A Netflix com o pé no chão: resultado deve ter desaceleração de assinantes
Crescimento gigantesco no número de assinantes fica para trás conforme indústria se consolida e novos concorrentes se estabelecem
Thiago Lavado
Publicado em 20 de julho de 2021 às 06h00.
Na Netflix , chegou a hora de por o pé no chão. A companhia, que se beneficiou do momento de isolamento social e de ficar em casa, trouxe 10 milhões de assinantes em todo o mundo há um ano, mas as expectativas são de números mais mundanos nos resultados do segundo trimestre, que será divulgado nesta terça, 20.
É esperado que a empresa tenha 1 milhão de novos assinantes, abaixo dos 3,9 dos primeiros três meses de 2021. O faturamento deve subir, porém, com alta de 19% ante o mesmo período do ano passado, em torno de 7,3 bilhões de dólares.
A Netflix está estabelecida no segmento de streaming e tem uma plataforma sólida e que os usuários confiam e consideram simples e eficiente, mas não está mais sozinha nesse mercado. Nos últimos anos, a profusão de concorrentes como Disney+ e, mais recentemente HBO+, levou usuários para outros serviços, com muitos deles decidindo quais serviços assinar.
A chegada da concorrência também pulverizou o catálogo, com estúdios revendo acordos de cessão dos direitos de transmissão de séries e filmes. Analistas de Wall Street estão otimistas com a empresa até o final deste ano, porque a empresa deve dar continuidade a séries de sucesso, além de lançar títulos esperados, como A Casa de Papel e The Witcher.
Mas manter-se afiado e atento às demandas dos espectadores é essencial para o longo prazo. A Disney+ alcançou 100 milhões de assinantes 16 meses após o lançamento — uma marca que a Netflix, que pavimentou esse mercado, levou anos para ter. O caminho até aqui foi de sucesso, mas continuar com ele demandará qualidade técnica e de produção.