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Usiminas troca presidência executiva após atritos

O nome indicado para seu lugar é o do atual presidente do conselho de administração da empresa, Wilson Brumer

"O mercado ainda não dá valor aos muitos ativos que a Usiminas tem, como mineração", afirmou Brumer (.)

"O mercado ainda não dá valor aos muitos ativos que a Usiminas tem, como mineração", afirmou Brumer (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

São Paulo - A Usiminas anunciou nesta segunda-feira a troca do comando da companhia, com a saída do presidente-executivo, Marco Antônio Castello Branco, a partir do final deste mês. O nome indicado para seu lugar é o do atual presidente do conselho de administração da empresa, Wilson Brumer.

O grupo siderúrgico, que antecipou a reunião do conselho marcada para o dia 14 deste mês para esta segunda-feira, não mudará projetos ou investimentos já aprovados, afirmou Brumer em videoconferência a jornalistas.

Segundo ele, projetos como a formação de uma unidade independente de mineração, que poderá eventualmente abrir capital em bolsa, seguem sendo estudados pelo conselho. Os planos para a construção de uma terceira usina siderúrgica do grupo, em Santana do Paraíso (MG), também seguem sob avaliação, garantiu o executivo, com prazo para uma decisão marcado para o final deste semestre.

"O mercado ainda não dá valor aos muitos ativos que a Usiminas tem, como mineração", afirmou Brumer.

O executivo, que tem passagens por Vale, Acesita, Companhia Siderúrgica de Tubarão e BHP Billiton no Brasil, afirmou que a Usiminas passará por uma mudança de estilo de gestão.

"Sou mais mineiro que o Marco (...) Estamos querendo trazer paz e serenidade para o processo de mudanças da Usiminas, iniciado por Marco há dois anos", disse. "Isso não significa que as mudanças não precisem continuar a ser feitas", acrescentou.

Castello Branco, que fica no comando da Usiminas até 30 de abril, término de seu mandato de dois anos, por enquanto não definiu seu futuro profissional.

Ele afirmou que a chegada de Brumer à presidência-executiva deve-se ao "mérito dele de ser conciliador. A capacidade conciliadora da gestão da Usiminas será restaurada com a vinda de Wilson", disse Castello Branco.

Quando assumiu a Usiminas em abril de 2008, Castello Branco deu início a uma série de mudanças na gestão da Usiminas que incluíram um primeiro programa de demissão voluntária, reestruturação de fornecedores, aposta mais pesada em mineração e em corte de gastos, além de forte programa de investimentos que teve de ser revisto após o início da crise financeira internacional.  


 

As mudanças na condução dos negócios geraram atritos com os funcionários da companhia, que têm poder de influência no conselho de administração por meio da Caixa de Empregados da Usiminas.

Entre as metas do executivo, estava a criação de um programa de economia de custos de 1,2 bilhão de reais anualizados, e que em 2009 encerrou com saldo de economias de 460 milhões de reais, afirmou.

"As mudanças na gestão geram reação e toda reação tem custo político e a responsabilidade disso eu assumo (...) Em nenhum momento houve solicitação do conselho para que as modificações deixassem de ser feitas e não me arrependo de nenhuma delas", disse Castello Branco.

Para o lugar de Brumer, foi definido o nome do executivo Israel Vainboim, indicado pela Nippon Steel, uma das principais acionistas da Usiminas.

Vainboim atualmente é membro do Conselho de Administração da Usiminas e teve passagem pelo Unibanco. Participou nos conselhos da Portugal Telecom e é membro nos conselhos da Souza Cruz, Embraer e Iochpe-Maxion.

As ações da Usiminas encerraram em baixa de 1 por cento, mesmo movimento seguido pelas rivais Gerdau e CSN. Enquanto isso, o Ibovespa fechou em queda de 1,12 por cento.

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