Uma pausa na euforia com a Amazon?
ÀS SETE - Depois de trimestres positivos, chegou o dia em que os investidores estão reticentes com o balanço da a maior varejista digital do mundo
Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2017 às 07h02.
Última atualização em 26 de outubro de 2017 às 07h52.
Depois de uma sequência de trimestres positivos, que vem desde o começo do ano passado, chegou o dia em que os investidores estão reticentes com a divulgação de balanço da Amazon , a maior varejista digital do mundo.
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Analistas esperam que a Amazon apresente um faturamento de 41,58 bilhões de dólares no terceiro trimestre, 27% maior do que no mesmo período do ano passado — um número bastante inflado pela aquisição da rede de supermercados Whole Foods, que teve faturamento de 3,7 bilhões de dólares no último trimestre.
Apesar do bom resultados nas vendas do trimestre, os investidores mantêm os olhos no futuro: a divulgação do prospecto para o quarto e último trimestre do ano, que também é divulgado hoje. Tradicionalmente o melhor período para a companhia, só no ano passado o último trimestre do ano foi responsável por 32% de todo o faturamento de 2016.
O consenso dos analistas é de que as vendas no quarto trimestre sejam de 54,2 bilhões de dólares, um aumento de 24% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Mas, segundo analistas do banco Goldman Sachs, é provável que a companhia mostre uma perspectiva menor do que o consenso. Nos últimos 5 pregões, as ações da Amazon acumulam uma queda de 2,42% — ante uma alta de 29,74% em 2017.
Outro aspecto preocupante é a redução do crescimento do segmento de operações em computação em nuvem. Se no primeiro trimestre do ano passado o segmento havia crescido 55%, este ano avançou 43% no primeiro trimestre, 42% no segundo e é estimado em 40% hoje, o que corresponde a 4,5 bilhões de dólares.
O Amazon Web Services, que foi um dos grandes responsáveis por finalmente colocar um pouco de lucro nos balanços da companhia ainda é o líder do mercado de computação em nuvem, mas está vivendo forte competição de grandes companhias de tecnologia, como a Alphabet, dona do Google, ou a Microsoft.
O investidor também olhará para uma prática antiga da companhia: gastar muito para faturar alto. A Amazon havia reduzido sua margem de gastos entre 2015 e 2016, mas aparentemente está de volta à velha prática.
Tal fato fez a companhia não bater as estimativas e lucro por ação esperadas pelo mercado no último trimestre em troca de atingir maiores faturamentos no futuro.
A Amazon continua olhando lá na frente. Mas os investidores parecem ansiosos por mais lucros no curto prazo.