Tecnologia

Amazon vai lançar satélites para concorrer com SpaceX. Entenda

Empresa de Jeff Bezos anunciou acordos com três companhias para iniciar "constelação" de 3.236 satélites

 (AFP/Reprodução)

(AFP/Reprodução)

A

AFP

Publicado em 5 de abril de 2022 às 13h39.

Última atualização em 5 de abril de 2022 às 14h20.

A Amazon anunciou, nesta terça-feira, 5, acordos inéditos com as empresas Arianespace, Blue Origin e United Launch Alliance (ULA) para mais de 80 lançamentos espaciais para colocar milhares de satélites em órbita baixa da Terra, com o objetivo de fornecer Internet banda larga a milhões de pessoas.

"Os contratos preveem até 83 lançamentos em um período de cinco anos, permitindo que a Amazon implante a maioria de sua constelação de 3.236 satélites", informou a empresa em um comunicado, que disse se tratar da "maior encomenda de foguetes da história".

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia

O custo total e o cronograma de lançamentos estabelecido para tornar o Projeto Kuiper da Amazon uma realidade não foram divulgados.

"Ainda temos muito trabalho, mas a equipe continua alcançando marco após marco em todos os aspectos do nosso sistema de satélites", celebrou o vice-presidente da Amazon, Dave Limp, no mesmo comunicado.

"O Projeto Kuiper fornecerá banda larga rápida e acessível a milhões de usuários em comunidades marginalizadas em todo o mundo".

Apesar de sua envergadura, o projeto de Internet rápida por satélite da Amazon não é o primeiro.

O multimilionário Elon Musk, presidente da companhia espacial Space X, já colocou 2 mil satélites em órbita — de um total de 12 mil programados — para criar sua própria rede de internet Starlink, que já atende muitos países.

A britânica One Web já enviou 428 de 648 satélites previstos para seu próprio serviço.

Dois dos EUA e um da França

A ULA obteve a maior parte dos contratos, com 38 lançamentos. Esta joint venture formada pelos gigantes americanos Boeing e Lockheed Martin anunciou que fará investimentos para ter uma segunda plataforma neste local emblemático da história espacial, o que permitirá um "maior ritmo de lançamentos" de seu foguete Vulcan Centaur.

Já a Blue Origin, fundada pelo bilionário Jeff Bezos, assim como a Amazon, fará 12 lançamentos para seu futuro foguete New Glen, com a opção de 15 adicionais. A empresa também se beneficiará do contrato com a ULA, porque fabrica os motores do foguete Vulcan Centaur de sua concorrente.

A única participante não americana, a francesa Arianespace, ficou responsável por 18 lançamentos, a bordo do Ariane 6.

O Projeto Kuiper visa fornecer Internet de alta velocidade para residências, escolas, operações de emergência e outros em locais sem conexão confiável, segundo a Amazon, que já disse ter investido "mais de US$ 10 bilhões" na iniciativa.

Segundo o vice-presidente de tecnologia do Projeto Kuiper, Rajeev Badyal, a Amazon planejou desde o início contratar várias empresas de lançamentos espaciais, com o objetivo de reduzir os riscos de atrasos e economizar dinheiro em relação à concorrência.

"Esses enormes foguetes de carga pesada também nos permitem implantar mais de nossa constelação [satélite] com menos lançamentos", disse Badyal.

Espera-se que o grande número de lançamentos planejados impulsione esse setor nos Estados Unidos e na Europa.

"Este contrato, o maior que já assinamos, é um grande momento na história da Arianespace", disse seu diretor-executivo Stephane Israel no comunicado.

A diretor da ULA, Tory Bruno, comemorou "o início de uma era emocionante" para sua empresa e toda a indústria de lançamentos espaciais dos EUA.

Acompanhe tudo sobre:AmazonElon MuskInternetSatélitesSpaceX

Mais de Tecnologia

Como o Google Maps ajudou a solucionar um crime

China avança em logística com o AR-500, helicóptero não tripulado

Apple promete investimento de US$ 1 bilhão para colocar fim à crise com Indonésia

Amazon é multada em quase R$ 1 mi por condições inseguras de trabalho nos EUA