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Em vez de plásticos, mais papel — feito com menos árvores

A Klabin destaca-se pelo investimento em pesquisas para elevar a produtividade e criar produtos mais sustentáveis, e pela aposta em materiais renováveis

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Cristiano Teixeira, diretor-geral da Klabin: “Embalagem de papel como opção para um futuro mais consciente”  (Germano Lüders/Exame)

Cristiano Teixeira, diretor-geral da Klabin: “Embalagem de papel como opção para um futuro mais consciente” (Germano Lüders/Exame)

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Patrícia Berton

Publicado em 7 de novembro de 2019, 05h06.

Última atualização em 7 de novembro de 2019, 10h07.

Uma celulose que melhora a resistência do papel, podendo torná-lo mais leve; uma celulose que barra o óleo, o oxigênio e a gordura e pode ser usada para embalagens de alimentos; o uso de um polímero natural para substituir produtos derivados do petróleo; e caixas de papelão ondulado feitas 100% com eucalipto em vez de pinus, permitindo produzir até 500.000 toneladas com 30.000 hectares de floresta cortada — um terço da área que seria necessária nos Estados Unidos e um décimo da necessária na Finlândia graças à facilidade de produzir eucaliptos aqui.

Essas são algumas das soluções que vêm sendo promovidas pela Klabin, com investimentos de 70 milhões de reais em pesquisas de 2015 a 2017, cifra que chegará a 180 milhões de reais no triênio 2019-2021. “Enxergamos a embalagem de papel como opção para um futuro mais consciente, por isso temos priorizado a busca por produtos mais eficientes e seguros, com barreiras naturais e biodegradáveis. Ser sustentável não é uma escolha, é uma necessidade”, afirma Cristiano Teixeira, diretor-geral da Klabin.

Bem posta em prática, essa mentalidade valeu à empresa o título de melhor do setor de papel e celulose neste Guia, com feitos como obter de fontes renováveis cerca de 90% da demanda de energia, assim como 98% dos materiais utilizados.

Dos resíduos sólidos gerados pela empresa, 92% são reutilizados ou reciclados. E suas fábricas têm capacidade para processar 300.000 toneladas de aparas de papel por ano. “A Klabin está focada no desenvolvimento de soluções bioeconômicas, e a utilização responsável, eficiente e sustentável dos recursos renováveis é a chave para isso”, diz Teixeira.

A Klabin têm 239.000 hectares de florestas plantadas em mosaico, em meio a 216.000 hectares de florestas nativas, permitindo que os animais transitem entre as duas áreas. Em suas florestas já foram identificadas 898 espécies da fauna e 2 021 da flora. No Paraná, uma área de 9.000 hectares abriga um parque ambiental onde funciona o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, que recebe de 30 a 50 animais apreendidos ou atropelados por mês.

A empresa também investe no melhoramento das espécies para produzir mais celulose por hectare plantado. Hoje sua produtividade está entre as mais altas do mundo, e isso lhe permite crescer com pouca expansão de área plantada. Em 2018, a Klabin teve um balanço positivo de 5,1 milhões de toneladas de CO2 — o crescimento de suas árvores capturou 11,2 milhões de toneladas de gás carbônico por ano, enquanto as 18 fábricas emitiram 6,1 milhões de toneladas.


O DESAFIO DE DEFINIR UMA NOVA ESTRATÉGIA E CONSOLIDAR AS AÇÕES

A empresa que surgiu da fusão entre a Suzano e a Fibria ouve seus principais públicos de relacionamento e identifica a sinergia entre os projetos | Humberto Maia Junior

Fusões entre grandes empresas oferecem inúmeras oportunidades de ganhos de escala e produtividade. Mas o processo de transição é desafiador e, quanto maiores as empresas envolvidas, mais complexo é. Integrar áreas e profissionais de culturas distintas é algo que precisa ser muito bem planejado — e executado.

É esse o momento enfrentado por duas das maiores empresas de celulose do mundo, as brasileiras Suzano Papel e Celulose e Fibria. No dia 16 de março de 2018, elas anunciaram a fusão, concluída em 14 de janeiro deste ano, criando a nova Suzano, uma empresa de 15.000 funcionários. Do ponto de vista acionário, a Suzano assumiu o controle.

A preparação para a junção das empresas ficou a cargo do Clean Team, um grupo de 100 profissionais da Fibria e da Suzano. O processo deveria durar até 15 meses, mas foi concluído em nove. Na área de sustentabilidade, uma das tarefas é a consolidação das equipes e dos projetos, definindo uma nova estratégia sob o lema: “Só é bom para nós se é bom para o mundo”. A empresa tem se reunido com os públicos com que se relaciona tanto no Brasil quanto no exterior, incluindo ONGs, clientes e fornecedores. “Queremos identificar percepções e expectativas sobre a nova Suzano”, diz Malu Pinto e Paiva, que veio da Fibria e é diretora de sustentabilidade da Suzano.

Já começa a haver sinergia entre os projetos da Fibria e os da antiga Suzano na área social. Um exemplo: o número de famílias beneficiadas pelos projetos sociais aumentou 36% desde a união das empresas, chegando a pouco mais de 8.000 famílias. “Com a padronização dos procedimentos, conseguimos uma maior eficiência dos investimentos”, afirma Malu. Em uma fabricante de papel e celulose, os ganhos de produtividade são essenciais para a sustentabilidade. A Suzano tem investido em tecnologia para colocar em prática o que chama de “inovabilidade”: inovação com sustentabilidade. Um dos projetos mais relevantes é desenvolvido pela FuturaGene, braço de pesquisa comprado pela antiga Suzano em 2010 e que busca soluções para reduzir o emprego de insumos químicos.

Por meio da engenharia genética, a Suzano — que tem 2,2 milhões de hectares de terras, dos quais 900.000 com vegetação nativa destinada à conservação — está desenvolvendo árvores que produzem uma proteína com efeito inseticida natural para prevenir a infestação de insetos sem o uso de defensivos. Outra frente da engenharia genética é a criação de uma variedade de eucalipto que cresce mais depressa e rende 20% mais madeira do que a média, resultando em maior captura de gás carbônico por área plantada.

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