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Quando optar pela declaração completa ou simplificada de IR

Entenda a diferença entre os dois modelos de declaração de imposto de renda e saiba escolher a melhor opção para você


	Mulher em frente a computador: Vale a pena preencher a declaração toda para que o programa da Receita indique o modelo mais adequado
 (Getty Images)

Mulher em frente a computador: Vale a pena preencher a declaração toda para que o programa da Receita indique o modelo mais adequado (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de março de 2014 às 13h59.

São Paulo - Não é difícil escolher entre o modelo de declaração completo ou simplificado do imposto de renda. Basta calcular se as despesas que podem ser deduzidas excedem 20% dos seus rendimentos ou passam de 15.197,02 reais, valor válido para a declaração de 2014. Se sim, vale a pena preencher a declaração completa para ganhar um desconto maior.

Quanto mais gastos dedutíveis houver, menor será a renda tributável e menor será o montante sobre o qual incidirá a alíquota de imposto de renda - lembrando que os gastos dedutíveis são as despesas pagas durante o ano que podem ser abatidas da base de cálculo do imposto.

Caso contrário, o contribuinte sai no lucro com o modelo simplificado. Afinal, a opção pelo abatimento único de 20% - limitado ao teto de 15.197,02 reais - substitui todos os descontos previstos na legislação.

Geralmente, quem possui apenas uma fonte de renda, nenhum dependente e poucos gastos com educação e saúde, encontra mais vantagem com a declaração simplificada. É o caso de jovens em início de carreira, que não têm filhos e não recebem salários muito altos.

Por outro lado, quem ganha mais de 75.985,10 reais por ano (cerca de 6.300 reais por mês), vai abater menos de 20% da renda tributável se optar pela simplificada, pois não poderá deduzir mais que o valor limite de 15.197,02 reais. Por isso, o modelo completo será mais vantajoso.

Quase todos os contribuintes podem escolher entre o modelo simplificado ou completo. Apenas são obrigados a optar pela declaração completa produtores rurais que têm prejuízo a compensar e contribuintes que queiram compensar o imposto já pago no exterior.

Preencha toda a declaração antes de escolher

Mesmo que você tenha uma ligeira ideia de qual modelo é melhor para você, vale a pena preencher toda a declaração, detalhando os gastos dedutíveis.

Ao fazer isso, antes de finalizar o processo e gravar a declaração, o programa da Receita apresenta um quadro comparativo dos dois modelos e você não corre o risco de optar por um modelo que seja menos vantajoso de acordo com os seus gastos e receitas.

Vale ressaltar que apenas as despesas que tiverem comprovação poderão ser lançadas para dedução. Caso não haja comprovante, o contribuinte corre o risco de cair na malha fina.

Portanto, mesmo ao preencher a declaração para testar qual modelo vale mais a pena é importante lançar apenas os gastos com comprovante, já que essa será a forma mais confiável de saber qual a melhor opção.

Entenda seus direitos

Para fazer a escolha certa é essencial ficar por dentro de todos os benefícios tributários a que você tem direito. Por exemplo, alguns autônomos não sabem que têm direito à dedução dos gastos do livro-caixa, optam pelo modelo simples e pagam mais imposto do que o necessário.

O livro-caixa permite que os profissionais que não trabalham em regime de CLT possam abater todos os gastos com aluguel, água, luz, telefone, material de expediente ou de consumo.


Além das despesas com a manutenção do consultório, um dentista, por exemplo, pode lançar o material que utiliza nas consultas, além de gastos com congressos, revistas e livros, desde que possam ser comprovados com notas e se relacionem com o exercício da profissão.

Quem é freelancer e trabalha em casa também conta com o benefício. Neste caso é permitido deduzir um quinto das despesas residenciais, exceto com reparos, conservação e recuperação do imóvel. Na cesta de descontos, podem ser calculados os gastos com aluguel, energia, água, gás, impostos e condomínio. Telefones só entram na conta em caso de assinatura comercial.

Quem recebe de pessoa física pode deduzir as despesas do livro-caixa mensalmente lançando-as no programa Carnê-Leão, que já calcula a dedução automaticamente. Se receber apenas de pessoa jurídica, essa dedução terá de ser feita na hora de preencher a declaração e o contribuinte provavelmente terá imposto a restituir.

Veja como se regularizar como autônomo sem desperdiçar dinheiro.

Gastos dedutíveis

Confira a seguir um resumo dos outros gastos que podem ser deduzidos pelos contribuintes que optam pela declaração completa:

Educação

Limite de 3.230,46 reais por contribuinte ou dependente em despesas com ensino técnico, fundamental, médio, superior, pós-graduação, mestrado e doutorado. Materiais e atividades extracurriculares, como escolas de línguas ou cursinhos preparatórios, não entram na lista.

Dependentes

Abatimento limitado a 2.063,64 reais por dependente.

Previdência

O contribuinte pode reduzir toda a contribuição destinada ao INSS em 2013. Também é possível abater o dinheiro investido na previdência privada complementar (PGBL) e em fundo de pensão oferecido pelo empregador com o propósito de previdência, observado o limite de 12% da renda tributável. É importante ressaltar que no caso da previdência privada, o IR não deixará de ser cobrado: a mordida do Leão será apenas postergada para a data de resgate do plano.

Saúde

É permitido deduzir todas as despesas médicas, de qualquer valor, para o contribuinte e seus dependentes: gastos com plano de saúde, consultas com médicos e dentistas, terapias, exames, cirurgias e até próteses dentárias e ortopédicas.


INSS de empregado doméstico

Limitada a um empregado doméstico por contribuinte, desde que o trabalhador tenha carteira assinada. O abatimento máximo é de 1.078,08 reais. Além de não exceder o limite de abatimento, a dedução não pode ser maior do que 6% do imposto devido.

Doações com incentivos fiscais

Limite de 6% sobre o imposto devido para o somatório de doações aos fundos da criança e do adolescente, aos fundos de amparo ao idoso e de doações feitas a projetos aprovados pelo governo segundo a Lei Rouanet, a Lei do Audiovisual ou a Lei do Esporte.

Quem não tiver atingido o limite global de 6% do IR pode, ainda em 2014, doar até 3% do IR devido para fundos da criança e do adolescente diretamente na declaração, até 30 de abril. Doações para projetos aprovados no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da Pessoa com Deficiência (Pronas) e do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica (Pronon) têm limite de 1% do IR devido cada um, fora do limite global de 6%.

Pensão judicial

Todo valor estabelecido judicialmente pode ser deduzido, mas contribuições informais são consideradas mesadas e não entram nos critérios de dedução.

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