Revista Exame

Direta e clara

Um livro para ajudar na comunicação de quem gere empresas em conjunto com sócios — cônjuges ou não

Brevidade Inteligente, de Jim VandeHei, Mike Allen e Roy Schwartz (Sextante) | Páginas: 224 | Preço: 55 reais (Divulgação/Divulgação)

Brevidade Inteligente, de Jim VandeHei, Mike Allen e Roy Schwartz (Sextante) | Páginas: 224 | Preço: 55 reais (Divulgação/Divulgação)

Maria Clara Dias
Maria Clara Dias

Repórter de Negócios e PME

Publicado em 14 de junho de 2023 às 06h00.

“Algo mágico acontece quando nos comunicamos de maneira clara e transparente: eliminamos todas as fofocas e intrigas que surgem entre os funcionários por estarem confusos ou serem mantidos no escuro”. A análise é dos jornalistas americanos Jim VandeHei, Mike Allen e Roy Schwartz, autores do best-seller Brevidade inteligente, lançado no Brasil pela editora Sextante. No título, os especialistas debruçam sobre estratégias capazes de traduzir ideias complexas em mensagens diretas ao ponto. Em meio ao excesso de informações, ser sucinto nunca foi tão importante, especialmente para líderes às voltas com a missão de engajar times em torno de um propósito. A habilidade de síntese, portanto, virou ouro aos olhos de gestores e empreendedores obstinados. Um paralelo óbvio é o dia a dia de casais. Afinal, a comunicação é a chave para qualquer relacionamento sadio. Nos negócios não é diferente. Leia a seguir um trecho do livro.

Nevoeiro de palavras

Nunca na história da humanidade usamos tantas palavras em tantos lugares com tanta velocidade.

POR QUE ISSO É IMPORTANTE: Esse fenômeno novo e exaustivo congestionou nossas caixas de entrada, paralisou ambientes de trabalho, obstruiu nossa mente – e nos inspirou a criar o conceito de Brevidade Inteligente… e a escrever este livro.

PANORAMA GERAL: Estamos chafurdando em ruído e bobagem na maior parte do tempo que passamos acordados. E, quando nos deitamos para dormir, pegamos o celular para rápidas conferidas sempre que mudamos de posição. É a loucura da mente moderna. Esse nevoeiro de palavras cada vez mais denso tem duas causas principais: a tecnologia e os maus hábitos.

1. A internet e os smartphones abriram as comportas para que todos pudessem dizer e ver tudo em escala, de graça, instantaneamente, o tempo todo. Ganhamos acesso ao Facebook, Google, Twitter, Snapchat, TikTok. E abusamos disso.

Podemos compartilhar todos os nossos pensamentos. Publicar quando estamos orgulhosos ou irritados. Fazer pesquisas no Google quando estamos confusos ou curiosos. Assistir a vídeos sobre qualquer assunto quando estamos entediados.

2. Mas as pessoas continuam a produzir enormes quantidades de e-mails, cartas, memorandos, artigos, histórias e livros, como se estivéssemos em 1980. Pense nisto: sabemos que todo mundo tem menos tempo, mais opções, distrações infinitas, mas continuamos a cuspir a mesma quantidade de palavras. Ou até mais. E escritas da mesma forma que fazemos há gerações. Isso não é novidade. Mark Twain, em carta a um amigo em 1871, confessou: “Não tive tempo de escrever uma carta curta para você, então escrevi uma comprida.”

• Todo mundo faz isso. Tentamos fingir – ou exibir – inteligência exagerando nas palavras. Vemos isso no trabalho, em e-mails pessoais, na imprensa. Aprendemos que texto longo é sinônimo de profundidade e relevância. Os professores pedem redações com um número determinado de palavras. Quanto mais extensa a matéria da revista, mais séria ela parece. Quanto mais grosso o livro, mais inteligente o autor soa.

• Graças à tecnologia, essa obsessão deixou de ser uma falha para se tornar um bug teimoso que rouba o nosso tempo.

O resultado é o desperdício de bilhões de palavras:

• Apenas cerca de um terço dos e-mails de trabalho que requerem atenção é lido. A maioria das palavras na maioria das notícias é ignorada.

• A maioria dos capítulos da maioria dos livros permanece intocada.

O problema é grave e está presente em quase todos os locais de trabalho. Não importa se você trabalha numa multinacional, em um pequeno negócio ou em uma startup, nunca foi tão difícil fazer com que as pessoas se concentrem no que é importante de fato.

• A realidade do “trabalhar de qualquer lugar” no mundo transformado pela covid-19 afetou as comunicações de maneira profunda e crítica nas empresas, entre os líderes e entre os colaboradores.

• Esse problema ecoa em todas as organizações porque, neste mundo disperso, uma cultura vibrante, uma estratégia clara e uma execução rápida dependem de uma comunicação eficiente.

• O CEO da Slack, Stewart Butterfield, nos disse que, em uma organização hipotética com 10 mil funcionários e uma folha de pagamento de 1 bilhão de dólares, algo entre 50% e 60% do tempo dos empregados é despendido em alguma forma de comunicação. No entanto, eles não recebem ferramentas nem treinamento para se comunicar bem.

MORAL DA HISTÓRIA: Todos nós estamos diante de um desafio épico: como fazer com que uma pessoa preste atenção em algo importante no meio dessa confusão?

NOSSA SOLUÇÃO: Adapte-se à forma como as pessoas consomem conteúdo — não à forma como você gostaria que elas consumissem ou como consumiam antes.

Acesse um trecho do livro aqui.


(Publicidade/Exame)

Acompanhe tudo sobre:Revista EXAME

Mais de Revista Exame

A tecnologia ajuda ou prejudica a diversidade?

Os "sem dress code": você se lembra a última vez que usou uma gravata no trabalho?

Golpes já incluem até máscaras em alta resolução para driblar reconhecimento facial

Você maratona, eles lucram: veja o que está por trás dos algoritmos