Minhas Finanças

10 coisas pelas quais você pode estar pagando muito caro

Ferramentas online ajudam a verificar se você está jogando dinheiro no lixo ao pagar juros, taxas bancárias, seguro do carro e o plano de telefone celular


	Homem carrega dinheiro dentro de caixa: verifique se você está jogando dinheiro no lixo ao pagar juros, taxas, seguro e o plano do celular
 (Arquivo/Você SA/EXAME.com)

Homem carrega dinheiro dentro de caixa: verifique se você está jogando dinheiro no lixo ao pagar juros, taxas, seguro e o plano do celular (Arquivo/Você SA/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2015 às 06h00.

São Paulo – Em tempos de inflação alta, uma maneira simples de adaptar as finanças ao aumento dos preços é realizar uma pesquisa para verificar se é possível reduzir as despesas com taxas e serviços que são utilizados de forma frequente.

São tarifas bancárias, planos de celular, seguros, juros de empréstimos, entre outros gastos que fazem parte do orçamento mensal. 

A economia pode ser obtida simplesmente ao trocar um serviço por outro mais adequado ao seu perfil de uso, ou optar por um equivalente, mas que ofereça custos mais baixos. Antes realizar a troca, pode ser interessante tentar negociar os valores pagos atualmente pelo serviço, utilizando as informações obtidas. 

Para facilitar a busca pelo melhor preço, é possível consultar informações e ferramentas online, que são disponibilizadas por órgãos governamentais e entidades de defesa do consumidor.

Veja a seguir quais são os serviços e tarifas pelos quais você pode estar pagando mais do que deveria: 

1) Plano de previdência privada

A taxa de administração cobrada em seu plano de previdência privada parece alta demais? É possível, por lei, migrar seus recursos para outro plano que cobre taxas mais baixas, tanto na mesma instituição financeira, como em outra.

A portabilidade é uma forma de transferir o dinheiro sem a necessidade de resgatar o valor e, como consequência, pagar impostos pelo saque dos recursos, cujos valores variam conforme a tabela de tributação e modalidade do plano.

No entanto, a mudança só pode ser feita entre produtos da mesma modalidade. Se você tiver dinheiro aplicado em um Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) não poderá transferir esse valor para um plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), por exemplo.

O pedido de portabilidade pode ser feito a cada dois meses. Ao fazer o pedido, é preciso informar o plano de previdência para o qual os valores serão migrados. A transferência deve então ser concluída pela instituição financeira em até cinco dias (veja quando pedir a portabilidade do plano de previdência).

2) Financiamento do imóvel 

Acredita que está pagando juros altos no financiamento da sua casa? Você também tem o direito de transferir a dívida para outra instituição financeira que cobre taxas menores, confome assegura a resolução 4.292 do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Para verificar se o financiamento do imóvel é, de fato, mais barato, é necessário levar em conta o Custo Efetivo Total (CET) de cada operação. O CET inclui, além das taxas de juros, todos os encargos cobrados na operação, como seguros e taxas. Assim, é a melhor forma de comparar o custo de um financiamento. 

Marcelo Prata, diretor do Canal do Crédito, lembra que também é importante checar se o valor da parcela do novo banco ficará menor do que o custo da prestação no banco atual.

Os financiamentos costumam utilizar o Sistema de Amortização Constante (SAC), no qual o valor da primeira prestação costuma ser mais alto e as parcelas diminuem ao longo do tempo. Ou seja, mesmo que o novo banco tenha um financiamento com CET menor, a prestação pode ficar maior inicialmente e pressionar o orçamento.

Para realizar a mudança, é preciso pedir ao banco que concedeu o financiamento dados como o valor total da dívida, número de contrato, entre outros. De acordo com a resolução do CMN, essas informações devem ser fornecidas pela instituição em até um dia útil. Os dados são então repassados ao novo banco, que quita a dívida com a instituição que concedeu o empréstimo inicialmente e o financiamento é transferido.

No entanto, esse processo tem custos. O novo banco pode cobrar uma tarifa de confecção de cadastro, caso o consumidor ainda não seja cliente da instituição e o banco anterior poderá cobrar uma tarifa de liquidação antecipada se o contrato tiver sido assinado antes do dia 10 de dezembro de 2007 e a taxa estiver prevista no contrato. Além disso, ao portar o plano, é necessário pagar uma taxa para emissão de um novo contrato e declarar a portabilidade no Cartório de Registro de Imóveis.

3) Telefonia fixa e móvel

Por que ter uma linha de telefone fixo e pagar, por lei, no mínimo 30 reais por mês, se você não utiliza a linha? E qual é o sentido de manter um plano de celular caríssimo, com mais minutos de ligações e dados de internet do que você precisa?

Uma opção para quem não quer deixar de ter uma linha de telefone fixo é contratar os pacotes que incluem internet, telefonia móvel e telefonia fixa, que costumam sair mais em conta do que a contratação individual dos serviços.

Já se o objetivo for reduzir os gastos com o plano para o celular, um simulador de tarifas, disponível no site da associação de consumidores Proteste, pode ajudar a encontrar um plano mais adequado ao seu perfil de uso e, consequentemente, reduzir despesas.

De acordo com pesquisa da Proteste, optar por um plano de celular com melhor custo-benefício pode gerar uma economia de até 1,7 mil reais por ano.

4) TV por assinatura

Você realmente assiste todos os canais incluídos no pacote de TV por assinatura? Ou está pagando uma mensalidade cara pelo serviço sem necessidade?

Para ajudar a economizar, um simulador da Proteste, que pode ser consultado no site da associação, permite pesquisar os pacotes de TV por assinatura com melhores preços. A ferramenta também permite comparar pacotes de acordo com quatro perfis de uso ou montar um perfil personalizado, escolhendo canais de seu interesse.

Segundo pesquisa da Proteste, é possível economizar mais de 800 reais por ano somente ao optar por um pacote mais adequado ao seu perfil de uso.

5) Aplicações financeiras

Não basta monitorar de forma periódica os retornos obtidos com aplicações financeiras. É importante também verificar o valor de taxas pagas para consultores e gestores dos investimentos, que podem abocanhar uma porção significativa da rentabilidade da aplicação.

Se você investe em fundos de investimento de renda fixa mais conservadores, que têm um nível de complexidade menor do que fundos de ações, por exemplo, especialistas recomendam preferir fundos que cobram taxas inferiores a 1% ao ano. 

Outra opção, mais indicada para quem tem tempo e paciência, é tomar as rédeas dos seus investimentos, sem precisar pagar um gestor para administrar seus recursos.

Existem opções de investimento de baixíssimo custo, como alguns títulos bancários e os títulos públicos, vendidos pelo Tesouro Direto, que podem ser acessados meio de instituições que não cobram taxas de administração (veja algumas opções de investimento simples e seguras que batem a poupança).

6) Serviços bancários

As tarifas cobradas pelos bancos por serviços como consultas a extratos, transferências e outros podem passar despercebidas no dia a dia. Mas, ao longo do tempo, podem pesar no orçamento, ainda mais se esses serviços forem utilizados com frequência. Portanto, verificar se outros bancos cobram taxas menores pelo uso de um pacote de serviços pode gerar boas economias.

Para auxiliar nessa pesquisa, o site Febraban-Star, da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), permite comparar as taxas de juros praticadas por cada instituição e os preços cobrados pelos pacotes padronizados de serviço, criados pelo Banco Central, que incluem um rol de serviços que deve ser oferecido obrigatoriamente por cada banco. Por serem padronizados, os pacotes facilitam a comparação entre os bancos mais caros e mais baratos.

Para quem quer economizar nas tarifas, há também a possibilidade de abrir uma conta digital, que não cobra taxas por transferências e envio de extratos, desde que essas operações sejam feitas pelo caixa eletrônico ou internet banking. No entanto, caso o cliente queira utilizar o atendimento telefônico ou ir até a agência para realizar uma operação, pode ser cobrada uma taxa adicional pelo serviço. Por isso, a conta digital é indicada para quem utiliza mais os serviços pelo internet banking (veja quais bancos cobram as menores taxas nas contas correntes). 

O Procon-SP também realiza todo ano um levantamento que compara as taxas cobradas por cada banco. De acordo com a entidade, os preços de tarifas cobradas pelos bancos podem variar até 447,5%. Já a diferença de preços entre os pacotes padronizados podem ser de até 37,82%.

7) Empréstimos

Utilizar o cheque especial pode ser uma opção mais prática, mas, certamente, não é a mais barata. É sempre preferível optar por modalidades de empréstimos que cobram juros menores, como o crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) e o crédito pessoal (veja cinco opções de empréstimos que costumam cobrar juros mais baixos).

O crédito consignado costuma ser a linha de crédito com juros mais baixos do mercado. Como as prestações da dívida são descontadas diretamente da folha de pagamento do cliente, os bancos têm mais segurança de que receberão o pagamento em dia e oferecem taxas reduzidas.

Já o crédito pessoal é oferecido tanto por grandes bancos como por sites que atuam como correspondentes de bancos de pequeno porte. Esses sites podem oferecer juros menores na modalidade de crédito porque, além de terem menos custos para manutenção da operação, que é apenas virtual, são mais exigentes na hora de conceder empréstimos (conheça os sites que são alternativas para obter empréstimos mais baratos). 

Uma forma simples de pesquisar quais bancos oferecem taxas mais baixas em cada linha de crédito é consultar as listas disponíveis no site do Banco Central, que são atualizadas periodicamente. 

De acordo com os dados mais recentes do Banco Central (referentes a junho), a taxa de juros média cobrada pelos bancos no cheque especial é de 241,3% ao ano, bem superior à taxa média do crédito pessoal, de 111,9% ao ano, e do crédito consignado para trabalhadores privados, de 38% ano ano, em média.

8) Seguro do carro

Antes de renovar a apólice do seguro do carro, por que não pesquisar se outra seguradora oferece um preço melhor por um produto equivalente?

Essa comparação pode ser feita de forma rápida por meio de corretores online, como Minuto Seguros, Bidu e Economizenoseguro  Em alguns deles, é possível cotar preços em 15 seguradoras diferentes.

A pesquisa pode render bons descontos no preço da proteção, mesmo para um mesmo modelo de carro. Isso porque enquanto uma seguradora pode ter uma carteira com um alto número de sinistros para o Volkswagen Gol, por exemplo, outra pode não registrar tantas ocorrências para esse modelo, o que permite que ela cobre um valor menor (veja 11 dicas valiosas para economizar no seguro do carro).

9) Academia

Se ao contratar seu plano de academia a empolgação foi maior do que a sua real disposição para praticar exercícios, a probabilidade de você ter pagado um plano mais caro do que você precisa é grande.

Caso você já tenha se dado conta de que não conseguirá frequentar a academia diariamente, vale a pena procurar planos reduzidos, que incluem o uso da academia por apenas dois ou três dias por semana e são mais baratos. Outra opção é pagar por aulas avulsas, que também costumam ter custos menores e podem ser mais motivadoras para quem não gosta muito da ideia de "puxar ferro".

10) Qualquer compra feita por impulso

Em vez de citar milhares de bens de consumo - como roupas, acessórios, eletrônicos, etc.- pelos quais você pode estar pagando muito caro, basta dizer que qualquer compra por impulso pode gerar gastos extras ou desnecessários.

Para evitar esse tipo de gasto, que traz apenas um prazer efêmero, mas nenhuma recompensa duradoura, valem duas dicas simples: a primeira é não fazer a compra imediatamente. Ao entrar em uma loja no shopping, por exemplo, evite comprar o produto no primeiro momento, dê mais uma volta e espere algum tempo - alguns especialistas recomendariam até dias -, assim você conseguirá refletir com calma se realmente faz sentido gastar dinheiro com aquilo.

A segunda dica é comparar preços. Essa pesquisa pode ser realizada facilmente em sites como o Buscapé e o Bondfaro. Neles, o usuário informa o produto desejado e o site traz uma lista com os preços de venda daquele item em diferentes lojas.

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