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'O Gambito da Rainha': Netflix é processada por fala sexista na série

Mestre enxadrista Nona Gaprindashvili diz que a plataforma de streaming causou danos irreparáveis ​​à sua reputação

"O Gambito da Rainha": Anya Taylor-Joy interpreta o papel de uma jogadora de xadrez na série (Netflix/Reprodução)

"O Gambito da Rainha": Anya Taylor-Joy interpreta o papel de uma jogadora de xadrez na série (Netflix/Reprodução)

BG

Bibiana Guaraldi

Publicado em 17 de setembro de 2021 às 15h12.

Última atualização em 20 de setembro de 2021 às 07h52.

Ícone do xadrez soviético, Nona Gaprindashvili processou a Netflix por difamação e pode receber 5 milhões de dólares por causa de uma fala em O Gambito da Rainha.

A série estrelada por Anya Taylor-Joy é favorita em diferentes categorias do Emmy de 2021 neste fim de semana, mas foi mergulhada em um imbróglio jurídico mais de um ano após seu lançamento, informa o jornal inglês Independent.

Gaprindashvili alega que os criadores do programa sobre a fictícia menina prodígio do xadrex Beth Harmon (Taylor-Joy), deliberadamente e conscientemente deturparam verdades sobre sua carreira.

A jogadora Nona Gaprindashvili, campeã mundial de xadrez feminino, jogando contra 28 homens ao mesmo tempo em Dorset, Reino Unido, 11 de janeiro de 1965. (Express/Correspondente/Getty Images)

O processo destaca o episódio final da série End Game, durante o qual um comentarista faz referência a Gaprindashvili, após Harmon vencer o grande mestre russo Viktor Laev, outro personagem fictício.

O comentarista diz: “A única coisa incomum sobre ela [Harmon], realmente, é seu sexo. E mesmo isso não é único na Rússia. Há Nona Gaprindashvili, mas ela é a campeã mundial feminina e nunca enfrentou homens”. A câmera então foca uma mulher na plateia que, segundo o processo, obviamente representa Gaprindashvili.

O problema é que a alegação de que Gaprindashvili nunca competiu com homens é falsa. E, segundo o processo, “grosseiramente sexista” e “depreciativa”. 

O documento de 25 páginas apresentada no Tribunal Distrital Federal em Los Angeles prossegue: “em 1968, ano em que este episódio se passa, ela havia competido contra pelo menos 59 jogadores de xadrez do sexo masculino [28 deles simultaneamente em um jogo], incluindo pelo menos dez grandes mestres da época”.

A jogadora e campeã mundial de xadrez feminino Nona Gaprindashvili, da União Soviética, jogando uma partida de xadrez no Congresso Internacional de Xadrez em Londres em 30 de dezembro de 1964 (Stanley Sherman/Getty Images)

O processo acrescentou que, apesar de estar ciente dos fatos, a Netflix mentiu "descarada e deliberadamente" com o propósito "barato" de "aumentar o drama", e retratar a mestre enxadrista como russa, e não georgiana, piora os insultos.

Em uma declaração à NBC News, um porta-voz da Netflix se defendeu: "A Netflix tem o maior respeito por Gaprindashvili e sua ilustre carreira, mas acreditamos que esta afirmação não tem mérito e defenderemos vigorosamente o caso."

Gaprindashvili disse que confrontou o gigante do streaming depois que a série foi ao ar, mas a Netflix rejeitou suas afirmações e afirmou que a cena era inofensiva.

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