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7 perguntas para vice-presidente da Samsung sobre o Galaxy S10

Em entrevista a EXAME, Antônio Quintas conta os bastidores do lançamento, público-alvo e motivo de celulares com tantas câmeras e memória de notebook

 (Getty Images/Getty Images)

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Lucas Agrela

Lucas Agrela

Publicado em 16 de março de 2019 às 08h59.

Última atualização em 16 de março de 2019 às 08h59.

São Paulo – A semana foi marcada pelo lançamento de três novos smartphones da linha Galaxy S10, da Samsung. Eles serão os principais rivais dos iPhones Xs, Xs Max e Xr. Com preços mais acessíveis do que os produtos da Apple, mais câmeras e mais espaço na memória, os Galaxies S10, S10+ e S10e são as armas da líder no mercado brasileiro, segundo a consultoria americana IDC, em um ano em que Huawei e Xiaomi planejam voltar ao país com seus celulares.

Em entrevista a EXAME, Antônio Quintas, vice-presidente da divisão de dispositivos móveis da Samsung Brasil, conta que a companhia se orientou por tendências de consumo de aplicativos para determinar o lançamento de produtos com mais espaço na memória em mais câmeras, sem olhar o que faz a concorrência. Leia a entrevista a seguir.

EXAME: Qual é o público do novo Galaxy S10+, que tem 1 terabyte de memória e custa até 9 mil reais?

Antônio Quintas: A tendência de consumo de vídeo é muito grande. Não é só foto ou selfie, é geração de conteúdo por vídeo. As pessoas compartilham vídeos, não só fotos. Existem até alguns aplicativos populares em países como a Coreia do Sul que propiciam um consumo de vídeo muito elevado. Foi uma grande decisão da Samsung trazer a versão mais sofisticada do S10+ ao Brasil, mas optamos por testar. Por outro lado, fomos surpreendidos pelas vendas do Galaxy Note 9, que foi o nosso primeiro aparelho com 512 GB de memória. Superou nossas expectativas. O que tentamos fazer com o Galaxy S10+ de 1 terabyte é nos antecipar a uma grande tendência de consumo e produção de vídeo no celular.

No ano passado, o Galaxy S9 chegou ao país pela primeira vez com um processador (SoC) da Qualcomm, o Snapdragon 845. Neste ano, vocês optaram por voltar atrás e colocaram um processador próprio, da linha Samsung Exynos. Por quê?

Antes do lançamento, fazemos uma avaliação do que as operadoras estão disponibilizando em termos de atributos de rede. Com esse mapeamento de 4G ou 4,5G, analisamos quais processadores atendem às necessidades. Adotamos o posicionamento de lançar globalmente o Exynos e o Snapdragon ficará restritos a alguns mercados aos quais ele é o mais adequado.

Isso não necessariamente está relacionado ao 5G. Está mais ligado aos atributos de redes que as operadoras planejam lançar no período do lançamento desses produtos. O Exynos atende a todas as demandas atuais e, por isso, ele virá na versão global, a mesma que será vendida no mercado brasileiro.

O aumento de bateria e performance foram significativos, conforme constatamos em nosso review do Galaxy S10+. A que você atribui essas duas melhorias?

Ao processador. Por isso a decisão sobre ele é tão importante. Na hora de escolher, temos a chance de otimizar o desempenho de processamento e autonomia de bateria para oferecer benefícios ao usuário do aparelho.

Com o lançamento da família Galaxy S10, a linha Galaxy S8 sairá do mercado?

Galaxy S8 e S8+ tiveram a produção descontinuada, apesar de ainda estarem disponíveis no varejo. Seguimos com o Galaxy S9, S10, Note 9 e os novos integrantes da família Galaxy A.

O Galaxy Note ainda é um produto que faz sentido atualmente?

Sim. Antes, ele se destacava pela tela grande. Hoje, o diferencial é a caneta inteligente S-Pen. Os consumidores que têm um Note usam muito esse componente e buscamos trazer inovações para ele, como a conectividade Bluetooth, que, no Note 9, permite disparar fotos à distância.

Esta é a primeira vez que vocês trazem um Galaxy S com cinco câmeras, mais do que têm os iPhones mais recentes. Por que o consumidor precisa de tantas?

O consumo de vídeo e foto só tem aumentado e a câmera é a característica principal procurada pelos consumidores. Estamos apenas seguindo a tendência. Com cinco câmeras e a memória, tentamos nos antecipar para que, daqui um ano, o consumidor não sinta falta de espaço na memória ou de qualidade de câmeras.

Isso sinaliza também uma mudança. Antes, guardávamos os grandes avanços tecnológicos para dois produtos: Ou para o Galaxy S ou para o Galaxy Note. Nossa nova filosofia é escalonar as inovações ao longo do ano, e não esperar a virada do semestre. A câmera tripla é o exemplo, que lançamento pela primeira vez no Galaxy A7, que chegou ao Brasil no fim do ano passado, e, neste ano, com a câmera quádrupla no Galaxy A9.

Essa estratégia é global. É um ajuste à ambição dos consumidores de ter cada vez mais as novidades em mãos. Esperar seis meses para lançar algo já não faz mais sentido.

Esse será o caminho que a Samsung irá trilhar neste ano, em que Huawei e Xiaomi voltarão ao Brasil com seus smartphones?

Estamos orientados pela demanda do consumidor. Se olhamos para o concorrente, podemos errar. Se olhamos para o consumidor, podemos antecipar as necessidades deles. Câmera e mais espaço na memória são importantes globalmente. O uso do WhatsApp é um fenômeno brasileiro, que demanda memória. Facebook também. Não podemos ignorar essas particularidades do mercado local na hora de definir a estratégia de produto. Mesmo na questão de cores, buscamos as que têm melhor aceitação.

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