No princípio era assim: . Depois, vieram os softwares de administração de conteúdo, cada vez mais sofisticados, com elevadíssimos graus de automação e preços mais altos ainda. O Vignette, o exemplar mais nobre dessa geração, adotado por sites como CNET e Globo.com, chega a custar, em licença, 400 mil dólares, ou 948 mil reais, por 14 CPUs. Como a turma da internet não anda exatamente nadando em dinheiro ultimamente, INFO resolveu testar uma opção muito mais modesta e radicalmente mais econômica de software de administração de conteúdo: o Calandra, da empresa carioca ISM. Seus cartões de visita mais conhecidos são os sites do Casseta e Planeta e o Portal X, e seus preços parecem razoáveis: 46 mil reais por 20 licenças. Ou seja, é quase 30 vezes mais barato que o Vignette.

No passado, o Calandra já foi uma chateação. Só podia ser usado por quem trabalhasse com o Notes, da Lotus/IBM. Como no Brasil o Notes nunca chegou a se propagar como nos Estados Unidos, isso restringia e complicava enormemente seu uso por aqui. Mas agora é diferente. O Calandra continua ligado umbilicalmente ao servidor Domino, da Lotus/IBM, mas caiu na rede e pode ser usado por qualquer pessoa munida de um browser IE 5.5. Essa interface web deu vida nova ao Calandra. Uma penca de outros novos recursos só tornou o produto ainda mais interessante.

Atualmente, usar o Calandra é tão fácil para leigos quanto para entendidos na hora de atualizar um site. Seus formulários são simples, no estilo idiot proof, e permitem colocar nas páginas web tanto textos quanto links, tabelas, ilustrações, fotos, arquivos de áudio e vídeo sem saber nada, nadinha de programação. E sem ficar clicando horas para fazer as coisas acontecerem.

Um outro destaque é a publicação de enquetes e fóruns, que agora dispensam CGIs e tags. Com alguns cliques dá para colocar uma pesquisa no ar e também receber as estatísticas já tabuladas, na hora, segundo a segundo, com os resultados. Falando em estatísticas, essa nova versão do Calandra vem com uma ferramenta de análise de audiência. Ela traz o número de page views em forma de gráficos ou tabelas. Obter a audiência pelo número de usuários únicos não é uma característica-padrão da ferramenta. Quem quiser ter esses números, que aliás são essenciais, precisa adaptar o seu software para isso.

O Calandra KBX vem com um sistema de workflow que permite múltiplos níveis de aprovação, se isso for considerado necessário. Para que um texto não fique emperrado à espera de aprovação, o Calandra manda para cada um dos responsáveis um e-mail avisando sobre a pendência.

Essa simplicidade na hora da atualização exige uma implementação feita bem cuidadosamente. Há 100 tags específicas do programa que devem ser inseridas num site para que ele fique totalmente customizado para a utilização do Calandra. Ao contrário da publicação de novos conteúdos, esse serviço não é para qualquer pessoa. É preciso conhecer bem o produto e os códigos das páginas para preparar o site. Outra limitação do software fica por conta da personalização. No caso de intranets, até é possível criar uma página específica para os diretores, outra para os gerentes e ainda outra para o resto do quadro de funcionários, por exemplo. Mas para os sites abertos da internet, o ideal seria poder criar uma página específica para cada um dos usuários. Isso não é possível com o Calandra KBX.

	Calandra KBX
Fabricante	ISM
O que é: ferramenta de publicação na internet
Pró: simples de usar e com interface 100% web
Contra: exige uma implementação bem feita com tags muito específicas
Implementação
Publicação
Personalização
Fluxo de trabalho
Controle de audiência
Avaliação final(1)
Preço (R$)	46 000 (para 20 licenças)
Onde encontrar	ISM www.ism.com.br (21) 2533-3937
PÉSSIMO FRACO REGULAR BOM ÓTIMO
(1) Média ponderada considerando os seguintes itens e respectivos pesos: Implementação (30%), Publicação (40%), Personalização (10%), Fluxo de trabalho (10%), Controle de audiência (10%)