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A chegada de um novo iPhone ainda importa?

O iPhone 7 começa a ser vendido no exterior hoje. Entre as novidades, nada de muito revolucionário. Quanto um novo iPhone é importante para o mercado?

iPhone 7: novo smartphone da Apple traz poucas inovações, mas as que chegam, estão maduras (David Paul Morris/Bloomberg)

Victor Caputo

Publicado em 16 de setembro de 2016 às 06h00.

São Paulo – Sete de setembro. Euforia entre os amantes de tecnologia, jornalistas especializados e profissionais de TI. Um novo iPhone seria revelado por Tim Cook e companhia em uma das tradicionais apresentações que a Apple realiza anualmente. Ao longo dos últimos meses, rumores e especulações haviam tomado conta da internet. A entrada para fone de ouvido iria sumir? O design continuaria igual mesmo depois de uma troca importante de geração? No final das contas, poucas surpresas sobram para o momento decisivo.

“Um banho de novidades”, anuncia o site da Apple no Brasil quando fala sobre o iPhone 7. Mas, convenhamos, falta muito para um banho—a expressão só serve mesmo como referência bem-humorada para o fato de que agora o smartphone é resistente à água. Ano após ano, a pergunta clássica pós-anúncio do iPhone ressurge: quanto ele ainda é importante para moldar a indústria de smartphones?

Nos últimos anos, o iPhone havia sido um pioneiro. Com Steve Jobs no comando, o iPhone popularizou o conceito do smartphone. Criou um ecossistema de aplicações que remunerava e incentivava desenvolvedores. Quem diria que algum dia minha mãe comentaria sobre um novo app como se isso fosse normal. A revolução que o iPhone trouxe é exatamente essa. Falar sobre apps é normal.

No decorrer dos anos, a Apple trouxe materiais de alta qualidade a um produto que nos acompanha ao longo de todo o dia. Depois deu uso prático a um leitor de digitais que funciona bem e de forma constante. É tecnologia de ponta que me acompanha no trabalho, no ônibus e em qualquer viagem que eu faça.

O iPhone de hoje, por outro lado, não é mais um pioneiro. Ele representa de forma eficiente o que a Apple é como empresa. Em vez de explorar funções e territórios desconhecidos, a equipe parece ficar de olho no mercado e nas novas funções que permeiam os produtos da concorrência. Recursos relevantes, aqueles que podem definir decisões de compra, são aperfeiçoados e ganham espaço no iPhone.

Basta olhar para o iPhone 7. Concorrentes como Samsung e Sony oferecem smartphones resistentes à água faz tempo. Somente agora a Apple coloca essa característica no iPhone. No início deste ano, a LG lançou o G5, smartphone com câmera traseira dupla. O iPhone 7 também chega com esse recurso. Até a retirada do buraco do fone não foi feita antes pela Apple. A Lenovo já havia anunciado globalmente o Moto Z sem o tradicional buraquinho.

Você pode chamar a Apple de atrasada. Mas tudo faz sentido dentro da grande ideia de como a empresa funciona.

Voltamos à pergunta: quanto o iPhone ainda é importante no mercado? Em linhas gerais, ele é o produto que deve moldar o que é essencial em um smartphone. É difícil imaginar um flagship (nome chique para os produtos topo de linha) vindo sem resistência à água daqui para frente. É possível ver a corrida para o desenvolvimento de uma câmera traseira dupla para o Galaxy S8 ou para o próximo grande smartphone da Sony.

Isso muda tudo. Assistir a uma apresentação do novo iPhone não é mais olhar para o futuro, mas para o presente. Agora, um novo iPhone é o padrão. É essa a grande corrida da Apple atualmente. Outras empresas podem trazer um recurso antes. Mas assim que o iPhone adotar essa ideia com sua padrão de excelência, a concorrência terá de oferecer algo a mais.

Isso traz consequências e a própria Apple sabe disso. Pela primeira vez, se espera uma queda nas vendas dos iPhones. Com o novo modelo, a empresa não divulgará os números da primeira semana de vendas—algo bastante tradicional. Outro impacto é a volta da sombra que existe desde a morte de Jobs: a Apple ainda será a Apple sem a sua grande mente por trás? Me parece difícil responder a isso por ora. Mas a empresa não deu vexame frente ao que a concorrência tem apresentado recentemente.

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São Paulo – Sete de setembro. Euforia entre os amantes de tecnologia, jornalistas especializados e profissionais de TI. Um novo iPhone seria revelado por Tim Cook e companhia em uma das tradicionais apresentações que a Apple realiza anualmente. Ao longo dos últimos meses, rumores e especulações haviam tomado conta da internet. A entrada para fone de ouvido iria sumir? O design continuaria igual mesmo depois de uma troca importante de geração? No final das contas, poucas surpresas sobram para o momento decisivo.

“Um banho de novidades”, anuncia o site da Apple no Brasil quando fala sobre o iPhone 7. Mas, convenhamos, falta muito para um banho—a expressão só serve mesmo como referência bem-humorada para o fato de que agora o smartphone é resistente à água. Ano após ano, a pergunta clássica pós-anúncio do iPhone ressurge: quanto ele ainda é importante para moldar a indústria de smartphones?

Nos últimos anos, o iPhone havia sido um pioneiro. Com Steve Jobs no comando, o iPhone popularizou o conceito do smartphone. Criou um ecossistema de aplicações que remunerava e incentivava desenvolvedores. Quem diria que algum dia minha mãe comentaria sobre um novo app como se isso fosse normal. A revolução que o iPhone trouxe é exatamente essa. Falar sobre apps é normal.

No decorrer dos anos, a Apple trouxe materiais de alta qualidade a um produto que nos acompanha ao longo de todo o dia. Depois deu uso prático a um leitor de digitais que funciona bem e de forma constante. É tecnologia de ponta que me acompanha no trabalho, no ônibus e em qualquer viagem que eu faça.

O iPhone de hoje, por outro lado, não é mais um pioneiro. Ele representa de forma eficiente o que a Apple é como empresa. Em vez de explorar funções e territórios desconhecidos, a equipe parece ficar de olho no mercado e nas novas funções que permeiam os produtos da concorrência. Recursos relevantes, aqueles que podem definir decisões de compra, são aperfeiçoados e ganham espaço no iPhone.

Basta olhar para o iPhone 7. Concorrentes como Samsung e Sony oferecem smartphones resistentes à água faz tempo. Somente agora a Apple coloca essa característica no iPhone. No início deste ano, a LG lançou o G5, smartphone com câmera traseira dupla. O iPhone 7 também chega com esse recurso. Até a retirada do buraco do fone não foi feita antes pela Apple. A Lenovo já havia anunciado globalmente o Moto Z sem o tradicional buraquinho.

Você pode chamar a Apple de atrasada. Mas tudo faz sentido dentro da grande ideia de como a empresa funciona.

Voltamos à pergunta: quanto o iPhone ainda é importante no mercado? Em linhas gerais, ele é o produto que deve moldar o que é essencial em um smartphone. É difícil imaginar um flagship (nome chique para os produtos topo de linha) vindo sem resistência à água daqui para frente. É possível ver a corrida para o desenvolvimento de uma câmera traseira dupla para o Galaxy S8 ou para o próximo grande smartphone da Sony.

Isso muda tudo. Assistir a uma apresentação do novo iPhone não é mais olhar para o futuro, mas para o presente. Agora, um novo iPhone é o padrão. É essa a grande corrida da Apple atualmente. Outras empresas podem trazer um recurso antes. Mas assim que o iPhone adotar essa ideia com sua padrão de excelência, a concorrência terá de oferecer algo a mais.

Isso traz consequências e a própria Apple sabe disso. Pela primeira vez, se espera uma queda nas vendas dos iPhones. Com o novo modelo, a empresa não divulgará os números da primeira semana de vendas—algo bastante tradicional. Outro impacto é a volta da sombra que existe desde a morte de Jobs: a Apple ainda será a Apple sem a sua grande mente por trás? Me parece difícil responder a isso por ora. Mas a empresa não deu vexame frente ao que a concorrência tem apresentado recentemente.

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