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Carta de EXAME | A arte de copiar. E inovar

Masayoshi Son, um dos homens mais ricos do Japão, é um exemplo vivo de que copiar pode dar certo — desde que se aprenda a copiar bem

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Laboratório do IPT: o instituto tecnológico paulista está abrindo seu campus para promover a inovação em parceria com empresas, startups e organizações científicas (Germano Lüders/Exame)

Laboratório do IPT: o instituto tecnológico paulista está abrindo seu campus para promover a inovação em parceria com empresas, startups e organizações científicas (Germano Lüders/Exame)

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Redação Exame

Publicado em 20 de junho de 2019, 05h14.

Última atualização em 25 de junho de 2019, 14h54.

Em 1853, o comodoro Mattew Perry, da Marinha dos Estados Unidos, entrou no porto japonês de Uraga com uma pequena mas intimidante frota de navios de guerra. Seu objetivo era forçar o Japão a se abrir para o comércio exterior após mais de dois séculos de isolamento. A visão aterradora das fragatas negras movidas a vapor — uma tecnologia de ponta na época — fez os japoneses se convencerem de que não eram páreos para os americanos. E assim o Japão começou a se abrir. Nos anos seguintes, o governo nipônico enviou alguns de seus melhores cérebros para estudar na Europa e nos Estados Unidos. Os japoneses passaram a copiar a tecnologia estrangeira e outros aspectos da vida ocidental. No início, as cópias eram de má qualidade, mas os japoneses foram aprimorando as técnicas até conseguirem superar alguns produtos “originais” — como ocorreu nas indústrias de eletrônicos e de automóveis.

O Japão não é um caso isolado. Outros países, como Taiwan, Singapura e Coreia do Sul, passaram por experiência parecida de copiar e aperfeiçoar produtos e processos desenvolvidos em outros países. Os próprios Estados Unidos, logo após a independência no século 18, copiaram padrões da indústria têxtil da Inglaterra, a mais moderna da época. Atualmente, um país que tenta se recuperar do atraso tecnológico é a China — que tem cerca de meio milhão de estudantes frequentando faculdades e universidades americanas.

E o Brasil? No mais recente ranking global de inovação, nosso país se classificou em 64o lugar entre 126 nações avaliadas. Mas essa é uma realidade que pode ser mudada. Conforme apontou o economista Xavier Cirera, do Banco Mundial, um dos autores do livro O Paradoxo da Inovação, países em desenvolvimento, como o Brasil, podem copiar o que já deu certo nos países ricos e colher os resultados. Ou seja, recriar produtos e processos é também uma forma de inovar. Para isso, é fundamental fortalecer empresas, universidades e instituições que desenvolvem inovação no país — como é caso do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, o IPT, que está completando 120 anos e abrindo seu campus para receber centros de pesquisas de grandes empresas, startups e outras organizações científicas. Para criar esse ecossistema de inovação, o IPT foi buscar inspiração em modelos bem-sucedidos lá fora, como o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o MIT, nos Estados Unidos.

Foi também nesse país que o megainvestidor japonês Masayoshi Son, personagem de capa desta edição, foi aprender a empreender. Son estudou economia na Universidade da Califórnia em Berkeley e conheceu de perto o mercado de softwares antes de voltar para o Japão e fundar o SoftBank, hoje um conglomerado de tecnologia, internet e telecomunicações. Um dos homens mais ricos do Japão, Son é um exemplo vivo de que copiar pode dar certo — desde que aprenda a copiar bem.

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