Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2012 às 13h08.
O One Touch está no limiar do que chamamos de smartphone hoje em dia. Seu processador de um núcleo com clock de 420 MHz tem um desempenho perceptivelmente inferior a média. A GPU também é bem simples, tão simples, na verdade, que o aparelho foi incapaz de executar o benchmark Quadrant por conta da falta de suporte ao stencil buffer. Conseguimos outro benchmark, o Neocore, mas mesmo um aplicativo de avaliação já um tanto ultrapassado como esse não foi generoso ao mensurar a performance do aparelho: a animação que o programa gera alcançou apenas 13,5 FPS.
Ao complementar o mal agouro desses números com a pouca memória (256 MB de RAM), obtemos um cenário pouco promissor para o desempenho do One Touch. Ele também não se destaca pelo armazenamento, que é mediado por um slot de cartão microSD convencional. O resultado final, no entanto, não é tão ruim quanto aparenta ser. A sombra do lag está sempre presente durante o uso do One Touch, mas o aparelho é pelo menos funcional na maioria das situações.
Infelizmente, essa escassez de recursos se estende também à seara da conectividade, pois é um aspecto mais importante para um smartphone do que a configuração em si. O One Touch não tem 3G. Ele se limita a oferecer EDGE e GSM. Se você esperava suprir essa falta com o Wi-Fi, não se anime muito: só há suporte aos padrões IEEE 802.11b e IEEE 802.11g, menos avançados que o já tão disseminado IEEE 802.11n. Pelo menos há suporte para A-GPS e Bluetooth 2.1. Já a lista de conexões físicas, como era de se esperar, se resume a P2 e microUSB.
O software segue a mesma tendência de simplicidade do hardware. A Alcatel optou por uma versão levemente customizada do Froyo (Android 2.2.2). Trata-se, sem dúvida, de um sistema desatualizado, mas que ainda serve bem às exigências do mercado moderno. Além disso, embora a adoção do Gingerbread (Android 2.3) tenha sido vigorosa, o Froyo ainda mantém uma fatia ampla do bolo Android.
Em termos de aplicativos pré-instalados, vale mencionar o identificador de músicas Shazam e o leitor de arquivos Office OfficeSuite. No caso deste último trata-se apenas da versão mais básica, que não permite a edição de documentos. A mudança mais significativa do sistema é a inclusão do teclado TouchPal, que combina o estilo de digitação do SWYPE com um sistema de predição de palavras mais avançado. No entanto, o layout das teclas é um pouco estranho: ele não exibe o Shift por padrão, e o @ só é acessado através de um atalho.
De certa forma, a inclusão de um teclado focado na predição de palavras foi uma escolha sensível da Alcatel, considerando que a tela resistiva dificulta muito a digitação. Mais que do isso: a tela resistiva dificulta todas as tarefas, especialmente as que requerem gestos nas bordas do display, como o comando que invoca a barra de notificações.
Com efeito, esse descuido com a tela de toque é o maior deslize do One Touch. Não há configuração ou recursos extras que salvem um aparelho de uma interface ruim, pelo simples fato de que mesmo um processador poderoso é inútil se o usuário não consegue efetuar comandos. No final das contas, uma tela menor teria proporcionado uma experiência de uso mais satisfatória se aliada a um teclado físico.
As qualidades visuais do display são menos decepcionantes, mas também não chegam a inspirar elogios. Ele apresenta números bem modestos: são 3,2 polegadas preenchidas por 240 x 320 pixels. De qualquer modo, essa resolução está dentro dos limites do aceitável para uma tela desse tamanho e qualquer adição pixels provavelmente imporia uma carga muito pesada ao esquálido processador do One Touch. Apesar da configuração de peso-leve e do display pequeno, a vida da bateria não impressiona muito. Com uma duração de 412 minutos, ela fica só um pouco acima da média.
Duração da bateria durante chamada
Barras maiores indicam melhor desempenho
LG Optimus Me
8h19min
Motorola Spice Key
7h01min
Alcatel One Touch
6h52min
ZTE Skate
6h29min
Samsung Galaxy Ace
6h18min
Como reprodutor de mídia, esse smartphone cumpre o básico ao oferecer suporte aos codecs de vídeo e áudio mais utilizados. Já como produtor, ele está definitivamente abaixo da média. Além da já mencionada baixa resolução da câmera, os vídeos são gravas a um frame rate insuficiente. Ele também não tem flash, o que torna as fotos em ambientes pouco iluminados quase impraticáveis.
O que pensar do One Touch depois de observar tantas faltas? Excetuando-se a possibilidade de utilizar dois cartões SIM, ele não tem muito a seu favor. Ainda assim, não se trata de um aparelho inutilizável. Se você depende do uso de duas linhas diferentes de telefone, o One Touch merece um pouco da sua atenção por ser mais completo que um celular comum. Porém, se esse não é o seu caso, há outras opções de smartphone Android que oferecem mais recursos sem fugir muito dessa faixa de preço.
Conexão | 3G |
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SO | Android 2.2 |
Armazenamento | 512 MB + 2 GB (microSD) |
Duração de Bateria | 6h52min de bateria |
Câmeras | 2 MP |
Peso | 102 g |
Processador | 420 MHz |
Tela | 3,2 |
Prós | Possibilidade de utilizar 2 SIM simultaneamente; |
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Contras | Tela resistiva; configuração fraca; conectividade insuficiente; |
Conclusão | Recomendável apenas para quem precisa manter duas linhas de telefone distintas e quer algo mais avançado do que um celular simples; |
Média | 6.4 |
Preço | R$ 449 |