Abril cria distribuidora de livros e revistas digitais
O Iba, serviço de distribuição de livros, revistas e jornais digitais para iPad e outros dispositivos, vai competir com o Newsstand, da Apple
Maurício Grego
Publicado em 7 de outubro de 2011 às 14h04.
São Paulo — O grupo Abril, ao qual pertence EXAME.com, está colocando no ar o Iba, serviço de distribuição de publicações digitais para iPad e outros dispositivos. O Iba é uma empresa independente formada com capital da Abril. Vai competir com o Newsstand, da Apple, e com livrarias online como a Amazon . O serviço já conta com cerca de 5 mil livros de mais de 50 editoras e negocia a distribuição também de jornais e revistas.
Embora o Iba já esteja funcionando há algumas semanas, sua divulgação para o público só vai começar em novembro. “Nesta primeira fase, nossa prioridade era fechar contratos com as editoras”, diz Fernando Cirne, diretor de e-commerce da Abril. Entre as editoras que já integram o serviço estão Record, Sextante, Rocco e Companhia das Letras.
Estão lá, também, as revistas da editora Abril. Nesse caso, o Iba vende tanto assinaturas das edições digitais como das publicações em papel. “Nada impede que, algum dia, passemos a distribuir também vídeo e música”, diz Cirne. O pagamento é feito pelos meios habituais no comércio eletrônico, como o cartão de crédito, e o site se encarrega da cobrança. As publicações podem ser lidas por meio de um aplicativo para PC ou iPad. Uma versão para Android deve ficar pronta até o final do ano.
O dilema do iPad
O serviço é uma resposta a um dilema que as editoras vivem desde que o iPad foi anunciado, no início de 2010. Essas empresas viram, no tablet, uma oportunidade para levar publicações digitais ao leitor. Mas as rígidas regras da Apple tornam a distribuição por meio da App Store e da loja iTunes desinteressante para muitas delas.
A Apple cobra uma comissão de 30% e não compartilha os dados dos assinantes com as editoras. Assim, elas perdem a chance de conhecer o leitor e enviar novas ofertas a ele. Além disso, a editora arca com os custos do armazenamento do conteúdo.
Até agora, ela tinha de desenvolver também o aplicativo, algo que deve mudar com o Newsstand, novidade do sistema operacional iOS 5, que a Apple deve liberar na próxima semana para os usuários de iPhone e iPad. O Newsstand agrupa os jornais e revistas num aplicativo único, como já acontece com os livros no iBooks.
Mas as demais restrições permanecem, assim como a necessidade de criar múltiplos aplicativos para atender também a plataformas como Android, Windows e Mac. Algumas publicações, como o jornal britânico Financial Times , tentaram evitar essas desvantagens criando aplicativos que funcionam via web e não dependem da App Store.
Livrarias online como a Amazon também desenvolveram leitores para e-books que funcionam via web. É uma solução interessante para publicações conhecidas, como o Financial Times. Mas, para uma editora menor, o custo do desenvolvimento e da divulgação pode tornar essa opção menos atraente.
A solução proposta pelo Iba tenta chegar a um equilíbrio. As editoras podem usar seus próprios canais de vendas para promover os produtos. E a distribuidora vai compartilhar, com cada uma delas, os dados dos seus respectivos assinantes. O serviço trabalha com múltiplos formatos de publicações digitais – PDF, ePUB, WoodWing – de modo que cada empresa pode usar os arquivos que já possui.
Como os demais aplicativos na App Store, o que foi desenvolvido pelo Iba para o iPad segue as normas da Apple. Assim, para evitar a cobrança da comissão na App Store, não há venda de publicações dentro do programa. Também não há link para a loja na web – algo que a Apple proíbe. Essas restrições também estão presentes, por exemplo, no aplicativo Kindle para iPad, da Amazon.
Outros serviços
O Iba não é o único serviço desse tipo no Brasil. A empresa carioca Gol Mobile oferece o aplicativo O Jornaleiro, para iPad, que funciona como banca virtual. Dentro dele, é possível comprar revistas de mais de 30 editoras. Além disso, um grupo de grandes editoras de livros brasileiras montou a DLD, uma distribuidora conjunta de livros digitais.
Já a Associação Nacional de Jornais (ANJ) tem um comitê que estuda a criação de uma banca digital unificada para seus associados. Em geral, esses serviços não trabalham com exclusividade. Algumas das empresas fundadoras da DLD, por exemplo, também têm contrato com o Iba.
São Paulo — O grupo Abril, ao qual pertence EXAME.com, está colocando no ar o Iba, serviço de distribuição de publicações digitais para iPad e outros dispositivos. O Iba é uma empresa independente formada com capital da Abril. Vai competir com o Newsstand, da Apple, e com livrarias online como a Amazon . O serviço já conta com cerca de 5 mil livros de mais de 50 editoras e negocia a distribuição também de jornais e revistas.
Embora o Iba já esteja funcionando há algumas semanas, sua divulgação para o público só vai começar em novembro. “Nesta primeira fase, nossa prioridade era fechar contratos com as editoras”, diz Fernando Cirne, diretor de e-commerce da Abril. Entre as editoras que já integram o serviço estão Record, Sextante, Rocco e Companhia das Letras.
Estão lá, também, as revistas da editora Abril. Nesse caso, o Iba vende tanto assinaturas das edições digitais como das publicações em papel. “Nada impede que, algum dia, passemos a distribuir também vídeo e música”, diz Cirne. O pagamento é feito pelos meios habituais no comércio eletrônico, como o cartão de crédito, e o site se encarrega da cobrança. As publicações podem ser lidas por meio de um aplicativo para PC ou iPad. Uma versão para Android deve ficar pronta até o final do ano.
O dilema do iPad
O serviço é uma resposta a um dilema que as editoras vivem desde que o iPad foi anunciado, no início de 2010. Essas empresas viram, no tablet, uma oportunidade para levar publicações digitais ao leitor. Mas as rígidas regras da Apple tornam a distribuição por meio da App Store e da loja iTunes desinteressante para muitas delas.
A Apple cobra uma comissão de 30% e não compartilha os dados dos assinantes com as editoras. Assim, elas perdem a chance de conhecer o leitor e enviar novas ofertas a ele. Além disso, a editora arca com os custos do armazenamento do conteúdo.
Até agora, ela tinha de desenvolver também o aplicativo, algo que deve mudar com o Newsstand, novidade do sistema operacional iOS 5, que a Apple deve liberar na próxima semana para os usuários de iPhone e iPad. O Newsstand agrupa os jornais e revistas num aplicativo único, como já acontece com os livros no iBooks.
Mas as demais restrições permanecem, assim como a necessidade de criar múltiplos aplicativos para atender também a plataformas como Android, Windows e Mac. Algumas publicações, como o jornal britânico Financial Times , tentaram evitar essas desvantagens criando aplicativos que funcionam via web e não dependem da App Store.
Livrarias online como a Amazon também desenvolveram leitores para e-books que funcionam via web. É uma solução interessante para publicações conhecidas, como o Financial Times. Mas, para uma editora menor, o custo do desenvolvimento e da divulgação pode tornar essa opção menos atraente.
A solução proposta pelo Iba tenta chegar a um equilíbrio. As editoras podem usar seus próprios canais de vendas para promover os produtos. E a distribuidora vai compartilhar, com cada uma delas, os dados dos seus respectivos assinantes. O serviço trabalha com múltiplos formatos de publicações digitais – PDF, ePUB, WoodWing – de modo que cada empresa pode usar os arquivos que já possui.
Como os demais aplicativos na App Store, o que foi desenvolvido pelo Iba para o iPad segue as normas da Apple. Assim, para evitar a cobrança da comissão na App Store, não há venda de publicações dentro do programa. Também não há link para a loja na web – algo que a Apple proíbe. Essas restrições também estão presentes, por exemplo, no aplicativo Kindle para iPad, da Amazon.
Outros serviços
O Iba não é o único serviço desse tipo no Brasil. A empresa carioca Gol Mobile oferece o aplicativo O Jornaleiro, para iPad, que funciona como banca virtual. Dentro dele, é possível comprar revistas de mais de 30 editoras. Além disso, um grupo de grandes editoras de livros brasileiras montou a DLD, uma distribuidora conjunta de livros digitais.
Já a Associação Nacional de Jornais (ANJ) tem um comitê que estuda a criação de uma banca digital unificada para seus associados. Em geral, esses serviços não trabalham com exclusividade. Algumas das empresas fundadoras da DLD, por exemplo, também têm contrato com o Iba.