Oceano subterrâneo: descoberta foi feita por cientistas norte-americanos (Mike Hill/Getty Images)
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Publicado em 20 de setembro de 2024 às 09h14.
Em 2021, a organização National Geographic anunciou que a Terra passaria a contar com cinco oceanos, após o reconhecimento do corpo de água que circunda a Antártida. Por outro lado, o planeta pode ter mais um oceano dentro de suas dimensões.
Recentemente, os pesquisadores da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, descobriram um vasto oceano oculto a 700 quilômetros abaixo da crosta terrestre. A novidade impactou a compreensão científica sobre o ciclo da água, a origem dos oceanos e sua estabilidade ao longo dos bilhões de anos de existência da Terra.
O reservatório de água está presente em formações rochosas azuis chamadas ringwooditas, localizadas no manto terrestre, entre a superfície e o núcleo. No entanto, ao contrário de uma imensa piscina subterrânea, a água está aprisionada nas moléculas dos minerais cristalizados, segundo informações da revista norte-americana Science.
Para essa descoberta, os cientistas utilizaram uma rede de 2.000 sismógrafos espalhados pelos Estados Unidos para estudar as ondas sísmicas geradas por mais de 500 terremotos.
Essas ondas viajam até o núcleo da Terra e, ao retornar à superfície, oferecem informações sobre sua estrutura interna. A água foi identificada quando as ondas desaceleraram, sugerindo uma camada rochosa com água presa em suas bordas granuladas.
De acordo com os pesquisadores, essa água subterrânea pode ter emergido e contribuído para a formação dos oceanos na superfície, desafiando a hipótese de que a água teria vindo do espaço através de cometas que atingiram o planeta.
Além disso, a presença dessa água nas profundezas impede que os níveis dos oceanos sejam muito mais altos, o que deixaria apenas os picos das montanhas acima da água.
Os cientistas acreditam que a água pode ter se movido entre a superfície e o interior da Terra ao longo das eras, por causa do movimento do manto e ao derretimento das rochas. Novos estudos sismológicos, especialmente em outras regiões do mundo, são planejados para aprofundar o conhecimento sobre a história do planeta e da vida que nele evoluiu.