com a rede social. Também fechou o Google Labs, um espaço para novidades criativas, e restringiu o acesso a certas ferramentas. “O tempo em que o Google contratava pessoas inteligentes e dava poderes a elas para inventar o futuro tinha acabado”, escreve ele.

O engenheiro faz uma avaliação nada animadora dos esforços do Google na área de redes sociais. Embora tenha mais de 90 milhões de pessoas inscritas, o Google+ registra níveis muito baixos de atividade. Por isso, vem sendo chamado de cidade fantasma das redes sociais. “O Google era aquele garoto rico. Ele descobriu que não foi convidado para a festa e resolveu fazer sua própria festa como vingança. O fato de que ninguém veio à festa do Google se tornou um elefante na sala”, diz.

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São Paulo — Em seus 14 anos de existência, o Google conquistou a reputação de empresa dinâmica e inovadora. Mas James Whittaker, ex-diretor de desenvolvimento do Google, diz que o fracasso das suas múltiplas tentativas de enfrentar o Facebook na área de redes sociais deixou a empresa sem rumo e está  matando a inovação nela.

Whittaker demitiu-se do Google há cerca de um mês para voltar a trabalhar na Microsoft , onde já esteve antes. Ele publicou um longo texto em seu blog, na última terça-feira, com o título “Por que deixei o Google”. Nele, o engenheiro e executivo critica duramente seu ex-empregador.

Whittaker elogia o ex-CEO Eric Schmidt que, segundo ele, sempre estimulou a inovação. De fato, trabalhar no Google costumava ser um sonho para engenheiros e programadores ambiciosos (e, para muitos, ainda é). Todos podiam dedicar 20% do seu tempo a projetos pessoais. Novas ideias eram premiadas e havia amplo acesso a ferramentas para o desenvolvimento dos projetos.

Tudo isso, é claro, era pago pela enorme receita com anúncios na web do Google. Mas a publicidade, diz Whitaker, não era o foco do trabalho dos engenheiros. Agora é, afirma ele. “O Google pelo qual me apaixonei era uma empresa de tecnologia que dava poder a seus empregados para que inovassem. O Google que deixei era uma empresa de publicidade com uma visão corporativa estreita”, escreve ele.


A mudança, na visão de Whitaker foi causada pelas sucessivas tentativas fracassadas de competir com o Facebook. “O Google ainda põe mais anúncios em frente a mais gente do que o Facebook. Mas o Facebook sabe muito mais sobre essas pessoas. E os anunciantes valorizam tanto esse tipo de informação que chegam a colocar a marca Facebook à frente da sua própria. Exemplo: http://www.facebook.com/nike. Uma empresa com o poder e o charme da Nike pondo sua marca depois da do Facebook? Nenhuma companhia jamais fez isso pelo Google. E o Google ficou ofendido com isso”, diz.

Whitaker afirma que Larry Page assumiu o posto de CEO do Google, em abril de 2011, para corrigir isso. Ele colocou o Google+ no topo das prioridades da empresa e desestimulou projetos que não tivessem relação com a rede social. Também fechou o Google Labs, um espaço para novidades criativas, e restringiu o acesso a certas ferramentas. “O tempo em que o Google contratava pessoas inteligentes e dava poderes a elas para inventar o futuro tinha acabado”, escreve ele.

O engenheiro faz uma avaliação nada animadora dos esforços do Google na área de redes sociais. Embora tenha mais de 90 milhões de pessoas inscritas, o Google+ registra níveis muito baixos de atividade. Por isso, vem sendo chamado de cidade fantasma das redes sociais. “O Google era aquele garoto rico. Ele descobriu que não foi convidado para a festa e resolveu fazer sua própria festa como vingança. O fato de que ninguém veio à festa do Google se tornou um elefante na sala”, diz.

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