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Arquitetos são substituídos por marcas e prédios se tornam grifes para morar

Os novos edifícios de luxo não são conhecidos pelos arquitetos que os assinam, mas por marcas de moda e de carros

 (Victor Vilela/Exame)

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Júlia Storch
Júlia Storch

Repórter de Casual

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 06h00.

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A cidade de São Paulo, que nos anos 1950 viu surgirem prédios modernistas aclamados no mundo todo, assiste agora à chegada de prédios com grifes. Há dois anos, a Daslu foi a leilão por 10 milhões de reais. No entanto, o arremate foi feito pela Mitre Realty, incorporadora no segmento de alto padrão que não trará de volta as lojas com grifes de luxo, mas um edifício residencial, o Daslu Residences São Paulo. Não é um caso isolado. O logo da medusa que estampa a Versace pode ser encontrado no edifício da coleção Versace Home, feito em parceria entre Cyrela e Lavvi, em Moema. Montadoras como Ferrari, Pininfarina e Lamborghini também assinam edifícios pelo país.

Para Anália Amorim, arquiteta e professora da Escola da Cidade e da FAU-USP, as marcas viram a oportunidade de transformar a casa em mais um objeto de grife. “A residência vira um objeto de exposição”, diz.

Assim como os valores de uma bolsa de uma loja comum e uma peça assinada variam, o preço dos imóveis aumenta dependendo da inscrição na porta. O metro quadrado em bairros como Jardins, Pinheiros e Itaim Bibi está entre 15.000 e 18.000 reais, segundo o índice FipeZap+. No entanto, nas mesmas regiões, o valor de apartamentos assinados por marcas de luxo pode ficar entre 50.000 e 80.000 ­reais o metro quadrado. A exclusividade tem seu preço. 

Júlia Storch

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