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Compensação do IR será parcial no ajuste em 2016

Os contribuintes terão apenas uma compensação parcial no ajuste do IRPF 2016, ano-base 2015, por causa dos três meses em que a tabela nova não vigorou


	Documentos: para o IRPF de 2016, terá de haver uma nova negociação de reajuste da tabela
 (Stock.xchng / Karol Wiszniewski)

Documentos: para o IRPF de 2016, terá de haver uma nova negociação de reajuste da tabela (Stock.xchng / Karol Wiszniewski)

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Da Redação

Publicado em 11 de março de 2015 às 14h55.

Brasília - Os contribuintes terão apenas uma compensação parcial no ajuste do Imposto de Renda Pessoa Física 2016, ano-base 2015, por causa dos três meses em que a tabela nova não vigorou, entre janeiro e março - neste período o governo arrecadou mais, por causa da vigência da tabela anterior.

A Receita Federal, no entanto, não informou quanto foi arrecadado.

É válido lembrar que a medida de ajuste na tabela do IRPF, acertada ontem entre governo e Congresso, entra em vigor apenas no mês que vem.

Ainda conforme o órgão, a correção escalonada da tabela do IRPF negociada na terça-feira, 10, com o Congresso Nacional só valerá para 2015.

Para o IRPF de 2016, terá de haver uma nova negociação de reajuste da tabela, segundo técnicos da Receita.

A Receita Federal também não deu explicações se a perda com a nova tabela do IR será de R$ 6 bilhões de abril a dezembro ou no período referente ao ano cheio.

"O ajuste terá compensação parcial, não integral", explicou Paulo Ribeiro, auditor fiscal da Divisão de imposto de renda da Pessoa Física.

A Receita, nesta quarta-feira, 11,colocou técnicos para explicar a Medida Provisória 670, publicada no Diário Oficial desta quarta-feira.

Segundo o órgão, o reajuste de deduções de dependentes e gastos de educação do Imposto de Renda para Pessoa Física ficou em 5,5%. Para contribuintes com mais de 65 anos, a correção será de 6,5%.

A presidente Dilma Rousseff editou a Medida Provisória 670 para aplicar uma correção escalonada na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, conforme acordo fechado ontem entre o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

A MP substitui a proposta de correção linear de 6,5%, vetada pela presidente. A medida também representa uma vitória do Congresso, tida por Renan e por líderes "como uma proposta do Parlamento para resolver um grande problema".

A matéria é também, ao mesmo tempo, um passo importante do Palácio do Planalto nas negociações para melhorar a relação com o Legislativo e garantir a governabilidade, diante de um Congresso fortemente marcado pelos desdobramentos da Operação Lava Jato.

A MP está publicada no Diário Oficial da União de hoje. Segundo o texto, a partir de abril serão aplicadas quatro faixas de reajuste de acordo com a faixa de renda do contribuinte: 6,5%, 6%, 5% e 4,5%. Com isso, contribuintes com renda mensal de até R$ 1.903,98 ficarão isentos do recolhimento do tributo.

Aqueles com renda entre R$ 1.903,99 e R$ 2.826,65 serão taxados com uma alíquota de 7,5%; os que ganham entre R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05 serão taxados a uma alíquota de 15%; para quem recebe entre R$ 3.751,06 e 4.664,68, a cobrança será de 22,5%; para os contribuintes com renda superior a R$ 4.664,68, a alíquota será cheia, de 27,5%.

Ontem, o ministro Levy disse que a medida vai beneficiar os cerca de 25 milhões de brasileiros que declaram seus rendimentos, em particular aproximadamente 16 milhões de pessoas, que ficarão isentas do tributo neste ano. Outros 5 milhões de contribuintes, segundo o ministro, serão contemplados com a correção na faixa de 5,5%.

Levy ainda destacou que o impacto fiscal da medida será de R$ 6 bilhões em um ano, contado, segundo ele, a partir de 2 de abril, e que o governo buscará, também em parceria com os parlamentares, uma forma de acomodar essa redução na arrecadação.

O ministro ainda garantiu que a absorção desse montante não irá afetar a meta de superávit primário de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB).

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