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Assange anuncia vazamento como último recurso do WikiLeaks

Se o site for fechado, fundador avisa que muitas pessoas - aproximadamente 100 mil - terão como continuar com os vazamentos

Segundo Assange, seu grupo faz parte dos "ativistas da imprensa livre" (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2011 às 11h15.

Washington - O fundador do site Wikileaks, Julian Assange, anunciou no domingo um plano para a divulgação de uma grande quantidade de documentos secretos no caso do portal ser fechado, em uma entrevista ao programa "60 Minutes", do canal americano CBS.

Assange disse que o grupo tem um sistema por meio do qual distribui "backups codificados de coisas que ainda não publicamos".

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"Há backups de informações distribuídos entre muitas pessoas, 100.000 pessoas, e tudo o que temos que fazer é entregar a elas uma chave codificada e serão capazes de continuar", disse.

Assange, que está sob investigação penal nos Estados Unidos pelo vazamento de centenas de milhares de telegramas diplomáticos e documentos militares secretos, afirmou que a medida será adotada apenas como último recurso.

"Se um número de pessoas forem detidas ou assassinadas, então sentiríamos que não poderíamos continuar e outras pessoas teriam que fazer nosso trabalho, e divulgaríamos as chaves", declarou.

Na mesma entrevista, o australiano de 39 anos negou estar motivado por sentimentos antiamericanos ou outros temas políticos, depois de descrever seu grupo como "ativistas da imprensa livre".


"Não é sobre salvar as baleias. É sobre fornecer às pessoas informações para apoiar a pesca das baleias ou não apoiar a pesca das baleias", completou.

"Esta é a matéria-prima necessária para construir uma sociedade justa e civil. Sem isso navegamos no escuro".

Assange se recusou a comentar as acusações da Suécia de crimes sexuais, que resultaram em uma liberdade condicional na Grã-Bretanha, onde aguarda a decisão sobre o pedido de extradição de Estocolmo.

Ao ser questionado sobre planos de divulgar informações a respeito do Bank of America, Assange riu e não confirmou ou negou o projeto.

"Todos os bancos estão com medo, pensando que talvez sejam eles. Quando você vê organizações sofrendo as consequências de seus abusos e vê as vítimas moralmente elevadas, esta é uma atividade muito prazerosa com a qual estar envolvido", completou.

Assange afirmou em uma entrevista à revista Forbes em novembro que um "megaleak" (grande vazamento) afetaria um grande banco americano no início de 2011.

O fundador do Wikileaks já havia afirmado possuir um tesouro oculto de documentos sobre o Bank of America, o maior banco dos Estados Unidos, que registrou queda de mais de 3% de suas ações em 30 de novembro, depois da publicação da entrevista da Forbes.

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