Irmãos Menendez podem ser soltos? Pena pode ser revista nesta quinta-feira; entenda
O promotor responsável pelo caso, George Gascón, anunciou coletiva de imprensa nesta tarde após revisão do caso; a depender da decisão, Erik e Lyle podem ser libertos
Repórter de POP
Publicado em 24 de outubro de 2024 às 15h07.
Última atualização em 24 de outubro de 2024 às 15h25.
Pouco mais de um mês após a estreia da série ficcional "Irmão Menendez", da Netflix,a promotoria de Los Angeles (Califórnia, EUA) reabriu o caso e deve solicitar, nesta quinta-feira, 24, a revisão da sentença de Erik e Lyle Menendez, condenados à prisão perpétua no início dos anos 1990, pela morte dos pais, José e Kitty Menendez, em sua mansão em Beverly Hills, na Califórnia.
Após a pesquisa realizada para produzir tanto a série ficcional quanto o documentário, o promotor responsável pelo caso, George Gascón, poderá rever a sentença dos irmãos. A decisão será revelada em coletiva de imprensa nesta quinta-feira. Tanto Erik quanto Lyle afirmaram, em um dos primeiros julgamentos filmados dos Estados Unidos, que foram vítimas de abuso pelo pai. O motivo do crime, disseram eles, seria para se defender da morte.
A depender da decisão de Gascón e, futuramente, a de um juiz, há três novas possibilidades para o caso Menendez: pode haver uma re-sentença, que pode abrir caminho para que os irmãos sejam libertados; ambos podem ter a sentença mantida ou há possibilidade de uma nova sentença, não mais de prisão perpétua.
Articulação política
O caso ganhou mais notoriedade depois das duas produções da Netflix. Somente a série ficcional ficou no topo do rankng das mais vistas entre os dias 23 e 30 de setembro, com mais de 19,5 milhões de visualizações na primeira semana após a estreia. O título ficou no top 10 de 89 países, segundo a plataforma.
Mas a revisão do caso pode ter a ver com uma articulação política. Gascón, democrata, está na disputa pela reeleição em uma corrida eleitoral acirrada. "É importante reconhecer que tanto homens quanto mulheres podem ser vítimas de abuso sexual", disse o promotor em coletiva de imprensa alguns meses atrás.
Entenda o caso da série 'Monstros', baseada na história real dos Menendez
A trama da temporada de "Monstros" é baseada em um dos crimes mais chocantes dos Estados Unidos, quando Lyle e Erik Menendez, jovens da alta sociedade americana, assassinaram seus pais, José e Kitty Menendez, em sua mansão em Beverly Hills, na Califórnia. O crime ocorreu em 20 de agosto de 1989 e causou grande comoção na época, devido à brutalidade dos assassinatos e ao perfil dos envolvidos.
Os irmãos, que na época tinham 21 e 18 anos, dispararam 12 vezes com espingardas contra os pais, resultando em suas mortes. Após o crime, eles tentaram criar álibis e, inicialmente, não foram considerados suspeitos pelas autoridades quando foram julgados separadamente. No entanto, com o passar do tempo, investigações mais detalhadas, além de inconsistências em seus depoimentos, levaram à prisão de Lyle, em março de 1990, e, três dias depois, de Erik.
O julgamento foi amplamente coberto pela mídia, e os irmãos não negaram sua responsabilidade pelos assassinatos. O caso foi julgado em 1995, em sessões separadas, o que gerou ainda mais curiosidade e especulação do público. A defesa dos irmãos alega que eles cometeram os assassinatos por medo de suas vidas após um extenso histórico de abusos morais e abusos sexuais feitos pelo pai.
A promotoria do condado de Los Angeles afirmou, na época, que o assassinato não teve motivação emocional e sim financeira. Os bens da família eram avaliados em US$ 14 milhões e Erik e Lyle tiveram vários gastos nos meses entre os assassinatos e suas prisões. Chegaram a comprar um Porsche, um relógio Rolex e um restaurante em Princeton, Nova Jersey.
Imbróglio jurídico
Entre 1998 e 1999, a Corte de Apelações da Califórnia e a Suprema Corte da Califórnia analisaram o caso, mas decidiram por manter as condenações de Erik e Lyle. A revisão do caso foi recusada.
Na época, os irmãos entraram com petições no Tribunal Distrital dos Estados Unidos e no Tribunal de Apelações do Nono Circuito dos Estados Unidos, que também foram negadas. No ano passado, em maio, os dois solicitaram uma nova audiência utilizando como pretexto as supostas evidências de que o pai molestou o cantor Roy Rosselló, da banda porto-riquenha Menudo.