Fintech iugu aposta em gestão financeira para reduzir a inadimplência
Startup que tem o Goldman Sachs como um dos investidores se prepara para lançar conta digital e planeja funcionar como plataforma de serviços financeiros para empresas
Marcelo Sakate
Publicado em 13 de maio de 2021 às 18h24.
Última atualização em 13 de maio de 2021 às 18h49.
O avanço da tecnologia a custos mais baixos abre cada vez mais oportunidades na área de gestão financeira. De olho no segmento B2B, a fintech iugu encontrou em um dos setores mais impactados pela pandemia, o de educação, um ambiente para ajudar escolas e pais de alunos a reduzir a inadimplência. E, por tabela, a crescer os seus negócios.
As áreas de atuação da iugu, é preciso dizer, vão além da educação: de administradoras de condomínios e academias a empresas de e-commerce. Com mais de 3.400 clientes diretos e mais de 50.000 indiretos (clientes de seus clientes), a startup tem no seu crescimento acelerado a demonstração da demanda reprimida de empresários por gestão financeira. É um mercado tão promissor que a fintech recebeu um investimento de 120 milhões de reais no ano passado do Goldman Sachs.
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Um dos casos é o da WPensar, uma empresa que desenvolve sistemas de gestão escolar, ou seja, que tem justamente escolas como clientes. A integração da solução da iugu na plataforma da WPensar levou a inadimplência a cair de 40% para 3%. Uma das explicações é a automação dos sistemas de cobranças, que era feita de forma manual. Na relação de escolas com alunos, é comum que isso seja feito por meio de boletos também.
Com o dinheiro do aporte do Goldman, a iugu está acelerando a expansão da abrangência dos setores atendidos e o tamanho dos clientes, em linha com uma demanda de gestão financeira ou de recursos humanos que partiu das próprias empresas. Idealmente, explica Pereira, a plataforma é voltada para companhias com 200 e 300 funcionários.
"Temos uma solução de gestão financeira que é facilmente customizada e suportar vários modelos de negócio, incluindo clientes do mercado financeiro, como corretoras", disse Romulo Pereira, diretor de Produtos da iugu, à EXAME Invest .
É uma estratégia hoje consolidada na fintech, mas que só foi adquirida com o tempo, uma vez que essa não era a proposta original. Nessa trajetória, a iugu adicionou funcionalidades que hoje se concentram em meios de pagamento, recorrência (assinatura) e split (marketplace), sempre com a premissa de ouvir os clientes para desenvolver o que fazia sentido para quem iria utilizá-las. A ferramenta, por sua vez, é integrada aos sistemas dos clientes via APIs.
Conta digital
Sobre os próximos passos, Pereira conta que a iugu tem avaliado o conceito de plataforma aberta de serviços financeiros. "O que isso quer dizer? Eu não preciso nem quero ser banco, mas posso oferecer crédito por meio de um parceiro para clientes com a conta da iugu. E podemos plugar outros parceiros para a oferta de mais serviços", explica.
O primeiro passo em direção a essa estratégia será o lançamento de uma conta digital, que permitirá às empresas fazer movimentações financeiras, incluindo funcionalidades mais recentes como o Pix, afirma.
"Queremos ser um one-stop-shop de serviços financeiros para as empresas", define Pereira, em alusão ao conceito em que um cardápio completo de serviços é oferecido na mesma plataforma.