Revista Exame

O poder nas mãos da geração Y

A pesquisadora do Hay Group diz que 20% dos jovens com menos de 30 anos que trabalham nas empresas brasileiras já ocupam cargos de liderança

Caroline: "Até 2014, a geração Y ocupará quase metade dos postos no mercado de trabalho" (.)

Caroline: "Até 2014, a geração Y ocupará quase metade dos postos no mercado de trabalho" (.)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de setembro de 2013 às 20h09.

De acordo com um estudo recente coordenado pela pesquisadora Caroline Marcon, da consultoria de recursos humanos, Hay Group cerca de 20% dos jovens que trabalham em grandes empresas brasileiras já ocupam cargos de liderança. O levantamento foi realizado com 5 600 profissionais nascidos a partir da década de 80, a chamada geração Y, em empresas dos setores de tecnologia, mineração e industrial.

1) A proporção de pessoas da geração Y em cargos de liderança foi surpreendente?

Já havia uma percepção de que a ascensão da geração Y está ocorrendo mais rapidamente do que a de seus antecessores. Além de quantificar o fenômeno, a pesquisa mostrou que essa evolução está ocorrendo de forma ainda mais veloz do que se imaginava.

2) Por que a trajetória da geração Y é mais acelerada?

Em comparação com os executivos mais velhos, os jovens da geração Y tiveram muito mais acesso a informações mais cedo. Com isso, eles chegam às empresas com uma bagagem diferenciada de formação, domínio de idiomas e uso de novas tecnologias, um conjunto de habilidades que facilita a evolução da carreira.

3) Em quais áreas de negócios a participação de pessoas da geração Y em cargos de liderança é maior?

Em geral, empresas de tecnologia são mais conectadas com os valores dessa geração. No Brasil, companhias como BuscaPé, Nextel e Oi estão entre as que possuem uma quantidade acima da média de funcionários e líderes da geração Y.


4) O Brasil se destaca no número de jovens que já ocupam posições-chave nas empresas?

Seguimos tendências mundiais. Estima-se que, em 2014, a geração Y será quase metade da força de trabalho mundial.

5) Quais são as mudanças de cultura que a geração Y está trazendo para as empresas?

Os representantes da geração Y são mais interdependentes e tendem a trabalhar melhor em equipe do que seus antecessores. Por causa disso, têm uma demanda maior por avaliações de desempenho e uma relação mais informal com os superiores, ainda que respeitem uma liderança que considerem inspiradora e legítima.

6) Existem ainda muitos conflitos entre gerações?

Ainda é muito difícil para os profissionais mais velhos entender como os mais jovens conseguem fazer tantas coisas simultaneamente. Questionam se o fazem com qualidade e comprometimento, já que por vezes estão conectados ao MSN, falando ao telefone, ouvindo música ao mesmo tempo em que trabalham.

7) Outra das características da geração Y é a alta rotatividade. Ao chegar a postos de liderança, esses jovens tendem a sossegar num mesmo lugar?

Não. Independentemente do nível hierárquico, eles vão ser sempre ansiosos por galgar posições mais altas e oportunidades de aprendizado, por isso irão manter o radar ligado em oportunidades dentro e fora da companhia. Essa noção de apego e sacrifício por uma determinada empresa não faz parte do repertório da geração Y.


Acompanhe tudo sobre:carreira-e-salariosEntrevistasGeração YHay Group

Mais de Revista Exame

Borgonha 2024: a safra mais desafiadora e inesquecível da década

Maior mercado do Brasil, São Paulo mostra resiliência com alta renda e vislumbra retomada do centro

Entre luxo e baixa renda, classe média perde espaço no mercado imobiliário

A super onda do imóvel popular: como o MCMV vem impulsionando as construtoras de baixa renda