Dungeons and Dragons: um clichê que funciona — mas não impressiona
Novo filme da Paramount conta a história de uma partida de RPG em um humor sem muito engajamento
Repórter de POP
Publicado em 13 de abril de 2023 às 07h08.
Última atualização em 20 de abril de 2023 às 18h04.
Entre as mais aguardadas estreias do cinema estava o filme Dungens & Dragons: Honra entre Rebeldes,produção da Paramount que tinha dois imensos atrativos: temática relevante para o público geek (jogador de RPG) e elenco de peso, composto por atores como Hugh Grant e Chris Pine — que visitaram o Brasil para a CCXP22.
Esperado sob grandes expectativas, o filme finalmente chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 13. Com 2 horas e 14 minutos, o trailer dava pistas de que o conteúdo seria épico;uma típica campanha de RPG, com vários easter eggs do jogo e escolhas de arquétipos mais tradicionais de Dungeons and Dragons: um humano bardo, uma humana bárbara, um elfo mago e uma tifiling druida.
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Para além dos jogadores, a trama também chamou atenção do público em geral: é pautada nos filmes tradicionais de aventura medieval, com muito humor, dragões e referências a outras obras audiovisuais do gênero. Mas o resultado talvez não atenda a todas as expectativas.
A EXAME Pop assistiu ao filme e te traz uma visão de público comum para saber se vale a pena ou não investir na bilheteria.Confira:
A visualização do que sempre foi imaginário
Toda a trama de Dungeons & Dragons foi traçada a partir de uma típica partida de RPG de mesa. Só que para além da produção da fixa, rolagem de dados, intervenção dos jogadores e quadradinhos no mapa,o público tem acesso a aquilo que, em geral, fica restrito somente à imaginação: uma dramaturgia de uma campanha tradicional.
O grupo também é composto pelos heróis mais clássicos das campanhas: um bardo, uma bárbara, um mago e uma druida. Os arquétipos, inclusive, ficam bem visíveis entre eles, assim como suas expectativas e alinhamentos.
Para quem já é jogador assíduo, logo nos primeiros minutos, as referências já saltam aos olhos: é como ver na tela a personificação da quinta edição do livro do jogador de Dungeons & Dragons. Mas a parte mais legal é ver como as ações vão se desenvolvendo, um esforço de criatividade entre o que se passa nas imagens e o que possivelmente aconteceria na mesa tradicional.
Ao longo do filme, outras referências se tornam constantes: itens já reconhecidos, criaturas típicas, situações engraçadas que só aconteceriam em uma mesa de RPG. Em resumo, é divertido para ambos os públicos: se encanta quem é jogador e aproveita quem não conhece o jogo.
Elenco, efeitos especiais e ambientação
Além de toda a nostalgia e referências incluídas, o filme também tem bons pontos a serem destacados: o elenco é muito bem escalado, com atuação impecável de Chris Pine (Edgin) e um divertido vilão de Hugh Grant (Forge). Vale destaque para a atuação de Michelle Rodriguez (Holga) e para a construção de personagem de Regé-Jean Page (Xenk), um autêntico e engraçadíssimo paladino.
Vale um olhar atento também aos figurinos e à ambientação, que resumiu bem um contexto medieval característico dos jogos de RPG. Os efeitos especiais combinam bastante com a narrativa — e até constroem o humor da trama, em certos momentos.
Clichê do começo ao fim, mas divertido
A parte da maestria do formato — sem dúvidas, a homenagem e as referências são fantásticas —, a história de Dungeons & Dragons acaba sendo bastante previsível.
É claro que nem toda campanha de RPG é super inovadora, mas o elemento surpresa está sempre ali, uma variável a todo custo que dita o rumo das aventuras. Esse ponto, no filme, é bem mais singelo: são poucos os momentos de tensão verdadeira, e cada passo da aventura é mais previsível do que o anterior.
Esse ponto da previsibilidade, apesar de todo o encantamento com a adaptação e o "quentinho no coração" da nostalgia, faz com que o filme chegue a um encerramento bem clichê, difícil de se engajar e pouco proveitoso para o enredo — quase como um filme de "Sessão da Tarde".
Como em toda partida de RPG,a trajetória é divertida e bem humorada, o objetivo, nem tanto.
Mas e aí, vale a pena ver no cinema?
Ainda que tenha uma narrativa bem clichê, o filme é bastante divertido. Amarrado com um bom toque de humor e repleto de referências, é um ótimo entretenimento para ver com os amigos e colegas de RPG.
A EXAME POP recomenda a bilheteria de Dungeons & Dragons: Honra entre Rebeldes, sob um importante alerta: vale a pena comprar o ingresso para quem já conhece o jogo (ou tem interesse em jogar). Para quem está por fora desse mundo, essa aventura pode não ser tão divertida assim.
Quando estreia Dungeons & Dragons: Honra entre Rebeldes?
O filme estreia em todos os cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 13 de abril.
Quem está no elenco de Dungeons & Dragons?
O elenco do filme é composto por Chris Pine, Hugh Grant, Michelle Rodriguez, Regé-Jean Page, Sophia Lillis, Daisy Head e outros.