Daniel Gava, CEO da Rooftop (Rooftop)
Repórter
Publicado em 27 de dezembro de 2024 às 10h44.
Esta reportagem foi publicada originalmente em 12 de outubro de 2024. Clique aqui para ler o texto original.
Para quem é proprietário de imóvel e enfrenta alguma dificuldade financeira, o cenário pode ser bastante desvantajoso. O mercado imobiliário é caracterizado por sua baixa liquidez, ou seja, é provável que quem venda demore meses para conseguir fechar algo e ainda tenha que aceitar um valor abaixo do que foi comprado originalmente. Caso seja feita a compra, agora o proprietário terá de enfrentar uma série de etapas burocráticas, como a verificação de documentos e registros, além da necessidade de contratos formalizados e aprovados em cartório. Isso tudo torna a transação mais lenta e complexa, dificultando a rápida obtenção de recursos por quem precisa vender.
Diante desse cenário, a startup do mercado imobiliário Rooftop foi atrás de desenvolver um modelo diferente de venda e recompra de imóveis. Fundada por Daniel Gava em 2020, a startup acaba de captar R$ 100 milhões para expandir seu principal produto, o HomeCash, que permite que proprietários de imóveis residenciais vendam suas propriedades e recebam o valor rapidamente, enquanto continuam morando no local.
O HomeCash oferece uma saída para quem precisa de liquidez imediata, mas não quer deixar o imóvel imediatamente. Os ex-proprietários podem permanecer na residência por até 18 meses pagando um aluguel, com a opção de recomprar a propriedade ou vender para terceiros por um valor maior. “Estamos oferecendo uma solução para quem está com dificuldades financeiras e precisa transformar seu imóvel em capital sem perder o teto”, diz Gava.
Segundo ele, a proposta se diferencia por não ser uma solução tradicional do mercado, como um empréstimo ou uma venda direta, mas sim um modelo híbrido. "O HomeCash é uma alternativa para quem está excluído do sistema tradicional de crédito, principalmente para quem precisa resolver pendências financeiras rapidamente", afirma.
Senna Tower: prédio residencial mais alto do mundo terá 500m e marca do pilotoAntes de fundar a Rooftop, Daniel Gava já acumulava vasta experiência no setor imobiliário e financeiro. Formado em Direito, começou sua carreira em grandes escritórios de advocacia, onde teve contato com ativos imobiliários estressados, ou seja, propriedades vinculadas a desafios jurídicos ou financeiros.
Após passar pelo setor de crédito e meio de pagamento, Gava decidiu combinar suas experiências para fundar a Rooftop. “Vi que existia uma oportunidade de construir um negócio que realmente ajudasse os proprietários a superarem dificuldades financeiras momentâneas”, diz.
A Rooftop se concentra em imóveis de alto padrão, avaliados entre R$ 1 e R$ 7 milhões, localizados em grandes cidades das regiões Sudeste, Sul, Centro-Oeste e Nordeste. O foco está em imóveis com maior liquidez de mercado, o que facilita a recompra ou a venda para outros compradores, caso o proprietário original opte por não recomprar.
Com o HomeCash, a Rooftop compra o imóvel do proprietário e paga o valor de forma rápida, com um desconto de cerca de 20% em relação ao valor de mercado. “Esse deságio é comparável ao custo de um crédito com garantia de imóveis, mas sem toda a burocracia e as exigências que os bancos impõem”, diz Gava.
Mesmo após a venda, o ex-proprietário pode continuar morando na casa por até 18 meses, pagando um aluguel mensal equivalente a 0,5% do valor do imóvel. Durante esse período, ele tem a opção de recomprar o imóvel pelo valor acordado inicialmente ou, se surgir outra oferta de compra maior, pode receber uma parte do lucro da venda.
“Somos maior empresa imobiliária do Brasil sem ter um tijolo”, diz CEO da HousiSem considerar descontos, caso um imóvel de R$ 1 milhão seja vendido para o HomeCash, o proprietário:
Assim, a Rooftop garante retorno tanto com o desconto na compra quanto com o aluguel e a eventual venda posterior do imóvel.
A captação de R$ 100 milhões permitirá à Rooftop expandir suas operações, com planos de adquirir mais imóveis até o fim de 2025. A startup espera alocar entre R$ 8 e 10 milhões por mês na compra de novos imóveis, consolidando sua presença no mercado de imóveis residenciais de alto padrão[/grifar].
Além da captação, a empresa está passando por um rebranding, que visa reforçar sua posição como uma alternativa inovadora e flexível para quem precisa de liquidez rápida. Segundo Gabriella Durbano, head de marketing da Rooftop, o novo posicionamento busca comunicar de forma mais clara os benefícios do HomeCash, especialmente para quem enfrenta dificuldades com o mercado tradicional.
A startup já conta com uma rede de parcerias estratégicas, incluindo o Itaú, que ajuda a facilitar a transição dos clientes que possuem contratos de financiamento. A expectativa é que a Rooftop amplie sua presença no mercado, tanto em termos de número de transações quanto de visibilidade. “Estamos mais apaixonados pelos problemas dos nossos clientes do que pelo resultado. Não queremos apenas ganhar dinheiro, queremos entregar uma solução real”, diz.