8 grandes fracassos tecnológicos de 2012
Oito produtos que fizeram seus fabricantes passarem constrangimento neste ano
Maurício Grego
Publicado em 19 de dezembro de 2012 às 15h03.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h11.
São Paulo — Como em qualquer jogo, o mercado de tecnologia tem ganhadores e perdedores. Apresentamos, aqui, a turma que passou vexame em 2012. São oito produtos que prometiam muito, mas se revelaram desastrosos de alguma forma. Alguns, como o serviço de mapas da Apple visto nesta foto, apresentaram falhas graves. Outros não eram tão atraentes para o consumidor como seus fabricantes pensavam. Confira nas próximas páginas a lista dos grandes fracassos tecnológicos do ano.
Cheios de erros, os mapas do iOS 6 foram um dos maiores vexames da história da Apple. O próprio CEO Tim Cook divulgou uma mensagem pedindo desculpas aos usuários. Ele chegou ao ponto de recomendar que as pessoas usassem serviços de concorrentes – como Nokia, Microsoft e Google – até que a Apple resolvesse os problemas. A crise ainda contribuiu para a demissão de Scott Forstall, um então poderoso vice-presidente sênior da Apple. Algumas correções já estão sendo feitas nos mapas. Mas o trabalho ainda está longe do fim.
Anunciado no Google I/O, em junho, o Nexus Q era inovador. A enigmática bola preta recebia filmes e músicas via Wi-Fi, mandava as imagens para um televisor e o som para caixas acústicas. Dentro, ficava um processador de smartphone rodando o sistema Android. Mas um kit com o aparelho e mais cabos e caixas acústicas custava 747 dólares nos Estados Unidos, um preço exorbitante. O Apple TV, que tem funções similares, custa 99 dólares naquele país. Como se poderia esperar, o Nexus Q não conquistou muitos consumidores. O produto foi descontinuado pelo Google em agosto.
Em seu auge, em 2009, o BlackBerry , da RIM, era a segunda plataforma de smartphones mais usada no mundo, com mais de 20% do mercado. Mas a RIM se acomodou e a linha BlackBerry entrou em decadência. Uma estimativa da IDC aponta que ela deve terminar este ano com apenas 4,7% do mercado. 2012 deveria ser o ano da reação da RIM, com uma nova linha de aparelhos e um sistema operacional renovado, o BlackBerry 10. Mas o ano termina sem um único lançamento significativo da empresa, que só deve apresentar novos modelos no dia 30 de janeiro. Em 2012, ela perdeu o jogo por W.O.
No início do ano, os ultrabooks pareciam ser a salvação da indústria de PCs. Inspirados no MacBook Air, da Apple, eles são finos, leves e bonitos. São rápidos ao despertar e têm baterias que aguentam várias horas de trabalho. A previsão era que seriam vendidos 22 milhões neste ano. Mas os consumidores parecem estar mais interessados em tablets e smartphones do que em ultrabooks. Uma previsão da IHS iSuppli indica que o ano deve terminar com apenas 10,3 milhões de unidades vendidas, menos da metade do esperado.
A Nokia até que tentou recuperar seu prestígio apresentando novos e atraentes smartphones em 2012. Mas tropeçou já no primeiro lançamento de peso, o Lumia 900. Logo depois que esse smartphone começou a ser vendido, em abril, descobriu-se uma falha séria nele, que prejudicava o acesso à rede celular. O problema foi rapidamente corrigido. Mas o estrago na imagem já estava feito e o smartphone encalhou nas lojas. Nos Estados Unidos, a Nokia ofereceu reembolso de 100 dólares aos usuários, ao mesmo tempo que as operadoras baixavam o preço do aparelho para 99,99 dólares. Para alguns compradores, o smartphone saiu de graça.
No início de 2010, a indústria de eletrônicos apresentava os televisores 3D como a grande tendência do momento em entretenimento doméstico. Mas faltou combinar com os consumidores. A falta de conteúdo em 3D, o preço alto e a necessidade de usar óculos para ver as imagens tornaram esses aparelhos pouco atraentes. Quase três anos depois, estima-se que apenas 3% das residências americanas possuam um televisor 3D. Não há dados sobre o Brasil, mas pode-se supor que o percentual seja ainda menor aqui.
O Windows 8 aponta um novo e interessante caminho para a computação pessoal, o dos dispositivos conversíveis que cumprem funções de tablet e de notebook. E é provável que faça sucesso com o tempo. Mas decidimos incluí-lo nesta lista porque praticamente todas as pessoas que o experimentaram detestaram sua interface gráfica com duas áreas de trabalho distintas – uma nova e outra similar à do Windows 7. O sistema foi criticado até pela Intel, parceira da Microsoft, e por Paul Allen, que fundou a empresa junto com Bill Gates.
A ideia de usar o smartphone no lugar do papel moeda e dos cartões de crédito é antiga. O Google, junto com alguns parceiros, foi a empresa que mais avançou no objetivo de torná-la realidade. Seu aplicativo Google Wallet usa a conexão sem fio NFC – presente em smartphones avançados com Android – para realizar pagamentos por aproximação. Mas sucessivas falhas de segurança têm sido descobertas no sistema (como relata o blog TSC ), o que faz com que poucas pessoas se arrisquem a usá-lo. É provável que tenha sucesso com o tempo. Mas, até agora, isso não aconteceu.