3 ideias para o Facebook se reinventar
Rede social tem alternativas para seguir após escândalos da Cambridge Analytica
Lucas Agrela
Publicado em 27 de novembro de 2018 às 15h58.
O depoimento do CEO Mark Zuckerberg em frente ao Congresso, após a divulgação de que os dados pessoais foram mal utilizados por terceiros no caso conhecido como Cambridge Analytica , levantou a questão sobre como–e se–o Facebook deve ser regulamentado. Mas, além da regulamentação, a companhia pode tomar uma série de medidas para abordar as preocupações com a privacidade na rede social e as formas como sua plataforma foi usada para disseminar informações falsas com o objetivo de influenciar as eleições.
Estudiosos de privacidade e confiança digital escreveram para The Conversation sobre ideias concretas–algumas delas rupturas radicais com seu atual modelo de negócios–que a empresa poderia usar imediatamente.
1. Atuar como uma empresa de mídia
O Facebook tem um papel enorme na sociedade americana e na sociedade civil no mundo todo. O autor de uma pesquisa global de longo prazo sobre como as tecnologias digitais se espalham e quanto as pessoas confiam nelas, Bhaskar Chakravorti, da Tufts University, recomenda que a companhia aceite que ela é uma empresa de mídia, e, portanto:
"Assuma a responsabilidade pelo conteúdo que publica e republica. Ela pode combinar inteligência humana e artificial para classificar o conteúdo, rotular notícias, opiniões, boatos, pesquisas e outros tipos de informações de maneira que os usuários comuns possam entender".
2. Foco na verdade
O Facebook pode, então, talvez, adotar a missão do jornalismo e das organizações de vigilância e, como sugerem os estudiosos da American University de prestação de contas públicas e sistemas de mídia digital, como Barbara Romzek e Aram Sinnreich:
"Começar a competir para fornecer as notícias mais precisas, em vez das mais dignas de cliques, e as fontes mais confiáveis, em vez das mais sensacionalistas".
3. Mudar a relação de negócio com os usuários
Se o Facebook quiser continuar a ganhar dinheiro com dados de usuários, Scott Shackelford, especialista em ética e direito digital da Universidade de Indiana, sugere:
“Inverter o relacionamento e fazer com que o Facebook pague as pessoas pelo uso dos seus dados, o que poderia valer até mil dólares por ano para o usuário médio de mídia social.”
A empresa multibilionária tem a oportunidade de encontrar um novo caminho antes que o público e os legisladores o encontrem.
Jeff Inglis, Editor de Ciência e Tecnologia no The Conversation
Este artigo foi republicado a partir do siteThe Conversationsob licença Creative Commons. Leia otexto original.