Saúde

Os 15 países mais afetados pela 'depressão do inverno'

Regiões com menos luz solar no inverno registram maior incidência de transtorno afetivo sazonal.

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 2 de dezembro de 2024 às 21h17.

A depressão sazonal, ou transtorno afetivo sazonal (TAS), é uma condição que afeta milhões de pessoas globalmente, especialmente durante os meses mais frios, quando a exposição à luz solar diminui significativamente.

Esse fenômeno, frequentemente chamado de "depressão de inverno", ocorre devido à redução da luz solar, o que interfere na produção de serotonina, um hormônio essencial para o bem-estar, e na absorção de vitamina D, fundamental para a saúde mental.

De acordo com a Fortune, estudos apontam que aproximadamente 10 milhões de americanos sofrem de TAS, com maior prevalência entre mulheres, jovens adultos e pessoas que vivem em regiões de invernos rigorosos. Sintomas incluem fadiga, desesperança, dificuldade para dormir e isolamento social. Uma pesquisa recente da Healthnews analisou 194 países para identificar aqueles com maior risco de "depressão de inverno", levando em conta fatores como latitude, prevalência de transtornos depressivos, e composição demográfica.

Os 15 países com maior risco de depressão sazonal

A pesquisa revelou que os países mais suscetíveis ao TAS estão situados em latitudes mais altas, onde os dias curtos e a falta de luz natural são comuns no inverno. Apesar de terem altos índices de qualidade de vida, nações nórdicas como Finlândia, Suécia e Noruega estão em posições mais altas no ranking devido à exposição limitada ao sol. Confira a lista dos 15 países com maior probabilidade de sofrer com a depressão sazonal, com suas respectivas pontuações em uma escala de 0 a 100:

  1. Groenlândia: 79,7
  2. Finlândia: 69,3
  3. Suécia: 67,1
  4. Reino Unido: 64,6
  5. Noruega: 63,1
  6. Islândia: 62,9
  7. Canadá: 62,0
  8. Lituânia: 60,7
  9. Dinamarca: 60,5
  10. Irlanda: 59,3
  11. Letônia: 58,9
  12. Estônia: 58,7
  13. Nova Zelândia: 58,2
  14. Países Baixos: 57,9
  15. Bielorrússia: 57,9

Fatores de risco e tendências globais

A pesquisa indicou que os países com maior risco compartilham características como invernos rigorosos e populações com proporções elevadas de jovens e mulheres, grupos mais vulneráveis ao TAS. Interessantemente, 6 dos 10 países com maior risco também aparecem entre os mais pesquisados no Google pelo termo “transtorno afetivo sazonal”, sugerindo que a conscientização é mais forte nas áreas mais impactadas.

Curiosamente, países nórdicos que frequentemente lideram rankings de felicidade global enfrentam desafios com a "depressão de inverno", o que destaca a importância de iniciativas voltadas ao bem-estar para mitigar esses efeitos.

Estratégias para lidar com a depressão sazonal

O manejo do TAS pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas. Para casos leves, mudanças no estilo de vida, como maior exposição à luz natural e exercícios regulares, podem ser eficazes. Em situações mais graves, especialistas recomendam abordagens como:

  • Terapia de luz: o uso de caixas de luz que simulam a luz solar é uma das estratégias mais eficazes para equilibrar os níveis de serotonina e reduzir os sintomas de depressão.
  • Terapia cognitivo-comportamental: indicada para ajudar a modificar padrões de pensamento negativos.
  • Suplementação de vitamina D: essencial para compensar a carência comum nos meses de inverno.

A pesquisa sublinha a necessidade de políticas públicas voltadas para a saúde mental durante o inverno. A criação de espaços verdes urbanos, campanhas de conscientização e acesso facilitado a tratamentos são medidas que podem ajudar a reduzir o impacto do TAS. Com o aumento do conhecimento sobre a condição e a implementação de estratégias acessíveis, milhões de pessoas podem melhorar sua qualidade de vida, mesmo durante os períodos mais desafiadores do ano.

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