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Mistério sobre origem da barata pode ter chegado ao fim após 250 anos

Os primeiros registros da praga apareceram na Europa em meados do século 18

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 21 de maio de 2024 às 12h18.

Última atualização em 21 de maio de 2024 às 12h26.

Um dos maiores mistérios do mundo pode estar perto de ser resolvido. Tudo bem que é um enigma que muita gente tem medo e até nojo. Mas afinal, de onde surgiram as baratas?

Segundo reportagem do Washington Post, a espécie do tipo germânica (também conhecida como baratinha), muito comum nas cidades, parece que teve origem de um "primo distante" há 2.100 anos — muito pouco tempo em se tratando de evolução das espécies.

Os cientistas conduziram um estudo para analisar o DNA da barata, num mistério que já durava 250 anos.

Qian Tang, pesquisador associado de Harvard que liderou o estudo, analisou os genomas das baratas e concluiu que a espécie se ramificou de um tipo diferente chamada barata asiática — também uma espécie invasora nos Estados Unidos, embora seu habitat principal seja ao ar livre — depois de se mudar com pessoas na Índia ou em Mianmar há mais de dois milênios. De lá, as baratas alemãs pegaram carona com os viajantes durante as dinastias islâmicas e o colonialismo europeu. Ou seja, nós, humanos, ajudamos a proliferar essa praga.

A barata é uma prova de adaptação da natureza, mesmo nos piores ambientes naturais e diante de companheiros de quarto hostis que tentam — muitas vezes sem sucesso — esmagar os insetos até a morte.

Esse enorme poder de adaptação permitiu que o inseto fosse do Alasca até a Antártica e se tornasse uma das pragas mais destrutivas do mundo.

A barata alemã percorreu o mundo escondendo-se em cargas de aviões, trens e automóveis. Os primeiros registros da praga apareceram na Europa em meados do século 18, logo após a Guerra dos Sete Anos, o que provavelmente permitiu que o inseto se espalhasse pelo continente de carona com os soldados.

Os europeus batizaram o novo inseto com o nome de seus inimigos naquele conflito. Os russos o chamavam de "barata prussiana", em homenagem ao antigo estado alemão, enquanto alguns inimigos da Rússia o chamavam de "barata russa".

O biólogo sueco Carl Linnaeus a chamou de barata alemã, e esse nome pegou. (A Suécia lutou contra a Prússia na guerra). "O nome é realmente tendencioso e mostra uma preferência pessoal, nacional ou política da época", disse Qian Tang

Hoje, o custo econômico e de saúde dessa disseminação do inseto é enorme. Vai além da perda de negócios em hotéis e restaurantes quando os hóspedes as veem correndo. As infestações de baratas podem provocar asma em pessoas alérgicas à saliva e às fezes do inseto.

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