Tecnologia

Alibaba planeja investir US$ 3 bilhões no app Grab, concorrente do Uber

O investimento no aplicativo de transporte daria à gigante de tecnologia chinesa acesso aos dados de milhões de clientes no Sudeste Asiático

Alibaba: investimento no Grab pode ser o maior movimento da gigante chinesa no Sudeste Asiático (Aly Song/File Photo/Reuters)

Alibaba: investimento no Grab pode ser o maior movimento da gigante chinesa no Sudeste Asiático (Aly Song/File Photo/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 14 de setembro de 2020 às 11h55.

O Alibaba está em negociações para investir US$ 3 bilhões no Grab, aplicativo de transporte do Sudeste Asiático, segundo pessoas a par do assunto.

O gigante de comércio eletrônico chinês, único investidor da rodada, vai gastar parte dos recursos para comprar algumas ações do Grab em mãos da Uber Technologies, disse uma das pessoas, que pediu para não ser identificada. O acordo poderia representar uma das maiores apostas do Alibaba no Sudeste Asiático desde seu primeiro investimento na Lazada, em 2016.

A maior corporação da China fez incursões limitadas no segmento de transporte por aplicativo, mas uma possível parceria com o Grab daria ao Alibaba acesso a dados de milhões de usuários em oito países, uma frota de entregas crescente, bem como participação em carteira digital e serviços financeiros. Um plano específico em discussão é integrar a rede de distribuição do Grab à Lazada, dando à startup de Cingapura acesso a uma rede mais ampla de consumidores, disse uma das pessoas.

O financiamento - cerca de 20% da avaliação mais recente do Grab, de US$ 14 bilhões - vem em meio a questões crescentes sobre a capacidade da empresa de entregar resultados em linha com seu alto preço e também ao impacto da pandemia de coronavírus.

Anthony Tan, CEO do Grab, disse que a empresa enfrenta sua “maior crise”, enquanto o cofundador Tan Hooi Ling alertou em maio sobre um “longo inverno”. Os investidores atuais também estão frustrados com o que consideram uma competição destruidora de valor com a Gojek, arquirrival regional do Grab.

Os maiores aplicativos de transporte do mundo travaram por anos custosas batalhas até decidirem ficar fora de um mercado. A trégua deixou a Uber com participações consideráveis em suas rivais no valor de mais de US$ 9 bilhões, incluindo uma fatia de 23,2% no Grab no final de 2018.

Masayoshi Son, do SoftBank, que tem participações em todos os maiores aplicativos de transporte do mundo, está no centro das discussões. A empresa japonesa usou sua posição como principal acionista para pressionar a Uber a se desfazer das participações no Grab, na chinesa Didi Chuxing e na russa Yandex, disse a fonte. Em abril, a Uber estimou perdas contábeis de cerca de US$ 2 bilhões nesses investimentos devido ao impacto da pandemia.

Representantes do Grab não quiseram comentar, enquanto Uber e SoftBank não responderam imediatamente a pedidos de comentário. O Alibaba também não comentou.

O JPMorgan Chase está assessorando o Grab, e o Goldman Sachs é o assessor da Gojek, disseram outras pessoas a par do assunto. Um cenário discutido no passado é potencialmente combinar apenas os negócios de transporte das empresas na Indonésia, disse uma das pessoas. Grab e Gojek, avaliadas em US$ 10 bilhões, são fortes concorrentes com a ambição de criar um “superaplicativo tudo em um”. Também competem na entrega de alimentos e serviços financeiros.

--Com a colaboração de Giles Turner e Zheping Huang.

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