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Após remoção de Trump das redes sociais, compartilhamento de desinformação cai

Pesquisa aponta que circulação de falsidades sobre fraude nas eleições americanas caiu 73% na semana seguinte à suspensão

Conteúdo relacionado à invasão do Capitólio nos EUA também foi reduzido (Win McNamee/Getty Images)

Conteúdo relacionado à invasão do Capitólio nos EUA também foi reduzido (Win McNamee/Getty Images)

TL

Thiago Lavado

Publicado em 19 de janeiro de 2021 às 06h00.

Desde que Donald Trump, que permanece presidentes dos Estados Unidos até esta quarta-feira, 20, foi banido das redes sociais, o compartilhamento de falsidades sobre fraude eleitoral caiu.

De acordo com a empresa de pesquisas Zignal Labs, que faz monitoramento de plataformas e redes sociais, a redução foi de 73% na semana subsequente à remoção de Trump. Ele foi banido permanentemente do Twitter provisoriamente do Facebook — o presidente da rede social, Mark Zuckerberg, afirmou que a suspensão duraria até a posse de Joe Biden, marcada para esta quarta-feira.

Há outros fatores que podem ter impactado na diminuição do conteúdo: a extrema-direita nessas redes sociais pode ter desistido de tentar reverter a eleição após a confirmação de Biden pelo Congresso, por exemplo, ou mesmo pode ter havido uma migração para outras redes.

De acordo com o jornal Washington Post, que teve acesso ao estudo da Zignal, hashtags associadas à invasão do Capitólio também caíram no período analisado. As tags #FightforTrump, #HoldTheLine e o termo 'March for Trump', todos associados com a invasão do prédio do Congresso, tiveram quedas de 95%. O Twitter afirmou na semana passada que suspendeu ainda 70.000 contas vinculadas a conspirações pró-Trump.

As redes sociais sempre defenderam a permanência de Trump nas redes sociais sob o aspecto de que o público merece e precisa saber o que políticos compartilham e dizem. Por esse motivo, comunicação oficial de governos é mantida nas redes, apesar de uma eventual violação das regras — ainda que seja escondida e tenha alcance reduzido pelas plataformas.

A postura mudou depois da invasão do Capitólio por partidários insuflados por Trump, no dia 8 de janeiro. Cinco pessoas acabaram mortas durante a invasão. Com a preocupação de repetição das cenas nos dias seguintes e na inauguração de Joe Biden, no dia 20, as redes optaram pela suspensão das contas de Trump, que em nenhum momento recriminou os invasores.

Desde então, o presidente tem acusado as plataformas de cercear sua liberdade de expressão e tem feito declarações curtas pela assessoria de imprensa da Casa Branca. Ele sofreu um segundo impeachment na Câmara dos representantes na última semana.

Informações de bastidores de Washington apontam que Trump tem passado os últimos dias irritado, amargurado e isolado.

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