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Violência contra mulher: dado de atendimento do Instituto Avon é alarmante

Instituto Avon divulga saldo de um ano de lançamento da ferramenta Ângela, de apoio à mulher em situação de violência, e há mais a ser feito

Violência contra a mulher. (Carol Yepes/Getty Images)

Violência contra a mulher. (Carol Yepes/Getty Images)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 31 de março de 2021 às 07h00.

E março do ano passado, poucos dias antes do distanciamento social ser iniciado no Brasil, o Instituto Avon, braço social da fabricante de cosméticos Avon, lançava a Ângela, uma assistente virtual que age contra a violência doméstica por meio de conversas inicialmente via WhatsApp. Um ano depois, a ferramenta recebeu mais de 12 mil acessos diretos, registrou mais de 5,9 mil atendimentos finalizados, com orientações sobre os tipos de violência, redes de apoio e encaminhamentos para orientação psicológica e jurídica. Além de mais de 3,3 mil atendimentos psicológicos concedidos e 550 mulheres abrigadas.

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"Na pandemia vimos que o violência doméstica aumentou cerca de 40% em alguns meses, e que as mulheres tinham dificuldade de denunciar por estarem sempre próximas do agressor. No total, mais de 2 mil mulheres que usaram o aplicativo apresentaram um risco alto de violência doméstica. A ferramenta, por outro lado, foi uma possibilidade de receber esse atendimento de forma discreta sem precisar, por exemplo, usar comando de voz", diz Daniela Grelin, diretora-executiva do Instituto Avon.

Na prática, a mulher cadastra o número em seu celular e passa a receber perguntar como "a violência física é frequente?", "o agressor faz uso de álcool e/ou drogas?" "você tem filhos com seu agressor?", sendo possível sempre responder sim ou não. Assim, a partir de parâmetros internacionais, a ferramenta consegue identificar o grau de risco daquela mulher. É possível também sugerir acompanhamento psicológico para ganhar autonomia e se sentir confortável para fazer a denúncia ou ainda ser acolhida em outro ambiente.

A ação é patrocinada pelo Instituto Avon, mas tem parceria com outras empresas, como a Uber para o transporte, o Grupo Pão de Açúcar para a doação de cestas básicas e Smarkio, de tecnologia. O poder público também é envolvido nos momentos de acolhimento, por exemplo.

"A situação é complexa e precisa de uma rede de apoio para a mulher. De modo geral, temos percebido a aceitação de quem usa, e podemos pensar em novas alternativas, como o atendimento em situações fora do convívio doméstico ou mesmo a expansão para outros países no futuro, como já vem sendo demandado", diz Grelin. Até o momento, a avaliação de favorabilidade da ferramenta é de 4,5, sendo a nota máxima 5.

Os números cresceram exponencialmente neste último mês, graças à ação realizada no Dia Internacional da Mulher pelo Instituto Avon e mais de 30 empresas. Com o objetivo chamar a atenção à violência que as mulheres vêm sendo submetidas durante o isolamento social, organizações como a Dow, GE, GPA, Lojas Renner, Vivo, Uber e outras importantes empresas de diferentes setores, também signatárias da Coalizão Empresarial pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas, se juntaram ao Instituto Avon para anunciar a contratação da Ângela, profissional de recursos humanos, especializada em cuidar de casos de violência doméstica contra mulheres.

“A ação também reforçou o pacto que essas empresas assinaram para ampliar o enfrentamento à violência contra as mulheres e meninas e nos mostrou que falar deste tema durante o período de isolamento social é mais do que urgente: só nesta ação do Dia das Mulheres em parceria com a Coalizão nós tivemos um aumento de 3.233% na procura da Ângela, comparado ao que tínhamos antes. Esse número comprova a importância de fortalecermos ações de enfrentamento à violência doméstica e do engajamento de todos os setores da sociedade no avanço dessa causa".

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