São Paulo - Quase três anos depois de ter sido denunciada por trabalho análogo à escravidão em oficinas de costura subcontratadas no Brasil, a varejista espanhola Zara garante ter enterrado esse problema.
De 2011 para cá, a marca, do grupo Inditex, investiu R$ 14 milhões em ações de responsabilidade social no País - mais que o dobro do que foi investido pela empresa nos oito anos anteriores à denúncia.
Na terça-feira, 20, na véspera de depor na CPI do trabalho escravo da Assembleia Legislativa de São Paulo, o presidente da Zara Brasil, João Braga, convocou a imprensa para divulgar as ações da companhia e anunciar um projeto-piloto que, segundo ele, é inédito no ramo varejista.
A marca vai identificar os produtos fabricados no Brasil com uma etiqueta eletrônica que trará informações dos fornecedores, como o endereço da oficina e seu número de funcionários.
Para ter acesso a esses dados, o cliente precisa ter em seu smartphone um aplicativo que leia o código impresso na etiqueta (QR Code).
"Isso não é marketing. É uma medida de transparência perante nossos clientes", disse Braga, um português que se mudou para o Brasil há dois anos e meio para comandar a Zara em sua maior crise de imagem, desde que a marca estreou no mercado brasileiro, em 1999.
Com faturamento de R$ 962 milhões no ano passado, a Zara Brasil tem hoje 57 lojas, em 14 Estados. Aproximadamente 35% dos produtos vendidos no País são produzidos aqui por 32 fornecedores que empregam 11 mil pessoas.
Essa cadeia, segundo Braga, passou por 1,2 mil auditorias internas ao longo dos últimos três anos, sem que fosse constatado qualquer problema referente a trabalho degradante.
Ajustes
Boa parte das medidas adotadas pela marca espanhola faz parte do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado com o Ministério Público do Trabalho (MPT) em 2012.
Em paralelo, a empresa continua brigando na Justiça para não ser responsabilizada pela acusação de trabalho escravo feita em 2011.
Naquele ano, os fiscais do MPT registraram 52 irregularidades em oficinas de costura subcontratadas pela AHA, uma fornecedora da Zara, localizada em Americana (SP).
Em abril, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo decidiu que a Zara é, sim, culpada nesse caso. A empresa recorreu da decisão, alegando não ter obtido vantagens financeiras com essa subcontratação.
A AHA foi a única fornecedora descredenciada pela Zara desde 2011.
Há duas semanas, a marca espanhola conseguiu uma nova liminar para ficar de fora da Lista Suja do Ministério do Trabalho - a anterior também fora derrubada pela Justiça.
Segundo o auditor do MPT, Luiz Alexandre Faria, que participou das investigações em 2011, a Zara tem entregue relatórios periódicos com detalhes da regularização de sua cadeia produtiva. Ele diz, no entanto, que o órgão não conseguiu, até hoje, "refiscalizar" a marca.
"Temos uma estrutura pequena e estamos dando prioridade aos novos casos", diz. Na semana passada, a M.Officer foi denunciada pelo mesmo motivo e existem dez frentes de investigação em andamento.
"Não posso dizer, com certeza, que 100% da cadeia produtiva da Zara está regularizada porque só dispomos de informações da própria empresa", afirma.
"Nossa função é justamente investigar o que as elas não querem mostrar. Devemos fazer isso nos próximos meses." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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1. Escravidão
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1/21 (Janduari Simões)
São Paulo - Estima-se que existam, hoje, 29,8 milhões de pessoas que vivem em regime de escravidão. A
África é o continente que tem a maior concentração de escravos no mundo. A região do
Paquistão e
Índia também não ficamuito atrás (a Índia, inclusive, é o país que mais tem escravos em números brutos: quase 14 milhões de pessoas). Os dados são do
Global Slavery Index, que estima o número de escravos nas nações. O ranking foi feito respeitando a proporção sobre a população geral dos países. Se apenas o número absoluto de escravos fosse considerado, ele ficaria bastante diferente, com países mais populosos do mundo tomando a liderança, mas ainda forte presença de nações africanas: Índia, China, Paquistão, Nigéria, Etiópia, Rússia, Tailândia, Congo, Mianmar e Bangladesh. Na lista de 162 países, o Brasil aparece em 94º lugar, com um número estimado de 209.622 escravos. Confira os países que têm o maior número de escravos (em relação a sua população total).
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2. 2. Haiti
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2/21 (AFP)
Número estimado de escravos: 209.165
Número mínimo e máximo de escravos: 200.000-220.000
População do país: 10.173.775
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3. 3. Paquistão
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3/21 (Sallah Jan/AFP)
Número estimado de escravos: 2.127132
Número mínimo e máximo de escravos: 2.000.000-2.200.000
População do país: 179.160.111
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4. 4. Índia
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4/21 (Dibyangshu Sarkar/AFP)
Número estimado de escravos: 13.956.010
Número mínimo e máximo de escravos: 13.300.000-14.700.000
População do país: 1.236.686.732
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5. 5. Nepal
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5/21 (Wikimedia Commons)
Número estimado de escravos: 258.806
Número mínimo e máximo de escravos: 250.000-270.000
População do país: 27.474.377
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6. 6. Moldávia
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6/21 (Wikimedia Commons)
Número estimado de escravos: 33.325
Número mínimo e máximo de escravos: 32.000-35.000
População do país: 3.559.541
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7. 7. Benim
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7/21 (Dan Kitwood/Getty Images)
Número estimado de escravos: 80.371
Número mínimo e máximo de escravos: 76.000-84.000
População do país: 10.050.702
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8. 9. Gâmbia
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8/21 (wikimedia commons)
Número estimado de escravos: 14.046
Número mínimo e máximo de escravos: 13.000-15.000
População do país: 1.791.225
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9. 10. Gabão
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9/21 (Wikimedia Commons)
Número estimado de escravos: 13.707
Número mínimo e máximo de escravos: 13.000-14.000
População do país: 1.632.572
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10. 11. Senegal
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10/21 (Wikimedia Commons)
Número estimado de escravos: 102.481
Número mínimo e máximo de escravos: 98.000-110.000
População do país: 13.726.021
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11. 12. Etiópia
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11/21 (John Lavall/Wikimedia Commons)
Número estimado de escravos: 651.110
Número mínimo e máximo de escravos: 620.000-680.000
População do país: 91.728.849
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12. 13. Serra Leoa
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12/21 (Chris Hondros / Getty Images)
Número estimado de escravos: 44.644
Número mínimo e máximo de escravos: 42.000-47.000
População do país: 5.978.727
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13. 14. Togo
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13/21 (Getty Images)
Número estimado de escravos: 48.794
Número mínimo e máximo de escravos: 46.000-51.000
População do país: 6.642.928
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14. 15. Cabo Verde
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14/21 (Wikimedia Commons)
Número estimado de escravos: 3.688
Número mínimo e máximo de escravos: 3.500-3.900
População do país: 494.401
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15. 16. Eritreia
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15/21 (Wikimedia Commons)
Número estimado de escravos: 44.452
Número mínimo e máximo de escravos: 42.000-47.000
População do país: 6.130.922
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16. 17. Guiné
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16/21 (AFP)
Número estimado de escravos: 82.198
Número mínimo e máximo de escravos: 78.000-86.000
População do país: 11.451.273
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17. 18. Gana
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17/21 (Adadevoh David/AFP)
Número estimado de escravos: 181,038
Número mínimo e máximo de escravos: 170,000-190,000
População do país: 25,366,462
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18. 19. Congo
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18/21 (Wikimedia Commons / Jomako)
Número estimado de escravos: 30.889
Número mínimo e máximo de escravos: 29.000-32.000
População do país: 4.337.051
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19. 20. Guine-Bissau
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19/21 (Wikimedia Commons)
Número estimado de escravos: 12.186
Número mínimo e máximo de escravos: 12.000-13.000
População do país: 1.663.558
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20. 20. Camarões
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20/21 (Wikimedia Commons)
Número estimado de escravos: 153.258
Número mínimo e máximo de escravos: 150.000-160.000
População do país: 21.699.631
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21. Agora, veja os países que mais investem no combate à pobreza
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21/21 (Wikimedia Commons)