Carnaval 2023: Cordão do Boitatá promove baile eclético no centro do Rio de Janeiro
Este é a 17ª edição do show de carnaval do bloco fundado em 1996
Agência de notícias
Publicado em 19 de fevereiro de 2023 às 14h35.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2023 às 14h36.
A cobra de fogo voltou às ruas do Rio. O símbolo do tradicional Cordão do Boitatá ganhou a Praça XV, no centro da cidade, para o baile a céu aberto promovido pelo bloco na manhã deste domingo de Carnaval, 19. A apresentação deve ir até as 16h.
Este é a 17ª edição do show de carnaval do bloco, fundado há mais tempo, em 1996. A atração parada, e com palco, se tornou uma opção para famílias e foliões que não querem correr atrás de bloco.
Com o corpo pintado de azul para emular a família Smurf, Ingrid, de 29 anos, e Vinicius Ginuino, de 31, levaram o filho Pedro, de três anos, para seu primeiro Carnaval. “Temos ficado até a hora que ele (Pedro) aguenta. O bloco parado facilita a vida dos pais”, diz Ingrid.
No pré-carnaval, a família já tinha acompanhado o bloco Fogo e Paixão fantasiada de palhacinho. O bloco é uma homenagem carnavalesca ao cantor Wando. “São coisas que só existem no carnaval do Rio. A festa é aqui, basta sair de casa”, diz Ginuino.
Outro casal que foi ao Boitatá foi Milina Lopes, de 37 anos, e João de Melo. Os dois levaram o filho Joaquim fantasiado de Menino Maluquinho, o personagem dos quadrinhos de Ziraldo. O principal atrativo para os dois é o repertório, raro compilado da história da música brasileira, que vai de Heitor Villa Lobos a Gilberto Gil, passando pelo também maestro Moacir Santos. “Sempre vim ao Boitatá pelas músicas e arranjos. Quando ele (Joaquim) nasceu, juntamos o útil ao agradável, porque é um bloco mais família também”, diz Melo, que é DJ.
Na primeira parte do baile, o palco é dominado por convidados especiais, entre os quais os intérpretes Teresa Cristina, Marina Iris, Moyseis Marques e Marcos Sacramento. Na sequência vem o tradicional repertório do Boitatá, com marchinhas tradicionais, sambas e afro-sambas, afoxés, maxixes e frevos, e música instrumental.
Mescla de percussão com orquestra de sopros, o grupo cria arranjos originais para músicas que vão desde o “Trenzinho do Caipira”, de Villa-Lobos, até os compositores africanos, como o nigeriano Fela Kuti ou o sul-africano Abdullah Ibrahim. Tudo acompanhado dos coloridos estandartes de personalidades do samba e “pernautas”, as foliãs em pernas de pau.
Folião ilustre no Cordão do Boitatá, o deputado federal Tarcísio Motta (PSOL) acompanhava o baile do bloco no início da tarde. Frequentador da festa, Motta é conhecido pelas fantasias elaboradas. Esse ano ele estava de Alice no País das Maravilhas. “Essa eu já usei em outros carnavais. A inédita ainda vem por aí. Mas Alice é simbólica, porque eu já venci a Rainha de Copas e estou à espera do País das Maravilhas”, disse, aos risos.
Ao Estadão, ele comemorou a volta do Carnaval de rua depois de dois anos de jejum em função da pandemia de covid-19. “Voltamos às ruas da cidade, para fazê-la mais alegre e inclusiva. Essa é a subversão do Carnaval, o povo sendo feliz”, disse.