Negócios

Um acordo de R$ 110 milhões em Bauru: sócios da Ikatec compram participação em empresa de tecnologia

Com a negociação, as duas Ikatec e a Lecom unem uma carteira com mais de 14 mil clientes

Edson Alves e Tiago Amor, da Lecom e Ikatec: queremos dobrar de tamanho até 2026

Edson Alves e Tiago Amor, da Lecom e Ikatec: queremos dobrar de tamanho até 2026

Marcos Bonfim
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 18 de julho de 2024 às 08h01.

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No interior de São Paulo, duas empresas de tecnologia de Bauru, município a mais de 300 quilômetros de distância da capital paulista, estão unindo esforços para buscar planos ambiciosos. O principal deles é a abertura de capital em 2030. 

Pelo acordo, Ailton Fabri, Edson Alves e Willian Oliveira, sócios-fundadores da Ikatec, adquiriram o controle na Lecom Tecnologia. Com eles, entrou na transação Tiago Amor, também VP de vendas e marketing na própria Lecom. Juntos, os quatro detêm 75% do negócio.

João Cruz, fundador e CEO, ficou com 20% e os 5% restantes estão nas mãos de três funcionários, como stock options. A negociação foi feita em dinheiro. Os valores não foram revelados.

Mais do que uma compra de controle, o acordo entre os negócios é visto pelos oito sócios como “uma aliança estratégica” para passos mais largos. Os dois negócios continuam operando separadamente - agora, como um grupo. 

O que fazem as empresas

Com quase três décadas de mercado, a Lecom tem um negócio focado em hiperautomação. Na prática, a companhia oferece ferramentas que ajudam empresas a organizar os fluxos de gestão que os processos devem seguir.

"Nós temos uma caixa de ferramentas que é um lego que permite ao cliente ou aos seus parceiros criarem qualquer tipo de automação", afirma Tiago. Os clientes são grandes corporações como Deloitte, Accenture, BMW, Honda, Mondial, Bayer e Asics. 

Mais nova, Ikatec foi fundada em 2011 com sistemas de gestão e automação comercial. Mas foi com o desenvolvimento de uma plataforma de comunicação omnichannel em 2017, integrando Instagram, Facebook Messenger, WhatsApp, WebChat e e-mail, que o negócio decolou. A empresa atende cerca de 14 mil clientes pelo país, principalmente pequenas e médias empresas (PMEs) em mercados como automotivo e de finanças.

"Nós temos mais de 500 integrações dentro da nossa ferramenta", diz Edson Alves. "Hoje, temos crescido de forma muito exponencial. Em 2023, avançamos 50%, depois de termos registrado 83% em 2022, por exemplo".

A transação ocorre no momento em que os dois negócios buscavam parceiros e caminhos para dar um novo ritmo. Chegaram a negociar com fundos e outras empresas de fora, mas encontraram a solução dentro da própria cidade. 

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Qual é o futuro do negócio

Com o acordo, os sócios querem explorar as sinergias entre os mercados de atuação e também em relação ao porte dos clientes atendidos por ambas as empresas. "O que nós percebemos é que dá para ter ofertas cruzadas. Os nossos clientes grandes demandam ofertas de comunicação integrada para os seus funcionários, no back office também. É possível criar, de repente, soluções embarcadas", diz Tiago. 

Somadas, Ikatec e Lecom fecharam 2023 com faturamento de R$ 110 milhões. A expectativa é de dobrar este valor até 2026, chegando aos R$220 milhões.

As movimentações buscam um sonho maior de abertura de IPO lá na frente, em 2030. Neste caminho, já negociam a aquisição de outros negócios.

"Nós estamos indo numa linha de trazer empresas que comprem essa ideia nossa. Brincamos aqui que seremos a primeira empresa de tecnologia do interior a realizar um IPO", diz Alves.

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