Protestos podem ter sido razão da falha no Telegram (/Ilya Naymushin/Reuters)
Maria Eduarda Cury
Publicado em 13 de junho de 2019 às 15h21.
Última atualização em 13 de junho de 2019 às 15h34.
São Paulo - Na última quarta-feira (12), o Telegram, aplicativo russo de mensagens instantâneas, ficou fora do ar devido a um ataque de negação de serviço, o que fez com que milhares de usuários ficassem impedidos de utilizar os servidores. Diferentemente de uma invasão, esse ataque consiste em sobrecarregar os servidores da empresa e inviabilizar o uso da aplicação.
Desde a semana passada, milhões de residentes de Hong Kong, na China, estão no meio de uma discussão política com seus representantes em razão de algumas emendas que foram propostas a lei de extradição, que permitiriam que uma pessoa fosse enviada para julgamento em outro lugar, inclusive na China continental.
Pavel Durov, fundador do aplicativo, disse que o ataque estava vindo, principalmente, de endereços localizados dentro da China. Isso sugere que o governo chinês poderia estar por trás da sabotagem aos protestos em Hong Kong. Muitas destas pessoas estariam utilizando o serviço de mensagens encriptadas do Telegram para se comunicarem durante as manifestações.
Embora seja evidente que um ataque de negação de serviço não tenha nada a ver com a segurança dos dados armazenados nos servidores do aplicativo - o foco do ataque é desativar, de maneira offline, um serviço -, a empresa garantiu que os dados dos usuários estão seguros em sua plataforma.
No Twitter, em resposta ao tuíte de Durov, houve comentários que relacionaram o caso com a falta da liberdade civil, enquanto outros pediram para que o fundador do Telegram liberasse os endereços IP para provar a sua hipótese.