(Rio2C/Rafael Lanzarini/Divulgação)
Repórter de POP
Publicado em 12 de abril de 2023 às 07h03.
A Rio2C começou nesta terça-feira, 11, com um belo repertório de palestrantes. Até o dia 16 de abril, a Cidade das Artes, na Barra, localizada no Rio de Janeiro, ficará repleta de conteúdo, com convidados muito especiais. De Gilberto Gil a Fernando Meirelles, a Rio2C pretende ser ainda maior do que nos anos anteriores: deve trazer mais de 40 mil pessoas para a cidade maravilhosa. E o objetivo é ser cada vez maior, mais criativo e mais agregador. Bem, pelo menos é isso que diz o criador do evento, Rafael Lanzarini.
Ele, que além de idealizador do evento também atua como vice-presidente Latam da Live Nation — produtora de eventos do Rock in Rio e Lollapalloza —, destaca que a Rio2C é um evento que nasce dentro da indústria criativa e, portanto, tem muito a oferecer para os criadores. "Eu acho que o mais importante da Rio2C é esse olhar para o criador, seja ele de um filme, de uma série, de uma empresa, de uma ideia. A gente reúne pessoas criativas para analisar o processo de criação (e se inspirar nisso)", diz Lanzarini em entrevista exclusiva à EXAME.
Para além do lado criativo do evento, Lanzarini também acredita que a Rio2C vai "atiçar" o sentido da construção humana em conjunto com a tecnologia — e todas as possibilidades dessa mistura. "Estamos falando da arte da criação, de 1200 painelistas que criaram alguma coisa e estão aqui para dizer como fizeram isso. A nossa preocupação é muito mais nesse ponto criativo do que na tecnologia em si, mas a gente entende que essa mistura da tecnologia com as possibilidades da criatividade humana movem tudo hoje em dia, constroem a inovação. Brincamos aqui que somos human centric: o humano é o que mais importa, quem faz a máquina girar. E a tecnologia é uma ferramenta fundamental para mudar as coisas nas mãos desses criadores", complementa.
A maior inspiração da Rio2C, diz Rafael, é a South by South West (SXSW), maior feira de inovação e criatividade do mundo. Diferentes, claro, os dois eventos têm pontos e objetivos que são semelhantes, mas não idênticos. E um inspira ao outro: neste ano, o CEO do evento, Hugh Forrest, estará na Rio2C justamente para ver como a inovação e a criatividade circulam no Brasil.
"O coração da Rio2C é a curadoria, são mais de 800 horas de conteúdo em 12 palcos, fora as salas menores, conversas paralelas e tudo mais. Não é nenhum segredo, eu sempre disse publicamente o quanto somos guiados pela SXSW, que tem esse mesmo objetivo. Foi a nossa grande inspiração, e os caminhos acabam sendo parecidos também, são eventos que nasceram da indústria criativa. A SXSW era uma conferência de música, que depois virou festival de cinema, depois incorporou tecnologia", ressaltou Lanzarini. "Temos uma trajetória bem parecida, a Rio2C nasceu como um evento 100% voltado para o mercado audiovisual, daí incorporamos a música e fomos ampliando ano após ano até chegar na edição de 2023, que tem um pouco de tudo", finaliza.
Embora a feira esteja cada vez maior e mais ambiciosa, ainda há uma série de desafios pela frente, e falta muita discussão também para que a Rio2C seja, de fato, a SXSW brasileira. O primeiro passo é a audiência: o evento em Austin (EUA) contou — entre participantes presenciais e online — com mais de 205 mil pessoas, com centenas de horas de conteúdo. Grandes marcas e artistas anunciaram novidades, lançaram novos produtos e fizeram da edição de 2023 uma das mais interativas.
Por aqui, a Rio2C espera atingir 40 mil participante nos 5 dias de evento, e ainda caminha para atingir a grandeza de sua musa inspiradora. O caminho, felizmente, parece ser bem trilhado: executivos de todo o mundo marcarão presença no evento, marcas, estúdios e artistas também esperam pela data no calendário para anunciar lançamentos. Em 2023, já no Governo Lula, o Ministério da Cultura acompanha a Rio2C e fica por dentro das novidades.
"Eu acho que ainda temos um crescimento sólido nos últimos. Já temos bons números, mas tem espaço para ser ainda maior: queremos ser uma feira de criatividade gigante, ter bons conteúdos, boas discussões, como expoentes da inovação no Brasil. E vejo isso acontecer mais pra frente", conclui Lanzarini