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A transformação digital não é mais opcional, diz presidente da Sambatech

Empresa teve de lançar novas formas de negócio para atender as demandas dos clientes em meio à pandemia do novo coronavírus

Para Gustavo Caetano, presidente da Sambatech: "a adoção de tecnologia passou a ser mandatória para os negócios" (Leo Drumond/Nitro)

Tamires Vitorio

Publicado em 22 de agosto de 2020 às 08h00.

Última atualização em 8 de setembro de 2020 às 01h14.

Com mais de 500 clientes e 4 milhões de alunos cadastrados, a produtora Sambatech expandiu seus horizontes para além da educação à distância --- braço da companhia criado em 2018.

Para responder mais assertivamente à pandemia do novo coronavírus , a startup criou duas novas áreas: a Samba Digital, que entrega soluções customizadas para os clientes em até duas semanas e uma solução de videoconferência.

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A primeira tem como foco levar a cultura digital e a inovação para outras empresas que não são do ramo da tecnologia --- demanda que se tornou ainda mais forte em tempos de crise. Para Gustavo Caetano, presidente da Sambatech, "a adoção de tecnologia passou a ser mandatória para os negócios". " Todas as grandes empresas estão em busca do novo, de adoção do digital não só como ferramenta, mas como cultura", disse ele em entrevista à EXAME .

Confira abaixo os melhores trechos da conversa:

A Samba Digital, que é essa nova unidade de negócios que tende a se tornar uma empresa, vem para resolver outro problema dos negócios, para respontar a uma demanda que foge um pouco do vídeo. Entendemos que estávamos em um movimento global de transformação digital e de todas as empresas de todos os tamanhos estavam preocupadas com a digitalização dos negócios, a gente entendeu que tínhamos essa abertura para trazer inovação para os negócios.

Precisamos mudar o mindset do time, trazer a cultura de startup para empresas maiores e essa oferta é dividida em dois lados: um lado é dentro da empresa, que ajuda a mudar o mindset da empresa, que ajuda empresas maiores a ficarem mais ágeis, a se abrirem para falhas, e do lado de fora para que as empresas levem experiências agradáveis para os clientes.

Ajudamos empresas de grande e médio porte nesse movimento. Temos clientes como Ricardo Amorim, Grupo Petrópolis, Porto Seguro, Boticário, Ambev… Nesse primeiro momento são empresas de um porte até maior que tem nos procurado e agora estamos tentando levar essa cultura digital para empresas de médio porte, que tem uma cultura que traz dificuldade a uma adoção de metodologias mais ágeis.

O processo é consultivo. A gente faz um entendimento do cenário do cliente. A gente entende que transformação digital não tem a ver só com tecnologia. O primeiro passo é sempre buscar entender qual problema o cliente quer resolver. Então fazemos sessões de design thinking para depois trazer soluções tecnológicas.

Tem empresas que a gente oferece uma parte de treinamento. Temos duas vertentes: ou um lado muito mais de mudar a cultura mesmo ou por meio da adoção de novas tecnologias.

Queremos entender como fazer algo 10 vezes mais rápido, com 10 vezes mais valor para o cliente. Para chegar nisso, ou a gente muda processo, ou adiciona processos, ou adiciona tecnologias novas. Os caminhos geralmente são esses.

A gente nunca trabalhou por home office, não tínhamos essa cultura porque sempre tivemos a cultura de escritório. Quando começou a pandemia e foi todo mundo para a casa, a gente teve que mudar a logística todo. Até o final do ano devemos estar 100% digitais e devemos nos manter assim. Todo trabalho tende a ficar remoto daqui pra frente, embora pretendamos manter o escritório para reuniões. O primeiro desafio foi como manter uma cultura forte apesar da distância, então começamos a usar nossa própria ferramenta para oferecer um EaD para nossos funcionários.Com a distância, precisamos treinar muito mais e estarmos muito mais próximos.

Outra mudança que foi positiva em um momento tão dificil foi conseguirmos contratar gente em diferentes partes do Brasil, um desejo antigo nosso, mas que não era possível por conta dos escritórios físicos. Estamos conseguindo buscar gente muito boa em lugares que as pessoas não tinham nem oportunidades. Estamos com 27 vagas abertas e iremos abrir mais 115 até o final do ano. 80% a 85% dessas vaga serão na área de desenvolvimento.

É mais complexo pelo depois. É questão de como fazer a pessoa contratada se sentir parte do time em um ambiente que não é físico. Estamos aprendendo isso. A vantagem é que temos uma marca mais conhecida e clientes que as pessoas querem trabalhar.Acaba que a gente tem uma oferta atrativa para os talentos.

Em outro lado, é melhor. Porque em Belo Horizonte, onde é a nossa matriz, temos um cenário muito complexo de falta de mão de obra porque já temos um monte de players e de startups consolidadas e gigantes. A gente achou que o melhor caminho era a gente buscar fora de BH e tem sido muito legal essa experiência.

O que eu tenho visto é que a visão das grandes empresas é que a adoção da tecnologia passou a ser mandatória para os negócios em meio à pandemia. Antes as pessoas tinham tempo de experimentar mais. A transformação digital deixou de ser só uma opção. Todas as grandes empresas estão em busca do novo, de adoção do digital não só como ferramenta, mas como cultura. Esse entendimento de que é preciso ter mais agilidade nos processos também aumentou.

A guerra agora no mercado não vai ser do maior com o menor, vai ser do mais rápido para o mais lento.

As empresas precisam trazer o digital para dentro, não só pela moda, mas por um propósito. Com esse olhar de pensar em como reduzir atritos, como evitar fricção para os clientes e tem muita oportunidade de melhoria ai.

Nosso conceito de transformação digital é muito menos baseado em invenção e muito mais em resolver o problema real das pessoas.

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