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Deepfake mostra pesquisa falsa na voz de Renata Vasconcellos, do Jornal Nacional

Conheça outros casos em que esse tipo de manipulação já teve impactos políticos

Renata Vasconcellos, do Jornal Nacional: edição com resultados de uma falsa pesquisa de intenção de votos (Globo/Reprodução)

Renata Vasconcellos, do Jornal Nacional: edição com resultados de uma falsa pesquisa de intenção de votos (Globo/Reprodução)

Está circulando no Twitter, WhatsApp e YouTube a primeira deepfake das eleições de 2022. Foi o que apurou Cristina Tardáguila, colunista do Uol, que identificou uma manipulação em vídeo de uma pesquisa de intenção de votos do Ipec.

Na cena que ganhou alcance na quarta-feira, 17, a apresentadora do Jornal Nacional Renata Vaconsellos mostra resultado no qual o presidente Jair Bolsonaro aparece em primeiro lugar, com 44%, e a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segundo, com 32%.

Na realidade, o resultado é exatamente o oposto: Lula em primeiro, com 44% das intenções de voto, e Bolsonaro em segundo, com 32%. A intenção de manipular o espectador fica clara.

De difícil identificação, deepfakes aglomeram diferentes níveis de edição de vídeo. No caso identificado pelo Uol trata-se de um corte de cena e áudio, mas, em tentativas mais complexas, a técnica lança mão da inteligência artificial (IA) para inserir rostos reais em cenas falsas com o objetivo de criar um vídeo com alguém dizendo algo que não disse. É um passo além das fake news.

No início do mês, um vídeo falso publicado no TikTok que mostra o também âncora do Jornal Nacional William Bonner chamando de ladrão o candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, a voz atribuída a Bonner na verdade foi produzida sinteticamente a partir de um conteúdo em texto.

E, claro, esse tipo de enganação não é algo que acontece no ambiente político do Brasil. Em 2021, membros da câmara de deputados da Holanda realizarem algumas reuniões via Zoom com quem pensavam ser Leonid Volkov, parceiro de Alexei Navalny, líder da oposição russa e que está atualmente preso. Horas depois, os congressistas se deram conta de que se tratava de um farsante. 

Um dos políticos que vivenciaram o caso foi o deputado Ruben Brekelmans, que, na época, foi ao Twitter relatar a preocupação sobre o incidente. “Por exemplo, os deputados podem ser desencorajados a falar com partidos da oposição estrangeiros. Não devemos ceder a isto. Precisamos garantir segurança de comunicação para todos”. 

Ao menos nesse caso, não se tratava de um deepfake. A pessoa que teria aparecido na chamada de vídeo que se pensou ser um deepfake era Alexei Stolyarov, que usou maquiagem para se parecer com Volkov.

A pegadinha foi feita pela dupla russa Vovan e Lexus, apelido de Vladimir Kuznetsov e Alexei Stolyarov, respectivamente. Vovan e Lexus são conhecidos por terem aplicado trotes em pessoas como Boris Johnson, Justin Trudeau, Bernie Sanders e Elton John. A dupla apresentou como organizam o trote em um canal no YouTube.

Em 2020, circulou pela internet um vídeo em que a deputada Nancy Pelosi, presidente da Câmara, aparecia bêbada em uma entrevista de TV. Na verdade, o vídeo era só uma desaceleração de aparição verdadeira da congressista americana.

Os casos são exemplo que vão muito além de brincadeiras e memes, podendo ter impacto no período eleitoral e que pegam carona em algo nessa linha previsto na ficção.

Na série Years and Years (2019), da HBO, as deepfakes têm relevância numa fictícia eleição na Inglaterra que engana eleitores e contribui na vitória de um governo ditatorial.

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