São Paulo - Tudo começa com uma curiosidade. Seus amigos estão lá e não param de comentar sobre a nova rede social do momento.
Você entra, fuça e gosta. Instala no celular o aplicativo para não perder as novidades do seu feed de notícias. A todo instante, vai lá conferir quem curtiu seu post, suas fotos, seus comentários. Pronto: você está viciado.
E vai ficar mais viciado em redes sociais do que em cigarro. Foi o que mostrou um estudo de pesquisadores da Universidade de Chicago.
Durante uma semana, 205 voluntários relatavam, a cada meia hora, quais eram os desejos mais fortes que sentiam naquele momento.
Eles até resistiam aos impulsos consumistas e sexuais, mas não se aguentavam quando o assunto era checar o Facebook.
A vontade de fuçar nas redes sociais era maior do que a de fazer qualquer outra coisa. Até fumar.
Aí você não se reprime e fuça mesmo. Não apenas confere as novidades alheias, como também posta um montão de fotos bacanas.
E nessa corre o risco de perder amigos. Pois é. É que sempre vai ter alguém para sentir ciúmes – seus amigos que ficaram de fora ou o seu amor. E seu nível de intimidade com essas pessoas até cai.
Pelo menos foi o que disseram as 500 pessoas que participaram de uma pesquisa britânica.
Eles contaram aos cientistas com que frequência alguns amigos lotavam o feed deles com fotos, como se sentiam, qual era o nível de intimidade com aquela pessoa.
A maioria se afastava dos colegas que se exibiam muito nas redes sociais. Exceto, claro quando eram amigos muito próximos ou parentes.
Bem, se não bastava perder a simpatia de alguns conhecidos, você ainda corre o risco de engordar. E ficar pobre.
A pesquisa da vez vem lá das universidades Columbia e de Pitsburgo. Eles convidaram 541 pessoas para uma brincadeira.
Parte tinha acesso às redes sociais, enquanto os outros não. Depois de um tempo de espera, eles deveriam escolher entre um biscoito de chocolate e uma barra de cereal. Quem havia fuçado no Facebook costumava preferir a primeira opção.
Esse grupo também se mostrava mais disposto a seguir impulsos consumistas e torrar todo o dinheiro desenfreadamente.
É um efeito colateral do seu bom relacionamento com os amigos que sobraram.
“Quando as pessoas usam o Facebook elas ficam mais felizes com elas mesmas”, explica Andrew Stephen, co-autor do estudo.
“E pessoas que se sentem bem tendem a se controlar menos. Eles se dão permissão para extrapolar em algumas coisas”, conclui.
O mais curioso é que talvez você não fique assim tão feliz. Ver o Facebook alheio pode te deixar um pouco deprimido.
Os sociólogos Hui-Tzu Grace Chou e Nicholas Edge, da Universidade Utah Valley, entrevistaram 425 estudantes para saber se estavam felizes ou não com a vida, e se os amigos pareciam estar felizes. E contaram quanto tempo por dia ficava on-line.
A conclusão: quem passava mais tempo em redes sociais tendia a achar a vida alheia mais interessante – e a própria vida um tédio.
É fácil entender o motivo. As pessoas costumam relatar mais sobre momentos felizes do que tristes no mundo virtual. Aí parece que os dias delas, sempre tão interessantes, nunca têm tempo ruim.
E aí, vai continuar se arriscando?
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1. É do Brasil!
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1/12 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
São Paulo - Quando o assunto é rede social, é difícil alguém bater o Facebook. Porém, muitos sites vêm apostando em nichos para crescer. Alguns deles, inclusive, aqui no Brasil. Nesta galeria, reunimos 10 exemplos de iniciativas do tipo criadas por brasileiros e que buscam seu espaço na internet.
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2. Bliive
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2/12 (Bliive/Facebook)
A troca de serviços como aulas de ukelele e companhia para baladas é o mote do Bliive. Presente em mais de 50 países, a rede social tem entre seus fundadores Lorrana Scarpioni - universitária curitibana que está na lista dos 10 jovens brasileiros mais inovadores publicada em abril pelo MIT.
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3. iCampus Social
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3/12 (Darko Kovacevic/Dreamstime.com)
Destacar o melhor conteúdo é a proposta do iCampus Social. No ar desde maio, o site põe em evidência os conteúdos mais aprovados pelos usuários por meio do botão "gostei". Fundadores da página, os irmãos Bruno e Rafael Araújo têm como meta tornar a rede social a mais usada do Brasil dentro de dois anos.
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4. Skoob
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4/12 (Getty Images)
Feito sob medida para os amantes dos livros, o Skoob reuniu 2,5 mil usuários logo na primeira semana de funcionamento. A princípio, a rede social fundada por Lindenberg Moreira e Viviane Lordello era voltada para um grupo de amigos - mas a enorme procura fez o público-alvo do site se expandir.
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5. Winwe
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5/12 (Stock.XCHNG)
Assim como no Bliive, o mote no Winwe é a troca de serviços entre os usuários. Para isso, a rede social criada por Marcelo Spinassé Nunes contabiliza jobs - espécie de créditos virtuais que funcionam como moeda na hora do internauta solicitar ou oferecer seus serviços no site.
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6. Teckler
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6/12 (REUTERS)
Publicar no Teckler é uma bela forma de ganhar dinheiro. A cada post, o site paga ao usuário 70% do valor arrecadado com publicidade a partir daquele conteúdo. Não à toa, a rede social fundada por Claudio Gandelman recebia cerca de 5 milhões de visitantes por mês e já estava traduzido em 13 idiomas no fim do ano passado.
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7. Pergunter
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7/12 (Divulgação)
Fazer perguntas sobre diferentes assuntos a partir de fotos e vídeos postados na rede social é a ideia de Pergunter. Criada pelos brasileiros Emilio Veloso, Henrique Torelli e João Paulo Costa, o serviço online já funcionava na Europa quando estreou no país em novembro do ano passado.
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8. Fashion.me
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8/12 (Getty Images)
Originalmente chamado de bymk, o Fashion.me é uma rede social para quem gosta de moda. Flávio Pripas e Renato Steinberg estão por trás da fundação do site. Além da interação, o Fashion.me oferece produtos e reúne mais de 1 milhão de usuários.
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9. Receitáculo
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9/12 (Ormuzd Alvez/Anamaria)
O Receitáculo se define como uma rede social com foco bem específico: culinária. A ideia é que os usuários usem o site para trocar receitas entre si - que podem ser compartilhadas na forma de textos ou mesmo em vídeos. No ar desde 2008, o Receitáculo foi fundado por Maicon Sanson.
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10. ProprietárioDireto
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10/12 (Daniel Pinheiro/Casa)
Focada no mercado imobiliário, a rede social ProprietárioDireto está no ar desde 2011. Criado pelo empresário Edgard Frazão, site tem como proposta aproximar pessoas interessadas em vender seus imóveis e possíveis compradores em mais de 250 cidades em todo o Brasil.
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11. Mirtesnet
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11/12 (Getty Images)
O Mirtesnet chegou a ser chamado de Facebook brasileiro e ganhou alguma notoriedade no ano passado. Criado pelo publicitário brasiliense Carlos Henrique do Nascimento para que o filho Erick não se cadastrasse no Facebook original, o site homenageia em seu nome dona Mirtes - mãe do garoto e esposa de Carlos.
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12. Agora, saiba mais sobre o Facebook
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12/12 (AFP/Getty Images)