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Venda de vinhos no país cresceu 31% em 2020 — e tem espaço para muito mais

A década de 2020 começou com uma demanda explosiva do consumo no Brasil, com safras melhores e consumidores mais exigentes. Agora é hora de degustar os resultados

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 (Katrina Lukina/Getty Images)

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Matheus Doliveira

Publicado em 23 de março de 2022 às, 15h00.

O mercado de vinho está de taça meio cheia, na temperatura certa. Nos dois primeiros anos da década iniciada em 2020, o setor cresceu como nunca e, mais importante do que isso, está se mostrando capaz de consolidar os bons resultados. O volume de vendas já vinha empolgando os produtores de modo geral nos últimos anos, mas foi em plena pandemia que o salto aconteceu. Somente em 2020, a venda de vinhos no Brasil cresceu 31% em relação a 2019, de acordo com dados da Ideal BI Consulting. Passada a euforia, o setor assistiu a uma leve queda de 2% em 2021, o que, segundo especialistas, não é má notícia. “O desafio do ano passado foi sustentar o crescimento gigantesco que vimos em 2020. Isso foi feito com sucesso”, explica Felipe Galtaroça, CEO da Ideal BI Consulting.

Segundo Galtaroça, a exemplo de 2021, o ano de 2022 também deve consolidar que o frenesi do vinho não foi apenas mais uma onda surfada pelos consumidores durante a pandemia. Pelo contrário. Graças à demanda explosiva por parte do público que passou a beber mais em quantidade e melhor em qualidade, sem esquecer do mérito das safras cada vez melhores e dos paladares mais exigentes, o mercado está de cara nova. O cuidado extra nas videiras tem tornado os vinhos brasileiros uma referência em qualidade, principalmente quando o assunto é espumante. Bebidas mais redondas e com taninos melhores estão ajudando o consumidor a optar pelo que é feito em casa.

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Para 2022, portanto, dos produtores aos importadores, passando também pelas marcas, o cenário parece claro: o mercado do vinho continuará marchando para a frente, ainda que a passos mais lentos e cautelosos. “Neste ano teremos a retomada de uma rotina semelhante à da pré-pandemia, o que naturalmente desacelera um pouco o consumo”, diz Galtaroça. “Ainda assim, estamos em um patamar muito superior ao de 2019. É natural que haja um assentamento.”

Além da volta de uma relativa normalidade para frequentar estabelecimentos como bares e restaurantes, que comercializam bebidas que competem com o vinho, outros desafios do setor para este ano devem ser a instabilidade do câmbio e a inflação, que tornam os preços mais altos, além da instabilidade política que pode ser gerada pelas eleições presidenciais no segundo semestre. “É um ano com desafios, mas os números são bons”, afirma Galtaroça, que lembra que mesmo antes da pandemia esse mercado já vinha crescendo.

De acordo com um relatório da Wine Intelligence, o número de bebedores de vinho no Brasil de hoje é duas vezes maior do que em 2010. Já a penetração de consumo mensal na população adulta é de 36%, número semelhante ao de países como os Estados Unidos, mas ainda bem inferior ao de mercados europeus maduros, como Espanha e França. Ou seja, ainda há muito a ser explorado.

Diferentemente do que aconteceu no Brasil, o mercado global de vinhos não cresceu, e sim diminuiu em 2 bilhões de euros durante a pandemia. No entanto, um levantamento do Observatório Espanhol do Mercado do Vinho aponta que o setor está superando a crise sanitária mais rapidamente do que a crise econômica de 2009. Os dados mais recentes relativos ao primeiro semestre de 2021 mostram que o comércio internacional da bebida cresceu 5,4% em volume e 13,5% em valor no período. Mesmo com uma safra prejudicada pelas geadas, como foi a de 2021 com produtores europeus, como a França, o Observatório Espanhol espera que o crescimento global seja retomado nos próximos semestres, embora os preços devam subir ligeiramente. Mesmo assim, a alta não deve ser suficiente para acabar com a sede dos consumidores, com espaço para os brasileiros.

 “O mercado brasileiro chegou a um ponto de amadurecimento que pede mais abertura para o novo. Podemos nos despir um pouco das certezas e conhecer o diferente”, diz Alexandre Bratt, CEO da holding Evino e Grand Cru. Para Julia Frischtak, da importadora Cellar, a associação cada vez mais estreita com a gastronomia é um trunfo. “Passamos a valorizar mais a culinária ligada ao consumo de vinho. Os ingredientes locais e a gastronomia brasileira estão em alta, e o vinho caminha junto”, afirma.  

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