Apple insinua novos produtos e modelos de iPhone
Com aparelhos com telas maiores em desenvolvimento, companhia disse ontem que os compradores estão adiando a compra de novos iPhone
Da Redação
Publicado em 23 de julho de 2014 às 21h40.
San Francisco - Apple sinalizou que a longa espera por produtos novos está chegando ao fim.
Com aparelhos com telas maiores em desenvolvimento, a Apple disse ontem que os compradores estão adiando a compra de novos iPhone , o que afetará as vendas no trimestre atual, que finaliza em setembro.
No entanto, em vez de dissuadir os compradores de protelarem, a Apple atiçou a expectativa por novos dispositivos numa teleconferência em que o CEO Tim Cook falou de uma “carteira incrível” que “mal podemos esperar para mostrar-lhes” e o diretor financeiro Luca Maestri declarou que seria um “outono (boreal) muito agitado”.
A expectativa por dispositivos novos é a principal razão pela qual os investidores mal reagiram ontem aos resultados da Apple no terceiro trimestre do seu ano fiscal.
A empresa mais valiosa do mundo registrou um aumento de 12 por cento da renda líquida, para US$ 7,75 bilhões, e uma alta da receita de 6 por cento, para US$ 37,4 bilhões; as vendas fortes de iPhone e Mac compensaram uma queda na demanda por iPad.
Em vez disso, os investidores falavam com interesse sobre os próximos produtos da Apple.
A empresa com sede em Cupertino, Califórnia, que não apresenta um dispositivo móvel novo desde o ano passado, está trabalhando em modelos de iPhone com telas maiores, um potencial aparelho de vestir e uma atualização da Apple TV, disseram fontes do setor.
A importância do iPhone
No último trimestre, as vendas de iPhone aumentaram 13 por cento, para 35,2 milhões, e as vendas de Mac subiram 18 por cento, para 4,4 milhões.
Isso ajuda a compensar o segundo declínio trimestral consecutivo do iPad, cujas vendas caíram 9 por cento, para 13,3 milhões, pois o mercado de tablets está se saturando, especialmente nos EUA e na Europa Ocidental.
Os resultados reforçaram a importância do iPhone, que representa mais de metade da receita da Apple e cerca de 70 por cento do total de lucros, segundo o ISI Group.
A Apple lançará novos modelos de iPhone, com tela de 4,7 polegadas e de 5,5 polegadas, disseram fontes do setor. Alguns analistas antecipam que os novos dispositivos sejam os mais vendidos da empresa desde a apresentação do iPhone, em 2007.
A Apple está respondendo a uma mudança nas preferências dos consumidores em favor de smartphones com telas maiores, tendência que a Samsung Electronics e outras empresas têm aproveitado para arrebatar a participação da Apple no mercado.
Na China, cerca de 40 por cento dos dispositivos móveis vendidos com o sistema operacional Android da Google Inc. em 2014 tinham uma tela de mais cinco polegadas, segundo uma estimativa da Forrester Research.
Foco na China
A China também continua sendo um importante foco para a Apple.
Nos últimos três meses, a empresa disse que as vendas de iPad cresceram 51 por cento no país mais populoso do mundo e que as vendas de iPhone aumentaram 48 por cento, impulsionadas por uma parceria para vender o dispositivo através da operadora de telefonia celular China Mobile.
As vendas de Mac também aumentaram 39 por cento na China, disse Cook.
Junto com a China, as vendas no Brasil, na Índia e na Rússia também têm sido fortes. As vendas de iPhone nesses países aumentaram em total 55 por cento no último trimestre.
Após enfrentar críticas de investidores ativistas, como Carl Icahn, para que retornasse mais dinheiro aos acionistas, a Apple também continuou aumentando seu dividendo.
A companhia disse que daria um dividendo de US$ 0,47 por ação, que será pagável em 14 de agosto aos acionistas do que foi registrado até 11 de agosto. Por meio de dividendos e reaquisições, a Apple já pagou US$ 74 bilhões até agora como parte de um programa de retorno de capital de US$ 130 bilhões autorizado para funcionar por mais seis trimestres.
A Apple tinha US$ 164,5 bilhões em caixa e investimentos no final do trimestre passado, com somente US$ 27 bilhões mantidos nos EUA. As vendas internacionais representaram 59 por cento da receita da empresa no último trimestre.